quarta-feira, 18 de fevereiro de 2004

De que serve?

De que serve ouvir-te e não fechar-me
em arvores de silêncio?

De que serve o canto quando está
um cerrado punho na garganta?

De que serve o grito quando acaba
por fatigar as letras que não há
nesta ausente escrita que é esperar-te?

[João Rui de Sousa, in Revista Relâmpago, nº 13, 2003]