sábado, 3 de julho de 2010

MORRENDO À CARLOS QUEIROZ


"a pátria em calções e chuteiras, a dar rútilas botinadas" [Nelson Rodrigues]

O inevitável aconteceu: a selecção portuguesa, brasileira e argentina, todas ungidas no lirismo patrioteiro, caíram mortas de tédio e gratuitas de irrelevância futebolística. Os teams, ungidos em ferocidade por essa fatal "invasão da estupidez" dos curiosos de bancada, sucumbiram à própria ideia da civilização e mentalidade desportiva. Perante a vida de futebol pragmático dos espanhóis, no regresso da autêntica "velocidade burra" holandesa e face à maldição da organização e frieza alemã, a tragédia (mesmo se "Deus é esférico") teria de acontecer.

Curiosamente, se a um certo senhor Carlos Queiroz o detalhe da planificação (curta & extravagante) o torna cego e lerdo de tanto pensar, já em Dunga a nostalgia defensiva e o pavor da correria dos holandeses o fazem ficar muito longe da máxima do grande Neném Prancha:"o jogador de futebol deve ir na bola como se fosse num prato de comida". Ora tal verbete, mesmo se documenta a equipa do vate Maradona, só pode ser enunciada com organização e "sandálias de humildade".

Quanto a nós, e resumindo a coisa, diremos que o verdadeiro brasileiro, o único argentino, é o argentino-brasileiro prof. Carlos Queiroz. Faz três em um e sempre com um alienado discurso nos lábios. Frouxo, manso, mau de bola, mas muito malabarista da palavra, eis o vaidoso Queiroz. Uma promoção Madail, um negócio (ao que parece) para continuar ... hors concours.