sábado, 3 de janeiro de 2004

IN MEMORIAM EDUARDO GUERRA CARNEIRO [1942-2003]




[Via Aviz] "ADEUS. Morreu Eduardo Guerra Carneiro. Era um bom poeta, esquecido por todos nós, e um jornalista esquecido pelos jornais. Morava no mesmo prédio onde viveu Agostinho da Silva, ao Bairro Alto. Escrevia em caderninhos lisos e tinha canetas de tinta permanente. Gostou muito. Foi muito amado. Tinha um brilho nos olhos que se foi perdendo à medida que ia envelhecendo, mas nunca foi um ressentido. Bebeu muito. Leu bastante. Escreveu o suficiente. Alguns livros: Isto Anda Tudo Ligado, Como Quem Não Quer a Coisa, É Assim que se Faz a História, Contra a Corrente, Lixo ou Dama de Copas. Era boémio, mas não era da boémia. Sentava-se ao fundo dos bares caboverdianos. Gostava de mornas, da sua terra do Norte (Chaves), dos salgueiros ao longo da estrada nacional n.º 2, dos choupos do Douro e de poetas que sabiam calar-se. Uma pessoa escreve «era um bom poeta» e sente que alguém desconfia, como se fossem bons todos os poetas que desaparecem. Não. Ele era um bom poeta que raramente ficava contente com os seus livros. Não se dava muita importância. Brigou muito. Tinha bom feitio. Tinha mau feitio. Tennyson repetiria: «O selfless man and stainless gentleman.» Bebia cerveja. Acho que bebia tudo. Tinha uma bela voz. Eduardo." [Francisco José Viegas, in Aviz]

"O Eduardo nasceu em Chaves, em 42. Depois foi à vida: perdeu-se um vossa excelência (4º ano incompletíssimo de história), ganhou-se um poeta (...) Livros, amores, deambulações, vagabundagens, cervejolas, empregos vários, carolices (o & etc agradece, no que lhe toca): uma generosidade (arrebatada, lírica, desmedida) que lhe alimenta a poesia (dor mais funda, alegria em sol maior) e lhe dá cabo da gravata. Assim o Eduardo é um poeta visceral. Talvez que já não saiba (nem possa) ser outra coisa) ..." [in & etc, nº 9, 15/05/1973]

"O desafio, afinal tão simples!, de prosseguir um texto, vendo bem perseguir, conseguir mesmo despir-me das pequenas e grandes vaidades, como já foi dito. Dizias: o texto. Eu pensava na intriga a construir, nos antigos manuscritos onde se falava de música, sinfonia, órgão, retábulos de igreja, o que se liga à então recente leitura de qualquer clássico. Órgãos do prazer: funções vitais em totalidade. Procuro a linha enredada na complicada teia de aranha que em volta de mim próprio enlacei: aqui está a razão do desafio; os nós a desfazer; a pontuação a assinalar um modo de avançar «todo» sem receio mais que o discurso baço, vago, maricas afinal (...)

Daí, daqui: os textos que perseguem e rasgam o próprio ventre para nascerem pelas suas próprias mãozinhas: impressão digital marcada a sangue. Direi. Um corpo em movimento; a infância da invenção; o salto mortal da literatura; a destruição (corrosão) dos vocábulos ..." [E.G.C., Uma Teoria (da) Prática, in & etc, nº 9, 15/05/1973]

"Algumas palavras são mais que o som.
Soltam-se delas lâmpadas, por vezes gritos.
Palavras que demoram na boca
com o sabor da manhã de Outubro, o claro gosto
da terra húmida, castanha até doer
...
" [E.G.C., Zero, O Perfil da Estatua, 1961]

"Estamos no extremo ocidental de uma Europa gangrenada que teima ainda em conservar limpos os punhos e o colarinho, embora tenha podres nas meias e as cuecas estejam borradas de medo antigo, caca seca, agarrada aos Pirinéus, a montecarlos, montecassinos, urais ou andorras do báltico.
Estamos e continuaremos a estar até que a bomba rebente nos nossos tomates inchados, na goteira do sexo, nas moscas que teimam em disputar-nos a cerveja, nas putas que envolvem em dança os cromados dos bares de hotéis de gare. Poârto ou Parises; Tomar ou Bruxelas; Leiria ou Malmo: a mesma merda.
Estamos quase a rebentar as costuras deste maldito soutien com que nos apertam as mamas da invenção; quase a rebentar as cuecas com que nos espartilham os caralhos da revolta. De pé, ó vítimas da Europa decadente! Nuzinhos até Trancoso! Com pezinhos de lã até Almeida!.
Avançar assim, descobrindo novo discurso, importante porque me importa, também me faz bem, talvez te ajude, vos ajude, ajude afinal a acender o rastilho que vai fazer rebentar a bomba ..." [E.G.C., À Luz de Novembro, in Como Quem Não Quer a Coisa, & etc, 1978]

