segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

TERTÚLIA ANTIGA



Um grupo de notavéis na Brasileira do Chiado (1928): à mesa, em amena converseta, podemos ver Teixeira de Pascoaes, Matos Sequeira, Jorge Barradas, Benoliel, Teixeira de Vasconcelos e Augusto Ferreira Gomes.

domingo, 10 de dezembro de 2006

IN-LIBRIS - CATÁLOGO


Montra de Natal da In-Libris - catálogo

Eis a "Montra de Natal" da In-Libris (Porto). Depois do Catalogo de Natal, propriamente dito, temos novas peças. E apresenta algumas bem raras e outras bem curiosas: a edição completa da rara, estimada e valiosa revista Presença (ou Folha de Arte e Crítica, de Coimbra, 54 numrs), num "estojo em inteira de chagrin"; a Manhã Submersa de Vergílio Ferreira; a Nova Escola para Aprender a Ler, Escrever, e a Contar, de Manuel de Andrade de Figueiredo, excelente para revisitações e comparações para este insano tempo educativo; um outro para linguísticos cheios de graça, o Diccionario Portuguez e Latino, de Pedro José da Fonseca, impresso nos bons anos de D. José; desenhos de Almada Negreiros; o estimado Dictionnaire Universel de la Geographie Commerçante, de J. Peuchet, 1799-1800; a Vinha e o Vinho de Batalha Reis; o estudo de Mário Simões dos Reis, A Vadiagem e a Mendicidade em Portugal, de 1940; o Povo Português, estimado livro de Bento Carqueja, 1916; e muitos mais.

A consultar on line.

REINA A CALMA EM TODO O PAÍS


Nesta quadra natalícia, onde as lamúrias são infantilmente sonegadas (obra do incansável Silva Pereira) e os danos bem diluídos em irónicos fait-divers, não se sabe bem quais os mais astutos dos posporrentes. Se bem que tal não importune os indígenas - entretidos em futebóis, nas sandices de Carolina Salgado & Pinto da Costa, ou em visitas às dunas da Caparica - nota-se que, duma assentada, desponta um raminho de opinion-makers e jornalistas amestrados, que é um regalo ver e ler.

Para acompanhar o raminho saltareco (o bloco central sempre gerou estas graciosas criaturas), que como praga se instala por todo o lado (e, curiosamente, até nos jornais e blogs), surgem por aí uns ladrilhadores políticos ou económicos que espantam pela monotonia do espectáculo.

Está neste caminho de audácia o arrependido Silva Lopes, em jogo de braços contra o BCE enquanto namorisca (ainda e sempre) o PEC, e mais uns economistas disfarçados, inchados de nada entenderem do que se está a passar. Todos eles, em delicados pensamentos, escandalizam-se com o aumento das taxas de juro do infame BCE. A cacofonia não chega sequer à fronteira. Podemos descansar. O eng. Sócrates agradece o zelo académico, depois da consoada.

Com outro sabor, Sócrates, o ainda presidente do partido socialista do governo, para subliminar, propõe uma "new direction" na "agenda entre a Europa e os americanos". Assim mesmo. Os indígenas americanos, obscenamente, dispersaram em paz. Nós por cá esperamos que o engenheiro responda, se este nosso pragmático amigo o permitir, à pergunta de algibeira: ouve ou não conivência do Estado português para o sequestro de cidadãos pela CIA? Ah! E faça-nos a fineza de mandar o atrevido Jaime Gama a banhos, principalmente quando temos visitas da Europa civilizada. Agradecido!

Enquanto isso o inefável Luís Amado anda atrás do "paradigma pós-colonial" perdido. Fantasias natalícias. Do mesmo modo, eis que aparece a fronte enlevada de Judite de Sousa a jurar que a "senhora Maria Cavaco Silva [podia ser] a Hillary Clinton" portuga. Extraordinário. A intensidade da época natalícia é uma chiadeira. Note-se só, como o ungido Cravinho (o pai das Scuts) vai de esculpir para o território doméstico a futurista "italianização", via lugarejo da corrupção. Com efeito, a trovoada de ditos e fait-divers é, deveras, incomensurável que nem é preciso esperar pelo festivo Alberto João para os encómios natalícios. Não há estação tão mundana como esta. Nem alarido. E o país? Que será feito dele!?

