quarta-feira, 8 de junho de 2005


Fogos

Continua o inferno. Todos os anos somos abrasados pelo fogo. Sem saber bem qual o nosso pecado. O nosso infortúnio. O que fazer. Todos os anos a história se renova como uma profanação. Uma maldição. Não sabemos se o desprezo deva ir inteiramente para nós, quando num abandono indigente cedemos a vigilância e a prudência, que devia ser de todos, à inteligência de outros ou se deva ir directamente para essas luminárias da protecção civil, do poder local e do governo. A indiferença com que abraçamos tudo isso não tem piedade alguma. A responsabilidade é sempre nossa, mesmo que os Lidios Lopes, os Paulos Pereira Coelhos, os Antónios Costas e os Jaimes Soares, deste mundo, insistam que a culpa é deles e só deles. O que se passou nas Alhadas ou em Vila Verde é indescritível. E assustador. Triste país o nosso.