Algumas Obras: O Perfil da Estátua, Silex, 1961 / Corpo Terra, Ed. Autor, 1965 / Alguma Palavras, Nova Realidade, 1969 / Isto Anda Tudo Ligado, Cadernos Pensinsulares, 1970 / É Assim Que se Faz a História, Assírio & Alvim, 1973 / Como Não Quer a Coisa, & Etc, 1978 / Dama de Copas, & Etc, 1981 / Profissão de Fé, Quetzal, 1990 / Lixo, & Etc, 1993 / O Revólver do Repórter, Teorema, 1994 / Outras Fitas, Teorema, 1999 / A Noiva das Astúrias, & Etc, 2001

quarta-feira, 31 de dezembro de 2003

OES MELHORES BLOGS PORTUGUESES | ESTRANGEIROS DE 2003


"As únicas coisas belas são as que a loucura dita e que a razão escreve" [Gide]

Temos este fado: registar, apreciar, catalogar, ordenar. Aprendemos os (per)cursos das coisas perenes, a doçura desta morada, factos, caminhos e rostos ... que são os da vida. Estamos decididamente prendados. É verdade. O nosso olhar sobre o fenómeno da blogosfera passa, naturalmente, pela sua avaliação. Somos, de facto, prudentes. Nesta apatia cultural que é a vida portuguesa a cair de sono, sabe bem o refúgio em leituras mil, orgulhosamente tempestuosas, delicadamente suaves. A blogosfera permite perseguir a palavra, inscrever a vertigem. Tudo nos encanta neste jardim celestial. A listagem da coluna da esquerda (sempre!) aí está para a douta prova. Aqui chegados, partimos para uma outra ordenação. A nossa proposta tem em conta critérios vários, a saber: o espaço temporal da participação do blog; o conteúdo que nos estimulou a "libido"; o construído estético, enquanto lugar de corporalidade textual; a "moral de prazer" do(s) diferente(s) sujeito(s); a interacção com os leitores e outros "criadores de circunstâncias"; a procura de uma (possível) especialização temática; linkagens e outros interstícios; cumplicidade afectiva e relacional. Não apreciámos, com pesar nosso, os blogs Coluna Infame, A Carta Roubada e a Formiga de Langton, dado terem terminado. De outro modo, ensaiámos agrupar blogs com os critérios considerados, por nós, do mesmo teor performativo. Registe-se na posição décima, um conjunto (pequeno) de blogs de características locais, que antecedem a próxima "explosão" da blogosfera lusitana. Não apresentamos qualquer fundamentação para a ordenação feita. Seria fastidioso tal, sendo conveniente referir, porém, que não seguimos altares iluminados ou iluminantes, mas tão só percorremos os critérios estabelecidos e ponderámos os blogs que conhecíamos. Mesmo sabendo que era muitíssimo pouco.

Eis, pois, os Melhores Blogs Portugueses de 2003 ou de companhia; assim se dizem coisas importantes, apaixonadas umas, ardilosas outras, deslumbrantes todas. De vós este é o fruto. Dos ausentes que a palidez os não atraiçoem. Amem!

1. Abrupto
2. Aviz
3. Janela Indiscreta / A Montanha Mágica / Um Blog Sobre Kleist
4. Blog de Esquerda / Homem a Dias / Dicionário do Diabo / Flor de Obsessão
5. Terras do Nunca / Barnabé / Mar Salgado / Mata Mouros / Grande Loja
6. Ângela Berlinde / There's Only Alice / Absurdo / Silêncio Digital
7. A Natureza do Mal / Klepsydra / A Memória Inventada / Rua da Judiaria
8. Reflexos de Azul Eléctrico / Latinista Ilustre / Miniscente
9. Avatares de um Desejo / Epiderme / Bomba Inteligente / Fumaças
10. Amicus Ficaria / Estarreja Efervescente / Poiares On Line / Estarreja Light

Os Melhores Blogs de Autores Estrangeiros de 2003

1. Letteri Café
2. Kafka em Belo Horizonte / Hotel Céline
3. Alexandre Soares Filho / Andrew Sullivan / The Agonist
4. The Cartoonist / Bibi Fonfon / Desnudas / Grafolalia
5. Prosa Caótica / Sub Rosa / Surrealismo dos Atos/ Mysterium
6. Esporas / Asakhira / DeFocused
7. Vigna-Marú /Giornale Nuovo / Un Que Passava
8. Beat Box/ Iconomy / Simon V / Disquiet
9. Marketing Hacker / Arts & Letters Daily
10. EconoBlog /Eschaton

