sábado, 14 de agosto de 2010
NÃO … NUNCA … JAMÉ!
"Na luminosa tarde de Verão mergulhados,/Vagarosamente deslizamos..." [L. Carroll]
O rigor de veraneio entusiasmou-nos. Olhem só, acima, como estamos quebrantados. Caprichosos! Há, nessa frescura de espírito, uma tranquilidade que nos salva do idiotismo da paróquia e do mestre régio pátrio. Longe da graciosa silly season, que o rebanho dos colunistas esforçadamente costura na preia-mar indígena, agradecidos estamos no nosso fogoso amparo. Eis o que é veranear!
Não nos atrevemos, portanto, a ressuscitar o presente vaudeville governamental. O Freeport do sr. Procurador e do seu Vice é uma lista de inspiração curiosa, um testemunho de tal agrado & protecção do dr. Cavaco, que não ousamos adornar a didáctica jurídica com histórias tormentosas. O espectáculo pode continuar! Ou então deixemos isso para o talentoso adiantado mental Henrique Monteiro (via Expresso há 1 semana) ou para o paradoxal Sousa Tavares, o castrado escolar. Ambos fazem as delícias das lavadeiras já sem esperança de casar. Não é preciso riachos de tinta ou composições de cidadania. Já não há milagres, nem lamúrias que nos salvem desses senhores. A lista de mazelas não tem fim.
Nunca contribuiremos, portanto, para o estilo sentencioso do "bota-abaixo" (genuflexão sr. Vieira da Silva), nem sequer para a tirania dos números (esses traidores) com que nos presenteia a economia indígena do sr. Sócrates & amigos. Temos os Bessas (um deles ou todos por atacado) para nos elucidar e o dr. Metelo para nos iluminar. Para declinar o bom gosto e a honestidade intelectual desses cómicos da economia & finanças, não contem connosco. Consintam, apenas, que evoquemos (neste "cenário de guerra" à la Rui Pereira) esse ser extraordinário, esse boticário de aldeia, essa gravura imortal que é o sr. António Serrano, agricultor. Bem-haja pelas suas maquinações sobre a "lavoura" e a sua melodia sobre os fogos. Apenas não se compreende como a (bela) f. Câncio, jornalista de faca e alguidar, nas suas costumeiras dicções prosaicas ao génio do sr. Sócrates, não guarda na alma e na harmonia do verbo uma qualquer escrita épica ou poema heróico, ou uma simples ode, a esse fantástico mártir da governação. O cavalheiro merece o fragor de uns linguados. Podem crer!
Jamé mencionaremos, portanto, a distinção (ou um suspiro sequer) feito ao distintíssimo doutor-mestre-conferencista Manuel Pinho, o egrégio portuga que irá marinhar nas terras de tio Obama. Gloria in excelsis, sr. António Mexia. Depois da converseta sobre o fim das reprovações no ensino (gentileza da dra. Alçada) o caminho seguinte seria por o mestre-escola a pagar para leccionar qualquer coisinha. O que se verifica. Gracias, EDP!
E, assim, o nosso exquisito veraneio (veja-se a foto acima) terá sempre a leveza de um ganhão de campina (estamos aqui, mestre Jakim), convenientemente monologado no respeito de “braço às armas feito” [Camões, com a nossa estima] & segundo a tradição da velha (nova) União Nacional, que o “respeitinho é muito bonito” (não é?). Para já (re)começamos a ler esse livro de culto do dr. Vital e do dr. Canotilho, “a Constituição instruída do dr. Cavaco Silva”. Estamos sábios, contentes! E veraneantes!
Um beijo & um abraço (conforme o repertório).