segunda-feira, 31 de outubro de 2005


O Anibalismo

"Cavaco Silva não têm programa ou sequer discurso de ideias" [Proença de Carvalho, Rev. Expresso, 29/04/1989]


"... Nunca li uma biografia de Aníbal [lynk da gerência & fora do texto], pelo que tenho de me cingir ao acervo de intuições populares que definem o anibalismo como doença decorrente de um excessivo apego aos elefantes. Mas, segundo a tradição popular, o anibalismo gera, em doses preocupantes, uma conduta pesada e pouco grácil, mais orientada pelo sentido do vento do que pela vista, que é tosca; incapacidade para o subtil e terror das «nuances», o que costuma minar o sentido do humor; uma memória persistente mas grossista; e uma grande dificuldade em sociabilizar fora do ambiente restrito da manada [lynkagem pela gerência, fora do texto de NBS]..." [Nuno Brederode Santos, Anibalismo, in Revista Expresso, 14/10/1989]

"O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP) emitiu ontem uma nota de imprensa em que considera "impróprias e injuriosas" as afirmações de Cavaco Silva, ao abordar a necessidade de diminuição de funcionários públicos, numa conferência proferida na passada quarta-feira, na Faculdade de Economia do Porto. "Como nos vamos livrar deles? Reformá-los não resolve, porque deixam de descontar para a Caixa Geral de Aposentações e diminui as receitas de IRS. Só resta esperar que acabem por morrer", afirmou o antigo líder do PSD.
Tal declaração mereceu por parte do SINTAP "contestação e mesmo indignação". O sindicato considera que "este professor de Economia esquece-se das obrigações que tem como antigo primeiro-ministro deste país, esquece-se deliberadamente do que fez enquanto governante com a criação dos 'disponíveis' e esquece-se também da forma como 'resolveu' (?!) os problemas dos trabalhadores da administração pública no seu tempo de governo". Lembrando ainda que "o professor Cavaco Silva" é "ele próprio trabalhador da administração pública"", o sindicato pergunta: "Qual a sua moralidade para dizer hoje o que diz? ..."

[reflexão notável do prof. Cavaco, que em boa hora nos foi lembrado via mail por M. Pires, e publicada no Público, "Sindicato da Administração Pública Contesta Declarações de Cavaco" - no dia 2 de Março de 2002]