Arrumos & Notas
- Na Revista Internacional Pensamento, Ano 1, nº 11, Janeiro de 1931, refere-se o programa das Juventudes Socialistas, com fotografia de Angelino Monteiro da Silva, "principal fundador da Liga da Mocidade Socialista do Porto"; um artigo sobre a morte de Manuel Luís Figueiredo (da Fraternidade Operária, jornalista d'O Protesto, Voz do Trabalho, Partido Operário, Eco Metalúrgico e, Propaganda, O Produtor, O Setubalense e Trabalho, todos estes de Setúbal, militante do Partido Socialista, tendo sido delegado ao Congresso Internacional de Paris, companheiro de Agostinho da Silva, etc.). No Ano II, nº 14, Maio de 1931, saliente-se um texto intitulado "Dois Retratos de Lenine", por Máximo Gorki e uma curta biografia de César Porto.
- a separata do Jornal A Voz (12 a 16 Março 1959), Direcção Perigosa (Reflexões da carta do Senhor Bispo do Porto), considera a célebre carta do Bispo [António Ferreira Gomes], com referências à situação social e politica, como um precioso auxiliar aos “elementos de oposição” e ao partido Comunista, pelo que, e dado o apoio daqueles aos dizeres do Bispo do Porto, resolve apresentar provas desse suposto auxílio, começando por referir o jornal Avante e depois, na sequência da candidatura de Arlindo Vicente e de Humberto Delgado, os infiltrados "comunistas" (presos e condenados) em extensa lista (prof. Alberto Lopes da Silva, o comerciante Almar Viegas Pires,do comité de Ovar, o advogado António Feio Ribeiro da Silva de Viana do Castelo, o escritor Luís Veiga Leitão de Braga, adv. Martins da Fonte da Povoa do Varzim, o Padre Francisco de Almeida de Amares, etc.), passando para a reacção da imprensa estrangeira, notoriamente de apoio ao Bispo do Porto. Curioso documento.
- de publicação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o opúsculo "Fundação das Cozinha Económicas de Lisboa", um discurso "proferido no descerramento do painel alusivo à iniciativa da Duquesa de Palmela", no dia 22 de Abril de 1944, por Braga Paixão.
"... Certo dia Primeiro de Maio, viram-na [a Duquesa] apear-se, á porta da Cozinha dos Prazeres, para onde subitamente resolvera dirigir-se. Vinha do Paço, vestida esplendorosamente de branco (...) por lhe terem ido dizer que uma onda temerosa, negra, de povo, convocado para manifestação ali próximo, no Cemitério, e precisamente contra as Irmãs, que trabalhavam na cozinha. (...) Felizmente, que a iminência da tempestade se veio a resolver em desfecho inesperado, e bem diverso: os manifestantes invadiram em massa, é certo, a Cozinha, mas para procurar descanso nos seus bancos, e saborear os petiscos que as freiras preparavam. Não houve mãos a medir nesse dia na Cozinha dos Prazeres, o pessoal não chegava para despachar tanto serviço (...) Seis mil «manifestantes» comeram nesse dia ..." .