quinta-feira, 11 de dezembro de 2008


EDUCAÇÃO: dias amargos, gente inútil (II Parte)

Eis, a partir daqui, como poderia ser seriamente discutida a profissão docente, a sua problemática, o enquadramento regulamentar e a sua avaliação institucional. Mas sem qualquer seriedade, o ministério e o governo com o apoio de um grupo, quase sempre apoiado na ourivesaria do regime (o ISCTE, curiosamente agora fundação, com o justificado lente Rui Pena Pires à cabeça), com muita prosápia e pouca modéstia prefere instalar o caos na Escola que pensar ou ponderar tudo. A saturação é, actualmente, de rara revolta e a licenciosidade das medidas tomadas e a tomar, é um study case para a teoria política e o sistema das organizações.

O governo, com a meritíssima graça da Presidência da República, ou não tivesse por lá o senhor David Justino e não fosse ouvidor escolar do dr. Cavaco esse inefável Marçal Grilo (o póstumo Moreira Baptista da Gulbenkian), com igual alistamento de ex-Presidentes (Sampaio e Soares), com a hipócrita cavalaria universitária (novos lentes) que ao longo de anos formatou o ensino e a educação indígena (caso sinistro é da Maria do Céu Roldão & outras luminárias do eduquês doméstico), não consente qualquer tipo de reformulação.

A digestão opinativa de alguns levianos indígenas nesse mister renderá decerto muito emprego (próprio & alheio), mas para além da arruaça e calúnia que todos os dias proferem, nada consente que se esteja presente uma autónoma e séria reflexão sobre o sistema educativo e os docentes, assunto que nunca publicitaram. No invés, a chateza é sim estudar, reflectir, avaliar, argumentar. Cansa muito ser cidadão íntegro, nesta paróquia enternecedora do eng. Sócrates & amigos. Não legitima ninguém e apenas vergasta os seus preclaros obreiros. Ao que parece, a receita para obter a licença de uso e porte de opinião é estar a sebenta política validada (avaliada) pelo sarapatel da actual União Nacional, a coberto dos amestrados & afectuosos do eng. Sócrates. Coisa de fazer inveja ao clássico prof. Marcelo Caetano.

E se assim não for, ninguém está a salvo das ameaças do regente do reyno e do seu pontificado. Siga-se, para demonstração, a ladainha e apure-se o vício desses ridículos vassalos: reparem no rigor dogmático do indigente José Lello, durante os seus estapafúrdios televisivos; pondere-se na paródia que é seguir o pensamento e saber educativo do ex-sindicalista João Pedreira, nessa sua tournée diária nas TV’s; leia-se as empasteladas croniquetas da inconsolável beata socrática Fernanda Câncio sobre a infalibilidade do Papa Sócrates (matéria de fé) e da doutrina ensinada quase sempre de uma religiosidade analítica irresponsável e provocadora; tenha-se em atenção esse farejador de tragédias históricas, mas sempre remansoso no seu emprego doméstico, o limpo e delicado Rui Ramos, oriundo da plumitiva e militante universidade onde, presumidamente, além de "cursos de apontamentos e fotocópias" nada se passa de substantivo, interessante ou reformador; complete-se a comédia com os triviais escritos de António Ribeiro Ferreira (em tempos com vindimadas "estórias" no jornalismo de Coimbra), onde na vexata question da educação segue (em regular ignorância) o reboliço épico & ternurento da obra (nunca por si exposta) da sra. Lurdes Rodrigues.

Para esse curioso grupo farcista, bem como para os neófitos professos da "nova esquerda" (velha direita, entenda-se), a "defesa" de Lurdes Rodrigues é uma questão de emprego, de orfandade, de requinte fradesco, de azedume romântico, de ociosidade, de copiosa ignorância. Não há nada de ingénuo e íntegro, por ali. Apenas gente inútil e de vida amarga.