sábado, 9 de dezembro de 2006

LIVROS & ARRUMAÇÕES


Cadernos 10 (Setembro 1995), revista de Teatro editada pela Companhia de Teatro de Almada, é dedicada totalmente a Virgílio Martinho. Este In Memoriam, apresenta um conjunto curioso de "Depoimentos" sobre o escritor e dramaturgo, bem como vários desenhos (Virgílio por Mário Cesariny, por João Rodrigues, de Mário Alberto, desenho da tertúlia do café Gelo por Benjamim Marques ) e fotos (do autor, com Mário Castrim, com Carlos Porto, com Cardoso Pires, com Ernesto Sampaio no café Gelo, com Mário Alberto, com Ricardo-Dácio em 1975).

Número estimado, evidentemente, registando-se textos de Vítor Silva Tavares (O Meu Virgílio) , Luiz Pacheco (Um livro a ler, texto de 1975), Júlio Moreira (O grande cidadão Virgílio Martinho), Ernesto Sampaio (Independência, pudor, simplicidade), Baptista-Bastos (Um velho carvalho ressequido, porém nobre), José Alberto Marques (Carta entre-aberta ao Virgílio Martinho), Paulo Pacheco (Virgílio Martinho, autor que conheci), Fernando Midões (Outono), Carlos Porto, Luiz-Francisco Rebello, Joaquim Benite, Serafim Ferreira (Virgílio Martinho entre a ficção e o teatro, 1989), um poema de Maria Velho da Costa, uma entrevista do escritor ao Jornal de Letras e Artes (1963), uma outra dada a António Cabrita (1989), várias notas sobre a peça "Filopópolus", um documento curioso enviado da prisão ao autor por Carlos Coutinho e uma biobibliografia.

ESPECIAL MÁRIO CESARINY


Mil Folhas - Especial Mário Cesariny

"Enquanto a classe merda passeava os cães
e votava por Kim Il-Sócrates
deu o tranglomanglo no poeta
e ele morreu foi desta
para melhor" [Mário Santos]

"Há coisas a fazer, tarefas misteriosas a cumprir, o vento ameaça partir sem um beijo na boca." [Cesariny)

["Hão-de os doutores, em seus saberes, engavetá-lo: não sei quê surrealista (estou a ouvi-lo: 'só à lista'). E pintor, upa pioneiro, do 'informalismo abstracto'. Lupas a cagar caganitas. Palavrões de alto raciocínio e pouca luz. 'Não está morto, está é mal enterrado'. Puna-se de novo, agora com ditirambos, que muitos ilustram quem os profere. Cheira mal, cheira a Lisboa" - Vítor Silva Tavares]

[livrado do passadiço Mil Folhas - 8/12/2006 - e aqui lançado para as vistas de todos vós, ó bem trajados de letras de papel]

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

AVISO

"Que não me capem com palavras doces,
Insinuantes
(ou tão severas)
Ando na feira dos mitos
E só compro coração
...
Tenho dito. É tudo palha
O que por bem me disserem
Justiça, sim, a que aurora
Um amor desconhecido
Um amor tão mal amado!"

[Ruy Cinatti, Aviso]

ANTIGUIDADES


Leilão de Antiguidades & Pintura Moderna - 12 e 13 Dezembro 2006

A Leiria & Nascimento realiza nos próximos dias 12 e 13 de Dezembro - Palácio das Exposições da Tapada da Ajuda, pelas 15 horas - um Leilão de Antiguidades, Pintura Moderna e Contemporânea (Pomar, Álvaro Lapa, Vieira da Silva, Thomaz de Mello, Paula Rego, Dórdio Gomes, Rogério Ribeiro, Roque Gameiro, António Soares, Sá Nogueira, José Contente, Mário Silva,...), Objectos de Arte e Jóias. Boas prendas!

Catálogo on line.