terça-feira, 30 de dezembro de 2003

10 LIVROS PORTUGUESES DE 2003



1. Caderno de Caligraphia e Outros Poemas a Marga (Vitorino Nemésio, IN)
2. Respiração Assistida (Fernando Assis Pacheco, Assírio & Alvim)
3. A Boca na Cinza (Rui Nunes, Relógio d'Água)
4. Boa Tarde às Coisas Aqui em Baixo (António Lobo Antunes, Dom Quixote)
5. Escritos Autobiográficos, Automáticos e de Reflexão Pessoal (Fernando Pessoa, Assírio & Alvim)
6. Poesia / Dia do Mar / Coral / No Tempo Dividido / Mar Novo / O Cristo Cigano / Livro Sexto (Sophia Mello Breyner Andresen, Editorial Caminho)
7. Obra Completa de José Marmelo e Silva. Não Aceitei a Ortodoxia (Campo de Letras)
8. Conflito e Unidade no Neo-Realismo Português (António Pedro Pita, Campo de Letras)
9. Poesia da Presença (Adolfo Casais Monteiro, Cotovia)
10. Dicionário do Milénio Lusíada, vol. I (Manuel Gandra, Hugin)
  

10 Livros de Autores Estrangeiros de 2003 [colab. Bibliomanias]

1. Odisseia (Homero, trad. Frederico Lourenço, Cotovia)
2. Em Busca do Tempo Perdido (Marcel Proust, Relógio d'Água/ Círculo de Leitores)
3. Diário de Um Fescenino (Ruben Fonseca, Campo de Letras)
4. Pentesileia (Heinrich Von Kleist, Porto Editora)
5. Antologia da Poesia Anglo-Americana - De Chaucer a Dylan Thoma (Campo de Letras)
6. A Rainha do Sul (Arturo Pérez-Reverte, Asa)
7. A Douta Ignorância (Nicolau de Cusa, FCG)
8. Espinosa - Vida e Obra (Steven Nadler, Europa-América)
9. Winston Churchill - Uma Vida (Martin Gilbert, Bertrand)
10. Antologia Poética (Miguel de Unamuno, Assírio & Alvim)

segunda-feira, 29 de dezembro de 2003

10 ÁLBUNS DE 2003

  

1. HoboSapiens - John Cale
2. North - Elvis Costello
3. Silver of Lead - Ursula Rucker
4. Mototronic - Ryuichi Sakamoto
5. Cuckooland - Robert Wyatt
6. Lead Us Not Into Temptation - David Byrne
7. The Mess We Made - Matt Elliott
8. The Raven - Lou Reed
9. Three Street Worlds - Two Banks of Four
10. Miles Davis In Person: Friday Night at the Blackhawk

ALVES REDOL [1911-1969]




Nasce em Vila Franca de Xira, a 29 de Dezembro de 1911

"Os mortos esquecem. Na nossa lembrança o tempo amarelece os seus retratos, também a nossa lembrança morre. São as obras duráveis, ficam como marcos de um caminho percorrido, como sinais que fluem no correr dos dias: podem apagar-se lentamente ou ganhar amplitude, significado e alcance. Homenagear os mortos é ainda uma forma de existirmos, de sermos vivos, de testemunharmos a vida que afirmamos.
O retrato que temos de Alves Redol, tão presente, desenha-se nítido nos anos de um convívio de ideias, na partilha de entusiasmos, de desgostos, de alegrias, de desesperos e, sempre, de certas e comuns esperanças. Podemos ler uma por uma as rugas do seu rosto, seguir as que a amargura vincou e as que nasceram do seu riso aberto, apontar as que forma cavadas pela preocupação e as que marcam uma firme e dura determinação. Somos capazes de ver nos seus olhos a imensa e humana ternura que os enchia e descobrir no fundo deles, como nos olhos de certos retratos de Gorki, o amargo limo das penas dos homens. Somos capazes de imaginar o gesto da mão que segura o cigarro, suspenso e sempre aceso no cliché, a apagá-lo, só fumado a meio, nervosa, no cinzeiro - essa mão de que sabemos o peso exacto quando fraterna se colocava no nosso ombro para ser amparo ou estimulo. A timidez que vemos no sorriso da sua boca ou o rictus que a fecha deixam-nos adivinhar o que ele disse ou, até, o que está pensando: o que talvez não merecesse a pena ficar gravado, coisas pequenas do dia a dia, triviais, e outras, expressão de um juízo meditado longamente, de uma opinião bem fundada, de uma afirmação categórica - como é na vida. Este retrato está nos nossos olhos, só os nossos olhos mortais podem vê-lo.
Um outro vai ser construído pelo tempo, pelos seus leitores futuros, que o encontrarão as paginas dos livros que escreveu, na imaginação física dos seus heróis, no perfil dos personagens que se vão amar e odiar, modelado nas situações vivas dos romances, temperado nas tragedias, nas alegrias, nas lutas, nas grandezas e misérias que descrevem. Essa será a sua verdadeira imagem, o seu retrato futuro.
Aos que hão-de vir deixou dito: «Vão encontrar belas coisas para fazer nessa altura, se o merecer, lembrem-se de mim»
Que o lembre quem mereça.

