terça-feira, 30 de novembro de 2004
[1935, às 20h30m, Fernando Pessoa liberta-se do corpo]
"Só na água dos rios e dos lagos ele podia fitar seu rosto. E a postura, mesmo, que tinha de tomar era simbólica. Tinha de se curvar, de se baixar para cometer a ignomínia de se ver" [in, Livro do Dessassossego]
"Como o presente é antiquíssimo, porque tudo, quando existiu, foi presente, eu tenho para as cousas, porque pertencem ao presente, carinhos de antiquário, e fúrias de coleccionador precedido para quem me tira os meus erros sobre as cousas com plausíveis, e até verdadeiras, explicações científicas e baseadas. As várias posições que uma borboleta que voa ocupa sucessivamente no espaço são aos meus olhos maravilhados varias cousas que ficam no espaço visivelmente" [ibidem]