ESTA SEMANA ESTIVEMOS ... ASSIM



"A cada canto um grande conselheiro,
que nos quer governar cabana, e vinha,
não sabem governar sua cozinha,
e podem governar o mundo inteiro"

[Gregório de Matos]

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

MAGAZINE LITTÉRAIRE



Magazine Littéraire - 40 ans de littérature

40 ANOS DE LITTÉRATURE


Magazine littéraire - 40 ans de littérature

"Hegel disait que la lecture du journal quotidien lui tenait lieu de prière du matin. Mais pour le soir? Les longues soirées d'hiver? Rien ne vaut la lecture du Magazine littéraire à laquelle s'adonnent régulièrement quelque cent mille fins lettrés. Prions le ciel pour que perdure ainsi la passion des mots et des livres.Quarante ans déjà! Pour un journal, c'est un fort bel âge. En ces temps que l'on dit moroses pour la presse écrite, une telle longévité fait notre bonheur. Depuis son premier numéro, consacré en novembre 1966 à Stendhal, Le Magazine littéraire a su rester fidèle à ses principes fondamentaux. Son ambition: un mensuel exclusivement consacré aux livres ..."

[ler aqui]

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

NEW YORK TIMES - BEST BOOKS 2006


Best Books of 2006 [N.Y.T.]

Em tempo de avaliação literária de 2006, o N.Y.T. Book Review avança com os "100 Notable Books of the Year".

Registe-se, aqui, alguns dos citados:

- Alentejo Blue, de Monica Ali, Scribner ["Alentejo Blue is set amid the cork oak forests of the southern Portuguese region known as the Alentejo"]

- America at the Crossroads: Democracy, Power, and The Neoconservatice Legacy, de Francis Fukuyama, Yale University ["Today Fukuyama has decided to resign from the neoconservative movement - though for reasons that, as he expounds them, may seem a tad ambiguous. In his estimation, neoconservative principles in their pristine version remain valid even now"]

- Collected Poems (1947-1997), de Allen Ginsberg, Harper Collins ["Gay, in the lotus position, with a beard, wreathed in a cloud of marijuana smoke and renowned as the author of a 'dirty' poem whose first public reading in a West Coast gallery was said to have turned the 1950s into the '60s in a single night, Allen Ginsberg embodied, as a figure, some great cold war climax of human disinhibition"]

- Everyman, de Philip Roth, Houghton Mifflin ["For three of the world's best novelists, Fuentes, García Márquez and Roth, the violent upsurge of sexual desire in the face of old age is the opposition of man to his own creation, death"]

- Flaubert: A Biography, por Frederick Brown, Little Brown ["Much of the time Flaubert's influence is too familiar to be visible"]

- Happiness: A History, de Darrin M. McMahon, Atlantic Monthly ["Happiness is not really a polemic. It is a history, one that takes us on a leisurely Great Books-style tour of Western thought, ranging from Herodotus and Aristotle through Locke and Rousseau down to Darwin, Marx and Freud. The musings on happiness of these and dozens of lesser thinkers are lucidly presented in fine, sturdy prose that is, on the whole, a delight to read"]

- New and Collected Poems (1964-2006), de Ishmael Reed, Carroll & Graf ["Reed is among the most American of American writers, if by "American" we mean a quality defined by its indefinability and its perpetual transformations as new ideas, influences and traditions enter our cultural conversation"]

- State of Denial, por Bob Woodward, Simon & Schuster ["Part 3 of the 'Bush at War' cycle, by the longtime Washington Post reporter and editor, describes the inept conduct of the invasion and occupation of Iraq"]

- The Courtier and the Heretic: Leibniz, Spinoza, and the Fate of God in the Modern World, de Mattew Steward, Norton ["In Spinoza's time, the question that gripped hidebound thinkers leery of flouting popular opinion or alienating wealthy patrons, was this: If you believed in Spinoza's God, were you not in actuality an atheist, an offense then punishable by exile, imprisonment or death?"]

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

ANTIQUÍSSIMO CANTAR


"Lustra o Sol o arnês, a lança, a espada.
Vão rinchando cavalos jaezados:
A canora trombeta embandeirada
" [Camões]

"A cúspide e pedra de toque da civilização nossa é o Encoberto
O Encoberto é, precisamente, o que reverbera, anseia e deseja a Saudade.
Saudade é a expressão ferida e diferida do Amor Ilhano profundo e altaneiro que é o timbre do Espírito Lusíada.
Do Espírito Lusíada provém a nação lusitana, a nação do povo da Luz e a sua demanda. Dela emerge a pátria portuguesa (...)