[Que o Lembre Quem Mereça, in Número Especial da Revista Vértice de Homenagem a Alves Redol, nº 322-23, 1970]

domingo, 28 de dezembro de 2003

OLAVO BILAC [1865-1918]






















Morre na Rio de Janeiro, a 28 de Dezembro de 1918


Locais: Olavo Bilac / Biografia / Olavo Bilac / Olavo Bilac / Poesias / Bilac em Dois Tempos / Antologia Poética / Poemas


"Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura;
Ouro nativo, que, na ganga impura,
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço e o teu aroma
De virgens selvas e de oceanos largos!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!"

[Olavo Bilac, Língua Portuguesa]

ASSOCIAÇÕES DE COIMBRA (XV)




* Choça 16 de Maio (1848) - O Conimbricense refere que "para comemorar a vitoria da revolução popular contra o Cabralismo", na cidade de Coimbra, reuniram-se frente ao Colégio Novo, na subida da Couraça dos Apóstolos, a Choça 16 de Maio. Era presidente, António Marciano de Azevedo (B. P. Sidney); 1º assist. Augusto Pinto Tavares, sendo Orad. Joaquim Martins de Carvalho. Uma reunião memorável foi feita ao cimo da Rua do Cego, com frente para a Calçada (hoje, Ferreira Borges), onde se discutiu, dando cumprimento às instruções da Alta Venda, qual a forma de governo que deveria ser adoptada em Portugal. Após debate intenso, ganhou a proposta de um Governo Republicano. No seguimento da perseguição ao local de reunião, a Polícia assaltou a casa, tendo a Choça se reorganizado sobre o título de Segredo, sendo seu presidente Joaquim Martins de Carvalho. [in, Conimbricense, 1905]

* Choça Fraternidade (1848) - Era seu Pres. Joaquim António de Freitas. As reuniões eram feitas nas casas do Correio Velho, Rua das Fangas (hoje, Fernandes Thomaz). De referir, que se transportou para o local um bilhar para encobrir as entradas dos seus membros. [ibidem]

* Choça Liberdade (1848) - O Pres. era José António dos Santos Neves Dória. Reuniam-se, alternadamente, com a Choça Fraternidade. [ibidem]

* Choça Segredo (1848) - Como se referiu, após a descoberta da Choça 16 de Maio, houve a reorganização da Choça para Segredo, sendo feitas as reuniões no edifício do antigo Convento de Santo Amaro dos Olivais, aproveitando as tardes de Domingo, a pretexto de passeio. Uma vez, reuniram-se no coro da Igreja de Santo António dos Olivais, dado ter a chave o dr. António José Rodrigues Vidal, e quase eram surpreendidos em plena reunião por José Joaquim da Rocha, que ia levar alguns homens a visitar a Igreja. [ibidem]

sábado, 27 de dezembro de 2003

ALFONSO REYES [1889-1959]




Morre na Cidade do México, a 27 de Dezembro de 1959

Alfonso Reyes nasceu em Monterrey (México), formado em Direito, foi ensaísta, tradutor, escritor e poeta, membro da Academia Mexicana, diplomata em França (interessa-se por Proust, Mallarmé, Montaigne), Espanha, Argentina (onde conhece Borges), Brasil (1930 a 1937), colabora no El Imperial e El Sol (Espanha), dirige a sessão de Bibliografia da Revista de Filologia Espanhola, é director do Colégio de México (instituição de apoio aos exilados da Republica espanhola) , obtém o Premio Nacional das Letras.


"—Soy la Muerte— me dijo. No sabía
que tan estrechamente me cercara,
al punto de volcarme por la cara
su turbadora vaharada fría.
Ya no intento eludir su compañía:
mis pasos sigue, transparente y clara,
y desde entonces no me desampara
ni me deja de noche ni de día.
—¡Y pensar —confesé— que de mil modos
quise disimularte con apodos,
entre miedos y errores confundida!
«Más tienes de caricia que de pena.»
Eras alivio y te llamé cadena.
Eras la muerte y te llamé la vida.

