sexta-feira, 6 de maio de 2005
Aniversário do Abrupto
"Este retrato vosso é sinal
ao longe do que sois, por desemparo
deste olhos de cá ..." [Sá de Miranda]
Motivo de felicitação. O Abrupto comemora o segundo ano de bem aventuranças, entre memórias e testemunhos virtuosos. Fonte de abundância discursiva, pouco acomodado às normas do politicamente correcto, impetuoso na análise e parco nos lamentos, JPP parece olhar o mundo, timidamente, como se de um imenso tumulto de tratasse. Aqueles que à sombra da bênção das instituições se procriam entendem que é pura insensatez. Puro engodo ornamental. Caso passional. Pouco complacentes, tais personagens nunca compreenderão a vida nas (das) palavras. Como o poderiam?
O desterro político de JPP, engolfado entre colunas de jornais e o blog, é a nossa ventura. A sua afoiteza intelectual, a nossa glória. O seu cativeiro partidário a nossa fraqueza. E a sua desdita. Porque JPP não tem nada em comum com tão estranha gente, porque "não há fidelidade que não seja pessoal" [H.H.]. Assim o cremos.
Muitos parabéns, acompanhados de um ror de inveja por não termos sucateiros tão ilustrados e felizes no seu trabalho. É a vida!
[foto: Vilamoura, Feira do Livro, Agosto 2001]