É já amanhã o que ouvides ... há o que vela o que revela e a caravela do Ser. Estamos em Portugal.

[Francisco Palma Dias, in Treze Castelos da Portuguesia num Repente, revista Ultra nº1, 1983]

IDEAL

[Ideal]

"São tão inferiores as criaturas que se dedicam a um ideal. Só são superiores àquelas que não se dedicam a ideal nenhum. O homem verdadeiramente superior é aquele que gostaria de ter ideais. Não os pode ter por ser superior a tê-los"

[Fernando Pessoa, in Escritos Autobiográficos, automáticos e de reflexão pessoal, 2003]

PORTUGAL & DECADÊNCIA


"Somos incapazes de revolta e de agitação. Quando fizemos uma 'revolução' foi para implantar uma cousa igual ao que já estava. Manchámos essa revolução com a brandura com que tratámos os vencidos. E não nos resultou uma guerra civil, que nos despertasse; não nos resultou uma anarquia, uma perturbação das consciências. Ficámos miserandamente os mesmos disciplinados que éramos. Foi um gesto infantil, de superfície e fingimento?

"O português é capaz de tudo, logo que não lhe exijam que o seja. Somos um grande povo de heróis adiados. Partimos a cara a todos os ausentes, conquistamos de graça todas as mulheres sonhadas, e acordamos alegres, de manhã tarde, com a recordação colorida dos grandes feitos por cumprir. Cada um de nós tem um Quinto Império no bairro, e um auto-D.Sebastião em série de fotografias do Grandela. No meio disto (tudo), a República não acaba

Somos hoje um pingo de tinta seca da mão que escreveu Império da esquerda à direita da geografia. É difícil distinguir se o nosso passado é que é o nosso futuro, ou se o nosso futuro é que é o nosso passado. Cantamos o fado a sério no intervalo indefinido. O lirismo, diz-se, é a qualidade máxima da raça. Cada vez cantamos mais um fado.

O Atlântico continua no seu lugar, até simbolicamente. E há sempre Império desde que haja Imperador"

[Fernando Pessoa, in Portugal Sebastianismo e Quinto Império (org. António Quadros), aliás O Jornal, 8/04/1915]

PORTUGAL OU REVISITAÇÃO DE FERNANDO PESSOA


"Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
"

"... desde a entrada da dinastia de Bragança que se tornou notável a ausência do tipo do português, o desaparecimento da psicologia do português da superfície da terra. Houve sempre, graças a Deus, patriotas de Portugal; portugueses, deixaram de haver"

"Temos, felizmente, o mito sebastianista, com raízes profundas no passado e na alma portuguesa. Nosso trabalho é pois mais fácil; não temos de criar um mito, senão que renová-lo. Comecemos por nos embebedar desse sonho, por o integrar em nós, por o incarnar. Feito isso, cada um se nós independentemente e a sós consigo, o sonho se derramará sem esforço em tudo que dissermos ou escrevermos, e a atmosfera estará criada, em que todos os outros, como nós, o respirem. Então se dará na alma da nação o fenómeno imprevisível de onde nascerão as Novas Descobertas, a Criação do Mundo Novo, o quinto Império. Terá regressado El-Rei D. Sebastião"

Fernando Pessoa

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

BOLETIM BIBLIOGRÁFICO 33 DE LUÍS BURNAY


Saiu o Boletim Bibliográfico 33 do Livreiro-Antiquário Luís P. Burnay (Calçada do Combro, 43-47, Lisboa). Conjunto apreciável de 735 obras estimadas, esgotadas e muitas raras, de história, arte, periódicos, monografias importante, colonial, literatura, gastronomia, caça, livros de esoterismo, maçonaria, portugalidade, operetas várias, tudo aqui se pode encontrar. A não perder.