[Visitación, in Obra Poética, 1952]

Locais: Alfonso Reyes / Alfonso Reyes / La Cena / Alfonso Reyes - Semblanza y Obra / Alfonso Reyes, anecdótico / Ifigenia cruel (fragmento) / Poemas / Conferencia Inaugural del Ateneo

ASSOCIAÇÕES DE COIMBRA (XIV)


* Alta Venda (1848) - O Conimbricense (18 de Julho de 1905) refere que "o General Joaquim Pereira Marinho, tendo recebido do estrangeiro autorização para poder estabelecer a Carbonária em Portugal, delegou poderes, em relação a Coimbra, no sr. Padre António de Jesus Maria da Costa (B. P. Ganganelli), para poder levantar choças em toda a parte onde julgasse conveniente regularizá-las, dirigi-las, uniformizá-las e relacioná-las entre si". Segundo os Estatutos da Carbonária Lusitana, existia três Câmaras: Alta Venda (Vendicta Coinimbricense), Barracas e Choças. O artgº 1º dos Estatutos rezava assim: «A Sociedade Carbonária é uma Ordem philantrophica, que tem por fim manter a verdadeira liberdade do paiz e o socorro mutuo dos seus consócios».

Em Coimbra, a 29 de Maio de 1848, deu-se inicio à Carbonária Lusitana, sendo eleito Sup. Cons. da Alta Venda, o referido Padre António Maria da Costa. A sua primeira reunião foi na Rua da Ilha. Além da Alta Venda, instalaram-se as Barracas: Egualdade e União; e as Choças, 16 de Maio (depois Segredo) e Fraternidade e Liberdade. Alguns dos carbonários iniciados foram, entre muitos: Abílio de Sá Roque (Robespierre), Adelino António das Neves e Mello (Napoleão), dr. António José Rodrigues Vidal (Odorico), dr. António Luiz de Sousa H. Secco (Cicoso), António Marciano de Azevedo (Sidney), Cassiano Tavares Cabral (Nuno Alvares Pereira), dr. Francisco Fernandes da Costa (Timon 2), João Gaspar Coelho (Archimedes), dr. João Lopes de Moraes (Dupont), José António dos Santos Neves Dória (Huffland), José de Gouveia Lucena Almeida Beltrão (Lamartine), dr. Raymundo Venâncio Rodrigues (Washington), etc. Aconteceu que em Outubro de 1848, reuniu-se a Alta Venda, na Quinta de Coselhas do Padre Maria da Costa, para eleições, tendo sido eleito Sup. Cons. o dr. Francisco Fernandes da Costa. Sucede que ficando "despeitado" o Padre Maria da Costa, entendeu guardar o livro da matricula e todos os documentos relativos à Carbonária, apesar dos esforços feitos para a entrega dos documentos, pelo que foi riscado do quadro da Ordem. Pelo que diz o Conimbricense, chegou a contar a Carbonária à volta de 500 membros, quase todos armados, dado até uma das condições de adesão à Ordem, ser "possuir os carbonários ocultamente uma arma com competente cadastro". [in, Conimbricense, 1905]

* Barraca Egualdade (1848) - Tinha por presidente o dr. António Rodrigues Vidal; secretário Joaquim Martins de Carvalho (B. P. Ledru Rollin) e por tesoureiro, o dr. José Gomes Ribeiro. A legenda desta Barraca era: Eripuit coelo fulmen sceptrumque tyrannus. Reuniam-se em diferentes locais e até uma noite se fez a reunião no Jardim Botânico, na casa da aula de Botânica, pegada à Estufa. [ibidem]

* Barraca União (1848) - Subordinada à Alta Venda, era presidida por Abílio Roque de Sá Barreto. [ibidem]

segunda-feira, 22 de dezembro de 2003

DEO GRACIAS



O Almocreve vai de saída. Após salutar descanso e pequenos trabalhos, espera vir mais prendado para fazer mandas aos profanos. Deo Gratias.

Felicidade e Boas Festas

"TEMOS AGORA UMA OUTRA ETERNIDADE..."



















"Nasce um deus. Outros morrem. A Verdade
Nem veio nem se foi: o erro mudou.
Temos agora uma outra Eternidade,
E era sempre melhor o que passou ..."

[Fernando Pessoa]

domingo, 21 de dezembro de 2003

"DAS PETAS O ALMOCREVE ..."





















"Das Petas o Almocreve é obra tua.
Bem se vê, Daniel, na frase e gosto:
Adiça três de Abril ou seis de Agosto,
É de quem vende rimas pela rua..."

[Bocage, numa "farpa" a José Daniel Rodrigues da Costa, autor do Almocreve das Petas]

BARBOSA DU BOCAGE (MANUEL MARIA) [1765-1805]




Morre a 21 de Dezembro de 1805

"Quando completamos atentamente o retrato de Bocage (...) em que as feições estão vigorosamente acusadas: quando reparamos na testa espaçosa, em que a luz do estro parece circular ainda, e nos olhos azuis e rasgados, que tanto deviam cintilar quando a inspiração baixava, revela-se-nos o carácter do poeta e a índole do seu engenho, pelo exame de reflexão (...) Pela pálida tristeza das faces percebemos que o homem foi pouco ditoso: que o vate estremeceu com as sensações do orgulho e dos triunfos, e que, não se embriagando com as seduções das honras e da opulência, pagou o tributo que em todos os tempos tornou cruel ao génio a sua glória, embora o console depois a crença na justiça da posteridade (...)

