terça-feira, 1 de março de 2005
Um apito dourado para o senhor Costa, já!
"Ele não fazia nada de particular, mas fazia-o muito bem" [William Gilbert]
Temos noutes assim: muito fanáticas. Também podemos contrair a doença do César das Neves, ou não? Dizemos sem qualquer malícia: o senhor António Costa tem, de facto e de direito, obrigação de receber para rastreio arbitral um extraordinário e dourado apito. A requintada prestação que fez no jogo Porto-Benfica, se convenceu indígenas cegos e lacrimantes, uma meia dúzia de exaltados analistas do éter, cinco repórteres estrábicos e recebeu as palmas do edil de Gaia (presume-se que está em todo o lado), a nós, com indisfarçado orgulho encarnado, a justa homenagem que fazemos é dar-lhe o tal apito.
António Costa & Costa foi empanturrado de aplausos. Até o frenético Fernando Seara, de Sintra, jura, pela saúde de Eusébio (já se vê), que a gramática legislatória da arbitragem foi zelosa e submissa. Não nos convence o testemunho. Ao fim dos 20 minutos científicos e à Benfica, a rapaziada azul e branca foi acometida da doença (praga do César?) das faltas, acompanhadas de impropérios vários ao tal Costa e respectiva família. Conhecemos o filme. Não somos daqueles que pensamos que a arbitragem é tendenciosa se marca penaltys que não existem ou o seu contrário, mas tão só queremos assinalar que um verdadeiro árbitro, daqueles do dourado apito, não necessita dessas divertidíssimas cenas. Basta não admoestar jogadores (seja de que cor tenham) quando prevaricam. Basta permitir que uma qualquer equipa ou jogador intimide o adversário. Basta não manter a ordem (estamos, decididamente, rigorosos) estabelecida pelo cardápio da arbitragem. Sem falsas subjectividades.
Pronto, já está. E foi penalty contra o Simãozinho, passe os gorjeios dalguns. Que se saiba, o ombro ainda não descai até à manápula. Terminamos: o empate é justo, qualquer equipa podia ter ganho. A dúvida é: e o senhor Costa, o António? Ganhou o quê?