domingo, 19 de dezembro de 2004
Excitações Lusitanas & mais do mesmo
- os domésticos socialistas da cidade do Porto, sempre pródigos nas suas perturbações de fé eleitoral, congratularam-se pelo providencial apoio do senhor Pinto da Costa contra o insolente Rui Rio. O país nem um sorriso profundo manifesta. Nem um esgar incómodo declara. Ninguém se chega à frente em reparos. Mas sabe-se que os mistérios portuenses dão sempre em alucinações entusiastas, que invariavelmente acabam em arriscadas hermenêuticas no Bolhão.
O brinde do virtuoso Papa Costa foi disputadíssimo. O estremado Francisco Assis deu o amem rosa. Fernando Gomes comoveu-se pelo altíssimo discurso do sr. Pinto da Costa, esse incansável paladino da democracia. Nuno Cardoso amuou. A tralha socialista reclama um regresso. Sócrates resta um túmulo. Enquanto isso, o inefável Marco António confessa que frequenta as Antas aos domingos e dias santos. Consta, ainda, que Luís Filipe Menezes teve uma apoplexia, politicamente falando, é claro. Como são puros os ares da província.
- a economia já era. As lambiscadas dos tediosos opinion-maker's da coisa económica andam cansativas. Enjoam pelos testemunhos. Todas as manhãs lá vêm a ordem de argumentos em defesa do defunto. Entre as trevas da política económica, saltam as vozes puristas do professorado. Miguel Cadilhe consegue ver a borda do precipício, mesmo que esteja à sombra de quem o construiu. O deslumbrado Miguel Frasquilho, aleijado pelas mazelas pós-keynesianas, entretém os indígenas na comédia divertida do choque fiscal. Ignora-se, apenas, como entende imolar o Estado. O professor Cavaco, em magnifico delirius oeconomicus, fustiga os seus imediatos da governação, cavalga a besta do apocalipse pátrio, taramela qualquer coisa. A lenga-lenga do prof. Cavaco esquece o caudal económico dos disparates Barrosistas e, principalmente, a mercearia da senhora Ferreira Leite. Mas não faz mal a sabatina económica. O charivari é ensurdecedor. A turba indígena está de consoada. O bacalhau não desaparece, de vez. Deo gratias!