sexta-feira, 7 de agosto de 2009


BLOGS!?? ONDE ESTAVÁMOS NÓS???

A introdução (sempre essa problemática cruciante) dos blogs partidários na blogosfera doméstica entusiasmou tanto a plateia literária (ou pocilga política) que, de imediato, a praça pública, ora de gatas ora em finca-pé, homenageou laboriosamente tais criaturas. As histórias promulgadas no Simplex, de feição humorista-socratista, concorrem com o lento latejar da lida de inéditos da sra. Ferreira Leite, para os lados do Jamais.

Num, o depoimento político ou negócio de recados, capricha a necrologia do regime, a lembrar os vieux temps marcelistas, firmados pelo autorizado carteiro, com o "cabelinho à fosga-se", o sr. João Tiago Silveira. No outro estabelecimento, olhos fitos no trautear cavaquista, o viveiro arruinado da Rua de São Caetano à Lapa faz estampadas postas para conjurar a dita luxúria da escola do dr. Cavaco.

No primeiro, a ciência política é uma simplória gambiarra do governo, enquanto a economia política se lhes afigura uma epidemia glossológica (siga-se para o efeito, mansamente, os trabalhos desse leitor de lombadas financeiras, o jovem Galamba ou as primorosas estatísticas do superlativo Hugo Mendes). Naquele outro, o espectador conclui, invariavelmente, que não só a política precisa de ser modernaça (isto segundo a predicada bondade filosófica do paladino José Gomes André) como a sra. Ferreira Leite, antes & depois do balsedo eleitoral ou pela intensidade vulgaríssima da sua doutrina visionária e que tanto obrou em tempos idos, é essa salvação certa contra os tementes do sr. Sócrates.

Curiosamente, no Simplex, a pragmática celebrada (das origens ao presente) de alguns viciosos catilinários do sr. Sócrates & Maria de Lurdes segue o método exposto pelo subtil Curzio Malaparte (sempre de utilidade didáctica nestes assuntos). Isto é, a coberto dos interesses corporativos mais descarados (que não graciosamente ideológicos), prolifera a técnica de paralisar os adversários, concentrando esforços em objectivos principais e "atacar directa e duramente sem fazer barulho". Assim se explica o rancor analfabeto de João Paulo Pedrosa, crocando exteriorizadas postas reaccionárias contra certa esquerda, que o leva singularmente a nunca observar, manusear ou debater as políticas seguidas pelo seu patrono. Como aluno do sr. Santos Silva (o picaresco malhador), não poderia estar melhor. Não por acaso o rapaz, serôdia e tacanhamente, diz-se militante da ala direita do sr. Sócrates. Como se não o soubéssemos já!