Magro e trigueiro, de estatura mediana e curva, o corpo parecia pesado de mais para as extremidades: mas nesta constituição defeituosa havia contudo o que quer que fosse que o não deixava confundir. Os cabelos compridos desalinhados e o movimento maquinal dos dedos, aumentando-lhe a miúdo a desordem, eram outra feição natural dele. O sorriso pouco acudia a animar-lhe as faces macilentas. Melancólico até no meio das cenas de maior alegria, ainda conservava a tristeza no rosto e já o delírio tripudiava em torrentes de versos picantes e maliciosos."

[Luís A. Rebelo da Silva, in Memoria Biográfica e Literária acerca de Manuel Maria Barbosa du Bocage e ...]


"Magro, de olhos azues, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste da facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno.

Incapaz de assistir n'um só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos por taça escura,
De zelos infernaes lethal veneno;

Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) n'um só momento,
E sómente no altar amando os frades,

Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Sahiram d'ele mesmo estas verdades
N'um dia em que se achou mais pachorrento.

[Bocage, Retrato Próprio, In Sonetos, 1915]

ASSOCIAÇÕES DE COIMBRA (XIII)


* Loja Philadelphia (1844) - O Conimbricense refere que a partir da revolução de 8 de Março de 1844, houve perseguição feroz contra ao mentores do partido progressista. Este partido entendeu criar um jornal para reagir às "prepotência da autoridade", tendo sido estabelecida a respectiva imprensa na Rua de Coruche, hoje Visconde da Luz, no edifício da Misericórdia, e a publicação saiu a 9 de Julho. Ora, em Junho estava instalada no mesmo edifício a Loja Philadelphia, de onde provinha a direcção do jornal. Coube a José de Castro Freire a incumbência de instalar a Loja em Coimbra. Pertenciam à Loja Maçónica, entre muitos, o Venerável, Dr. Agostinho de Moraes Pinto de Almeida (Ir. Sócrates), António José Duarte Nazareth (Ir. Camillo Desmoulins), Dr. António Luiz de Sousa Henriques Secco (Ir. Viriato), António Augusto Teixeira de Vasconcellos (Ir. O’Connell) e que era o orador, Padre António de Jesus Maria da Costa (Ir. Sieyés) como tesoureiro, Francisco Henriques de Sousa Secco (Ir. Giraldo), José Maria Dias Videira, Manoel Joaquim de Quintella Emauz, Dr. Joaquim Augusto Simões de Carvalho (Ir. Danton), Dr. Joaquim Júlio Pereira de Carvalho (Ir. Condorcet), Dr. José Teixeira de Queiroz (Ir. Aristides), Luiz Parada da Silva Leitão, José Henriques Secco de Sousa e Albuquerque (Ir. Diógenes), J. F. Mendonça Castello Branco (Ir. Washington), Abílio Roque de Sá Barreto (Ir. Lafayette), etc. Refira-se que o jornal se publicou até 24 de Setembro, dia em que foi suspenso pelas autoridades, tendo-se mudado para outra casa e sido retirados os objectos da Loja, levando-os para a Quinta que o Padre António de Jesus Maria da Costa tinha em Coselhas. As reuniões da Loja faziam-se em casa do Padre António, em Coimbra, na Calçada, hoje Rua Ferreira Borges, com entrada pelo Arco de Almedina. [in, Conimbricense, 1905]

* Associação Nova Especulação (1845) [ibidem]

* Sociedade do Theatro do Pateo da Inquisição (1846) [ibidem]

* Sociedade do Theatro da Rua do Norte (1847) [ibidem]

* Assembleia Académica de Coimbra (1848) – Antes Assembleia Philarmónica de Coimbra [ibidem]

* Assembleia Philarmónica de Coimbra (1848) – Pequeno teatro na Rua do Norte, pertencente ao Cabido. Como o espaço era demasiado pequeno, fundou-se outro no celeiro do mesmo Cabido à Sé Velha. Mais tarde conseguiram obter o espaço da Igreja de S. Cristóvão. [ibidem]

sábado, 20 de dezembro de 2003

"É TÃO DIFÍCIL ..."



