segunda-feira, 10 de maio de 2004


O Protesto Operário [nº 1, 5 de Março de 1882]

"Com a fundação do Partido Socialista a 10 de Janeiro de 1875 e desaparecido o «Pensamento Social» (...) dois novos jornais de carácter socialista foram, entretanto, criados: «O Protesto» e «O Operário», os quais mais tarde se haveriam de fundir para dar lugar ao «Protesto Operário», órgão do Partido Socialista e que mantinha uma redacção em Lisboa e outra no Porto.(...)
Algumas colaborações estrangeiras, obtidas por intermédio das relações internacionais mantidas pelo Partido Socialista ou devidas à permuta internacional entre jornais operários e socialistas, artigos e informações da actividade partidária e, destaque para os Documentos e decisões dos Congressos, etc..."

[César de Oliveira, in Antologia da Imprensa Operária Portuguesa, P & R, 1984]

"... Karl Marx acaba de falecer em Londres quase repentinamente em resultado de uma doença de peito, contraída há pouco mais de um ano junto de sua esposa moribunda.
Desapareceu o mais eminente dos socialistas contemporâneos e um dos mais profundos socialistas da nossa época. É a ele principalmente que se deve o carácter histórico e cientifico que assumiu o socialismo utopista e sentimental da primeira metade deste século. (...)
A grande obra deste ilustre pensador «O Capital» ficou por acabar. A primeira parte dela, A Produção das Riquezas produziu uma verdadeira revolução mesmo no sentido ex-cátedra da economia politica em toda a parte onde este ensino não está completamente mumificado. A segunda parte, A Circulação das Riquezas supõe-se ficou bastante adiantada, e a ponto de poder ser publicada por Frederico Engels, o amigo mais íntimo e mais digno intérprete de Marx.
O terceiro volume História da Teoria devia ser uma análise critica de toda a literatura e economia. É para recear que apenas existam fragmentos esboçados, porquanto Marx considerava esta parte como um trabalho ligeiro e fácil ..." [Karl Marx, in Protesto Operário, ano II, nº 3 de 25 de Março de 1883, ibidem]