domingo, 1 de fevereiro de 2004


Cuidem-se!

O esmifrante sociólogo Luciano Espectador prepara-se para cantar nos 100 anos do nascimento de Raymond Aron (2005) algumas triviais banalidades do autor de "As Etapas do Pensamento Sociológico", sugeridas ao que se sabe pelo extraordinário e "conhecido" sociólogo português Eduardo de Freitas, como a fradesca defesa contra o pecado carnal do amor livre, a discussão entremeada sobre as gulodices das drogas e a vigorosa defesa contra a homossexualidade. Tudo bem regado pelo Maio de 68 em França, com os libertinos estudantes parisienses em pano de fundo. Ao que se sabe, não situará na obra de Aron a luta anti-colonialista, em memória do aroniano e casto ministro da defesa de Portugal. Aproveitará, porém, para malhar em Foucault e Derrida, ou mesmo nesse petulante Sartre, autores que, como se sabe, nunca existiram, não têm obra, nem se viram e ouviram nesses fatídicos dias de Maio de 68. A performance, culminará numa teorização assombrosa sobre o horror dos intelectuais europeus contra os EUA, lendo opúsculos de Bush, intervalados com uma oratória sobre a obra "Ópio dos Intelectuais", expurgando, evidentemente, as alusões a Lord Keynes. Por último, confessa Luciano que não pretende falar de Sokal, não irá referir o que pensa Isaiah Berlin de Aron, e jura que o prof. Maltez não se amotinará da cadeira. No final, a Sociedade dos Intelectuais, assim rejuvenescida, irá em romaria fazer a queimada das "Dezoito lições sobre a Sociedade Industrial", para a qual convidou um assombroso anti-sindicalista eborense, porque na verdade "history is again on move". Bom trabalho.