É tão difícil guardar um rio
Sobretudo quando ele corre
dentro de nós

[Jorge de Sousa Braga, O Guarda-Rios]

ASSOCIAÇÕES DE COIMBRA (XII)


 
* Loja Segredo (1843) - O Conimbricense refere, que no ano lectivo de 1983/84, Luiz Carlos Pereira, estudante do 3º ano de Direito, fundou em Coimbra, uma Loja Maçónica, a que foi dado o nome de Segredo e de que ele foi Venerável. As reuniões faziam-se na primeira casa no princípio da Rua das Fangas, depois Fernandes Thomaz. A Loja estava arredada completamente da política e funcionava como apoio a estudantes e pessoas "que se achassem desvalidas". Quase todos os Ir. eram académicos, e habitantes da cidade eram apenas três. O litografo Luiz Augusto de Parada e Silva Leitão, foi quem abriu o selo da Loja e quem litografou em cetim branco os diplomas dos Ir.. A revolução de 8 de Março de 1844 fez terminar a Loja. [in, Conimbricense, 1905]


* Sociedade de Alegre Viver (1844) – Foi fundada por quatro rapazes, todos estudantes: António Fernandes Thomaz (direito), Jacintho Alberto Pereira de Carvalho (medecina), José Adolpho Trony (direito e lente, posteriormente), José Maurício de Carvalho (direito e teologia), Ricardo José Pimentel Baptista, José Ildefonso Pereira Carvalho, Daniel da Veiga Saraiva e Augusto Ernesto de Castilho e Mello. [ibidem]

* Assemblea Philarmonica de Coimbra (1844) [ibidem]

* Caixa Económica de Coimbra (1844) [ibidem]

CATÁLOGO Nº17 DE LUÍS P. BURNAY


Saiu o Catálogo nº 17, de Luís Burnay, Calçada do Combro, 43-47, Lisboa, com algumas curiosidades e obras estimadas.

Algumas referências: Nobiliário de Famílias de Portugal, por Felgueiras Gaio, Braga, 1938-42, de 13 vols (raro) / Terra Portuguesa, Revista ilustrada de Arqueologia artística e etnográfica, dir. Vergílio Correia, 1916-27, 7 vols / Poesias de Manuel Maria de Barbosa du Bocage, 1853, 6 vols / Actas das Sessões da Câmara dos Deputados na 1º legislatura depois da promulgação da Constituição Politica da Monarchia Portugueza, 1939 / Almanak Portuguez para 1852, s/ direcção de M. M. de S. Bruschy, 1851 (raro) / As Orações a Israel, de Moses Bensabat Amzalak, 1927 / Arquivo do Distrito de Aveiro: Índice Alfabético dos Autores, Aveiro, 1992 / Israel: notas várias, por Adolfo Benarus, Lisboa, 1924 (curioso censo da população judia espalhada pelo mundo, historia, tradições e espírito do judaísmo) / Boletim Oficial do Grande Oriente Lusitano – Supremo Conselho da Maçonaria Portugueza, Nov. 1906 / Vários opúsculos sobre a polémica Bom Senso e Bom Gosto / Tratado da Agrimensura, no qual se propõe o Preciso para hum medidor de campos, de Cabral Estêvão, 1795 (raro) / Discurso pronunciado na Câmara Electiva em sessão de 23 de Março de 1850 sobre o projecto de Lei repressivo dos abusos de Liberdade de Imprensa pelo Presidente de Legislação ... José Bernardo da Silva Cabral, Lisboa, 1850 (raro) / A Questão Académica de 1907, por Natália Correia / Topónimos e Gentílicos, de I. Xavier Fernandes, Porto, 1941, II vols / A Rebolação: resposta ao folheto "A Reacção" do sr. Brito Camacho, por Frey Gil (aliás pseud. de Artur Bívar), 1932 (raro) / Grande Oriente Lusitano Unido – Supremo Conselho da Maçonaria Portugueza: Rito Escocês Antigo e Aceito para Portugal e Colónias, 1920 / Alma Errante, poesia de Eliezer Kamenezly, c/ pref. de Fernando Pessoa, 1932 / A Bomba Explosiva: depoimentos de diversos revolucionários (28 de Jan. 1908 a 5 Outubro 1910), por José Maria Nunes, 1912 (rara obra sobre os movimentos revolucionários) / Exordio em prol da filantropia & educação física (paginas desconhecidas), por Fernando Pessoa, Porto, Edição Petrus / Vinho de Pasto, por Batalha Reis (vinicultura), 1894 / Ritual do Gr. de Ap. do Rito Francez ou Moderno, GOLU, 1909 / O Couto de Aguim: subsídios para a sua historia, Anadia, 1959 (monografia estimada) / Escriptos Diversos, por Augusto Filipe Simões, Coimbra, 1888

sexta-feira, 19 de dezembro de 2003

ALEXANDRE O'NEILL [1924-1986]






















Nasce em Lisboa, a 19 de Dezembro de 1924

"O'Neill (Alexandre), moreno português,
cabelo asa de corvo; da angustia da cara,
nariguete que sobrepuja de través
a ferida desdenhosa e não cicatrizada.
Se a visagem de tal sujeito é o que vês
(omite-se o olho triste e a testa iluminada)
o retrato moral também tem os seus quês
(aqui, uma pequena frase censurada …)
No amor? No amor crê (ou não fosse ele O'Neill)
e tem a veleidade de o saber fazer
(pois amor não há feito) das maneiras mil
que são a semovente estátua do prazer.
Mas sofre de ternura, bebe de mais e ri-se
do que neste soneto sobre si mesmo disse ..."