Algumas referências: Almanach para o Anno MDCCXCIII / Almanak do Rit. Esc. Ant. e Acc. em Portugal para o Anno de 5845 Offerecido ao Synhedrio de Beneficiencia, pelos II. N. dos Reis, E.R. Felner, Membros da L. Philantropica, 1845 / Portugal Artístico e Monumental, de A. Pereira Almeida / Garranos, por Ruy Andrade, 1938 / A Fada Oriana, de Sophia M. Breyner, 1958 / Archivo Pitoresco (semanário), 1857-68, XI vols / The Pointer and his predecessors, por William Arkwright, 1906 / Caça, de Eduardo Montufar Barreiros, 1900 / Boletim Oficial do Grande Oriente Lusitano Unido, Grémio Lusitano, 1923-1930, XV fasc. / Canções, de António Botto, 1944 / Bibliographia Camoniana, por Theofilo Braga, 1880 / Memorias do Professor Thomaz de Mello Breyner, 1930-34, II vols / Os Lusíadas (ed. dita do Morgado de Mateus), 1817 / Os Ciganos em Portugal, por Adolfo Coelho, 1892 / Colecção Gato Preto (colec. livros infantis da Majora), XII vols / Soure: terra abençoada da pátria, de Augusto S. Conceição, 1942 / Memórias de um ajudante de Campo, por Fernandes Costa (III inv. Francesa), 1895, II vols / Les Societes Secretes et la Societé ou Philosophie de l'Histoire Contemporaine, de N. Deschamps, 1880, II vols / Documentos apresentados ao Congresso da República em 1913 pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, 1913 / O Espectro (semanário politico), 1888-1889, 55 ns / No Claro-Escuro das Profecias, de Augusto Ferreira Gomes (pessoano e raro), s.d. / Esteiros, de Soeiro Pereira Gomes (capa des. Álvaro Cunhal), 1941 / In Memoriam de Camilo, 1925 / Alma Errante, de Eliezer Kamenezky (pref. importante de Fernando Pessoa), 1932 / Catastrofe de Portvgal ..., por D. Fernando Correia de Lacerda, 1669 / O Livro do Repórter X (In Memoriam), s.d. / Lusitânia (ver estudos portugueses sob dir. carolina Michaelis de Vasconcelos), 1924-27, X numrs / D. Manuel II, de Rocha Martins, 1947, II vols / Monografia do Concelho de Tarouca, por Ab. Vasco Moreira, 1924 / As Praias de Portugal, de Ramalho Ortigão, 1876 / La Guinée Portugaise, por Carlos Pereira, 1914 / Os Planos da Autocracia Judaica protocolos dos sábios do Sião, s.d. / Democracias e Ditaduras, por Carlos Rates, s.d. / Alentejo à janela do Passado, por João Rosa, 1940 / Archivo Heráldico, pelo Visconde de Sanches de Baena, 1872, II vols / São Tomé e Príncipe (Questão da Mão de Obra indígena), VII op. / Pensées sur la Tactique et la Stratégique ou vrais príncipes de la Science Militaire, pelo Marquês de Silva, 1778 / Historia de Portugal, de Rebelo da Silva, 1971, V vols / Sociedades Secretas, pref. José Cabral, 1935 / Coutos de Alcobaça, por José P. Saldanha e Souza, 1929 / Noticias Históricas do Mosteiro da Vacariça, de Miguel Ribeiro de Vasconcellos, 1855, III partes / The Freemason's Monitor, de Thomas Smith Web, 1863

ALMANAQUE REPUBLICANO


Almanaque Republicano - Actualização

Continuam os textos e a prosa no Almanaque Republicano. Para ledores ilustrados e de muito merecimento, temos em jeito de guião:

Francisco de Oliveira Pio (militar republicano oposicionista); foto do Grupo Seara Nova no lugar do Coimbrão (curiosamente onde também esteve "exilado" Mário Soares e perto da "casa de praia" de Aquilino Ribeiro, na Praia do Pedrógão, que foi destruída em 1974) e com um extracto de um texto de José Rodrigues Miguéis; foto de membros do Grupo do Integralismo Lusitano, com "algumas anotações sobre periódicos integralistas"; Primeira e Segunda Parte d'Os primórdios da imprensa republicana em Portugal, de recolha em velhos almanaques; post sobre o jornal A Lanterna [1868-1873]; um texto sobre a Imprensa Periódica Portuguesa seguido de Subsídios para uma bibliografia da imprensa republicana (a continuar); o In Memoriam a Mário Cesariny de Vasconcelos, com referências ao tema Surrealismo e Estado Novo, com bibliografia, de permeio; um post a propósito do Centenário do nascimento de Flausino Torres e respectivas notas bibliográficas.

