quinta-feira, 27 de janeiro de 2005
Sofá, Futebóis & um Vintage Niepoort's de 1955
"Preguicemos em todas as coisas, menos no amor e na bebida, e menos na preguiça" [Lessing]
Perdão. Isto foi futebol sincero e um arreda devaneios do nosso coração. A malquerença tem pergaminhos e a virtude quer-se bela. Ainda pairámos, alapados no sofá que o nosso mister era cair na penumbra aluarada. O dia tinha sido de merecimento e "dormir faz bem às palavras". Porém, o dedo no comando não resistiu à súplica da Luz. Ao ressoar do apito, sem Valentim & Costa bem entendido, já caminhávamos para a ruína duma interminável noute de futebóis, com Seabras e Nobre Guedes a milagrar pelo meio e o Seinfield ali ao lado, na espera.
Aos 3 minutos éramos tocados pela fortuna de Geovanni e pelo sabor dum Niepoort's, que abriu as hostilidades. Ainda o Chelsea não tinha levantado ferro, nem Sá Pinto invocado qualquer tradutor de serviço em versão mouro, já tínhamos gelado a lagartagem. Bem sabemos que a coisa foi breve, mas 10 minutos dá, sempre, para várias considerações. Lá pró fim, o salvador de serviço, Simão de seu nome, evitou a desgraça de se abrir uma segunda garrafa. Era a perdição e o terror na garrafeira. Brindemos aos Tiagos, então. Dois hip hurras ao do Chelsea e um bem-haja ao verde d'Alvalade. E, já agora, parabéns Mourinho. Aliás parabéns a todos. Dois jogos assim são uma afronta ao mau futebol. Uma resistência ao mau gosto. Pena o vintage ser fugidio, como o descanso e os futebóis.