[Alexandre O'Neill, Auto-Retrato]

OS FILHOS DO "DELGADO"



"Cada gota de saliva que se liberta da conversação transforma-se em ouro" [Tristan Tzara]

Vão, rapazes! Que está o Luís Delgado na T.V. a esclarecer os indígenas lusitanos. Reparai na boca fina e piedosa do comentarista, mesmo quando o esgar urbano e respeitável o martiriza e o traço maledicente se manifesta. Estais de orelhas atentas, sabemos bem. Vós, a quem a felonia nunca incomodou, pois tendes razões secretas que a recita conservadora vos enterneceu e a gravidade democrática vos perturba, estais esta semana excessivamente sentimental. O Delgado, entre o tédio do défice e o riso ministerial, fez-vos partir à desfilada contra os fantasmas costumeiros. Espevitem bem as orelhas que o Bolo-Rei, desta semana, saiu no Iraque. Estava alapado numa toca qualquer, algures, no assombroso triângulo sunita. O mesmo onde vocês, bravos combatentes de sofá, outrora caminharam civilizacionalmente contra os tenebrosos xiitas, os infames curdos, os demónios iranianos, os pérfidos comunistas iraquianos. Com a mão no peito pela Humanidade, com a América por generosidade, pela Europa por determinação, por todos nós. Graças Senhor nessa Santa Hora. E graças, ainda, pelo Bolo-Rei oferta Bush para todos os guerreiros da imaculada cruzada neoconservadora, nesta quadra natalícia. Abri os vossos portáteis e postai.

Postai até que o torpor da volúpia, as comoções da vertigem do fim-de-semana, o espectro daquele homem-de-barbas vos ensine que "sobre o mais belo trono do mundo nunca se sentou senão um rabo" [bem nos dizia Montaigne].

ASSOCIAÇÕES DE COIMBRA (XI)



* Loja Restauração (1842) - O Conimbricense refere, que posteriormente à restauração da Carta Constitucional, em 27 de Janeiro de 1842, a maçonaria em Coimbra representante do partido Cartista, "viu-se triunfante, tendo por si o apoio do governo". Ora o administrador geral do distrito, José Maria Cardoso Castello Branco foi substituído pelo Visconde da Graciosa, e posteriormente, por decreto de 8 de Outubro, foi nomeado Governador Civil, António de Oliveira Lopes Branco.

Diz o Conimbricense que uma das coisas que teve em vista foi reorganizar a maçonaria na cidade e em todo o distrito, lançando mão nos elementos da Loja maçónica do Arco da Almedina, fundando uma outra. Assim, foi na casa onde outrora foi refeitório dos frades (no Claustro do Pilar) de Santa Cruz que se estabeleceu a Loja Restauração, nº 27 ao Or. de Coimbra. Pertenciam um grande número de pessoas, não só da cidade, mas quase todos os administradores do concelho e do distrito, párocos e regedores. É referido uma ocasião onde foi iniciado um "cavalheiro do concelho de Anadia", em que estava presentes 150 Ir., vindos dos diferentes concelhos, seguido de um "magnifico banquete". C

Como Lopes Branco foi eleito deputado, pelo colégio eleitoral do Douro, ficou Venerável da Loja, José António de Amorim. Curiosamente, o deputado Lopes Branco tendo passado da maioria para a oposição, dirigiu de Lisboa para Coimbra, e à Loja Restauração, uma prancha com "o fim de a fazer passar para a oposição". Após reunião, a Loja deliberou que como Lopes Branco não a tinha consultado para passar para a oposição, esta não se obrigava a segui-lo na sua carreira política. Depois da remessa da prancha da Loja para Lopes Branco, este aparece em Coimbra anunciando a necessidade de convocação da Loja. Sabedores de tal facto, vários elementos da Loja dirigiram-se à casa da Loja, desmancharam tudo e fizeram "abater colunas", impossibilitando Lopes Branco de fazer a projectada reunião. Desde então a Loja nunca mais funcionou. [in, Conimbricense, 1905]

* Sociedade de Socorros Mútuos (1843) [ibidem]

* Sociedade Philarmonica Conimbricense (1843) [ibidem]