quinta-feira, 4 de maio de 2006


O Mecenas

"Espiava nas montras a figura que não tinha e continuava com a figura que fazia" [Alexandre O'Neill]

O periódico das graças de José Manuel Fernandes, alma falante do jornalismo indígena, que galvaniza os corações neoliberais e o peito persuasivo de donzelas com idades de casar, está com uma "má performance" financeira. É bom de ver que a ventura de José Manuel Fernandes é não ser pago por objectivos, como o ex-comunista Mário Lino exige à canalha do sector público. Pelo contrário, tem sido, por essa admirável sociedade de cavalheiros da Sonaecom, alimentado como um aristocrata, o que lhe permite dirigir as notícias do gentio pela fechadura neoliberal, que transporta com enlevo, independentemente dos proveitos financeiros do grupo.

A bondade de José Manuel Fernandes reside em exigir, com instinto paternal, para os outros aquilo que o bom senso demandaria para si. Na verdade, os magnates indígenas têm sempre uma servidão curiosa para com os intelectuais. Mesmo os analfabetos. Pelo que se sabe, nem um reparo lacrimoso do infatigável mecenas Belmiro de Azevedo se avista. Porque será assim é coisa que o velho Marx nunca nos disse. E a esmola continua. Em frente J.M.F.!