Eis o Almanaque Republicano. Ao V. dispor!

Saúde e fraternidade!

domingo, 26 de novembro de 2006

IN MEMORIAM DE MÁRIO CESARINY DE VASCONCELOS



"Ama como a estrada começa ..."

"E agora o poeta começou por rir
rir de vós ó manutensores
da afanosa ordem capitalista"

"Assim como a poesia não é um par de sapatos, assim Fernando Pessoa não é para todos os dias. Não consta, porém, que Pessoa haja querido monopolizar os dias ..."

"os gatos são os únicos burgueses / com quem ainda é possível pactuar"

"Dois picapaus querelam, muito entusiasmados
que a dita dura dura que não dura
a dita dura dura ... dura desdita!
"

"o bem: os dignos professores do estado
o mal: os professores dignos do estado
resolução da antinomia: o professorado"

[Rebelião] "duas delegações de cidadãos no total de dez membros descerão de dois táxis palinha para atravessar o rossio de nudez"

"Essa tua Titânia é uma fraude, rapaz (...) Pois tu não dizes é alta, baixa, loura, morena, encarnada, branca. E as mamas, rapaz - secção fundamental - não te enlevam as mamas?"

Mário Cesariny - Pastelaria Castpost

IN MEMORIAM DE MÁRIO CESARINY DE VASCONCELOS [1923-2006]



"Gostava de ter daquelas mortes boas, em que uma pessoa se deita para dormir e nunca mais acorda (...) a morte a trabalhar, é que é chato" [MC.V., in Autografia, Atalanta Filmes]

"A manhã está tão triste
que os poetas românticos de Lisboa
morreram todos com certeza ..."

"Em todas as ruas te encontro / em todas as ruas te perco ..."

"é preciso correr é preciso ligar é preciso sorrir é preciso suor
é preciso ser livre é preciso ser fácil é preciso a roda o fogo de artifício
é preciso o demónio ainda corpolento
é preciso a rosa sob o cavalinho
é preciso o revolver de um só tiro na boca
é preciso o amor de repente de graça"

"Amor / amor humano / amor que nos devolve tudo o que perdêssemos / amor da grande solidão povoada de pequenas figuras cintilantes"

Mário Cesariny - Queria de ti um país Castpost

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

ARRUMAÇÕES - VYNIL, CD'S E CASSETES PIRATAS



"Quando eu morrer voltarei para buscar os instantes que não vivi junto do mar" [Sophia Mello Breyner, dito por Maria Bethãnia, in Canto de Oxum, Mar de Sophia]

Bethânia concebe o mar, essas "águas do meu querer ... beijando a areia", o chorado de azul, e, por isso, canta o seu feitiço, a sua benção, canta a Rainha do Mar, Nossa Senhora ou Iemanjá. Porque "dentro do mar tem rio", como Sophia Mello Breyner diria. Esse mar é sempre desejo, paixão, desamor, "águas salgadas mansas", felicidade nos "longes" por onde nos perdemos. As nossas praias desertas ou "felicidade a dois". Que pode ser no Sertão em sambas de roda ou no mar da Bahia de Todos os Santos, ou Kirimurê, que o "mundo é grande e cabe na cama, no colchão de amar e na janela sobre o mar". Memórias do mar ou voltas que o mundo dá.

Dois álbuns, Mar de Sophia e Pirata - ambos de Maria Bethânia - para vadiar, navegar, chorar e "respirar". Assim, para decorar a alma de ledores em pecado de vontade, para moças lindas "com esperança de casar", para paraíso nosso e vosso, eis

Maria Bethânia - Debaixo d'Água Castpost

e para marinheiros abandonados, deuses do mar suspirados no berço do oceano ... temos para ouvir

Maria Bethânia - Marinheiro Só (O Marujo Português) Castpost

Boa noute!