quinta-feira, 18 de janeiro de 2007
Tertúlias no Casino
A Figueira da Foz tem destas coisas. Terra simples e de gente boa, isolada da civilização (que há muito a esqueceu), onde pouco ocorre e nada nasce, volve por vezes à vida. Os senhores locais, à falta de missão elevada e estima própria, animam-se sempre com os obséquios aos notáveis. Por vezes, os seus indígenas, são mesmo grotescos - como o desengano do dr. Santana Lopes, agora, revela. Noutras ocasiões são tão respeitáveis, entusiastas e festivos, que a todos comove. Que a todos enobrece.
Foi esse o caso, ontem (dia 16), na inauguração das Tertúlias no Casino, com a participação do dr. Mário Soares. Com o salão nobre do Casino da Figueira pleno de tertúlios, de virtudes ilustradas e estima ardente, a reunião celebrou o gosto pelo debate (ainda possível no país), caprichou no brilho e esplendor com que sabe receber, festejou o convidado. Merecidamente!
É certo que Mário Soares cedo assumiu que não argumentaria sobre questões de política interna. O que não deixa de ser curioso face ao estado calamitoso do país. Compreende-se. Mas bastou o que disse sobre Blair, Bush e a UE, para se entender o que lhe alumia o espírito. Ao dr. Soares, como se sabe, tudo se perdoa. Porém, há ocasiões onde a palavra, mesmo que de prata seja, não resulta em silêncio de oiro. A generosidade não vai a tanto. Nem o país.