quinta-feira, 4 de dezembro de 2003


 
Rainer Maria Rilke [1875-1926]

Nasce em Praga, a 8 de Dezembro de 1875

"O tempo não é uma medida. Ser artista é não contar" [Rilke, in Introdução a «Cartas a um Poeta», Portugália, s/d]

"Só uma coisa é necessária: a solidão ... E o seu crescimento é doloroso como o das crianças e triste como a ante-primavera. Caminhar em si próprio e, durante horas, não encontrar ninguém, a isto é que é preciso chegar..." [Rilke, in Cartas a um Poeta, ibidem]

"Creio que devia começar a trabalhar, agora que aprendo a ver. Tenho vinte e oito anos, a até aqui aconteceu tanto como nada. Vamos repetir; escrevi um estudo sobre Carpaccio, que é mau; um drama chamado «Matrimónio» que quer provar, por meios equívocos, qualquer coisa falsa; e versos. Ah, mas que significam os versos, quando os escrevemos cedo! Devia-se esperar e acumular sentido e doçura durante toda a vida e se possível durante uma longa vida, e então, só no fim, talvez se pudessem escrever dez versos que fossem bons. Porque os versos não são, como as gentes pensam, sentimentos (esses têm-se cedo bastante), - são experiências." [Rilke, in Os Cadernos de Malte Laurids Brigge", Coimbra, trad. Paulo Quintela, 1955]

"[Rilke] Pobre como S. Francisco de Assis, fugia dos homens e amava os animais e as coisas - as noites estreladas e os grandes ventos do Norte, as fontes de Roma, as ruas de Paris e os jardins de Espanha. Solitário, para que o barulho ensurdecedor da voz humana o não impedisse de ouvir os maravilhosos silêncios da Natureza, o Poeta do «indizível», do «inexprimível», percorreu todos os caminhos da Europa e do Norte de Africa, - sem pátria, sem família, sem profissão ... " [Fernanda de Castro, in Introdução a «Cartas a um Poeta», Portugália, s/d]

"Descanso! Ser hospede por fim. Não ter de matar sempre a própria fome com mantença escassa. Não ter de lançar mão a tudo com gesto hostil; poder abandonar-se todo e saber: Tudo o que acontece é por bem. Também o animo precisa de estender-se uma vez por outra ao comprido e enrolar-se em si próprio nas dobras de colchas de seda. Não ser sempre soldado…" [Rilke, in "A balada do Amor e da Morte do Alferes Cristóvão Rilke", Coimbra, Trad. Paulo Quintela, 1943]

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