domingo, 21 de setembro de 2003
DOS JORNAIS & BLOGOSFERA LUSA
- Atarefados andam os jornalistas indígenas com o "fenómeno blogáctico". É vê-los atarefados à volta do PC, sofrendo essa estranha doença da confusão, de tudo o que lhes é demasiado humano. Quase em apoplexia, ar lambido de voyeur, correm a blogosfera como em dias de folguedo. Para quem há semanas não soletrava a palavra blog, é obra. E afinal, ainda "ninguém viu o motor que produz a luz". As rápidas melhoras.
- O dever e o devir dos weblogs em Braga foi, ao que dizem, uma intensa actividade multidisciplinar e há muito ansiosamente esperada nos meios intelectuais da blogosfera lusa. Ao que consta o prof. José Luis Orihuela Colliva pretende anotar, registar, recensear, ordenar, catalogar, quotar, carimbar, apreciar, regulamentar, classificar, controlar, evangelizar a narcísica blogosfera. Eis uma psicopatologia da blogosfera inquietante. A outros competirá construir uma "teoria de resistência" , em auto-serviço, experiência limite da corporalidade e dos seus encantamentos. Até lá sigamos a tecnologia do Ego.
- Enganam-se aqueles que pensam que os génios não cometem erros, assaz comezinhos. Na verdade, as instruções aos neófitos e correlativos da blogosfera lusa levadas a cabo pelo JPP sobre um inominável blog, tem, com ironia, um efeito perverso. Nós próprios caímos em pecado venial, lendo as prodigiosas, insólitas e portentosas linhas desse inominável blog, graças a JPP. Pela desdita nos penitenciámos. Assim o mestre Abrupto, face às suas extraordinárias análises, também o fizesse. Mas cremos que estará mais interessado em catequizar os seus leitores que reflectir sobre tão inconcebível estratégia. Que o céu não lhe caia em cima, é o que se deseja.
- Vasco Graça Moura, estudioso da "Internacional Pirómana" prepara-se para dar à estampa três obras notáveis: Os Últimos Dias de Portugal, Imitado de Bulwer, Edições Choque e Pavor; Escudo Laranja ou dissertação histórica, escolástica e teológica em defesa dos injustos golpes da opinião pública, Typografia Laranjal; Alfabeto por ordem de materiais, e cronologia, dos assentos, ordens, cartas, alvarás, provisões, decretos e resoluções sociais-democratas atinentes às posturas de um verdadeiro militante, constantes de livros antigos e modernos, e transladado das ditas, Typografia O Emigrante.
- Arranja-me um emprego, pode ser em Paris, concerteza, ademais não temos de estar alapados nos cadeirais do vetusto Palácio, entre a gentinha, o povo e aquele senhor que não sei o nome que me convidou para deputar, que eu sou uma artista da TV e jornalista encartada, e até sei segurar as alfaias no Alain Ducasse, vestir Christian Lacroix e ler o Fígaro, que por cá é tudo gentinha, que eu sou uma artista, e mereço mais. E mais.
- Foi acometido de forte ataque o conhecido gastrónomo MacGuffin. Com uma espinha de Daniel-Sampaismo na garganta, cedeu de imediato o flanco nas lides liberais. Na altura do acontecimento preparava-se para atacar uma miga de sardinhas à moda de Berlin. Era o requinte esperado, que Berlin nunca amargou. Só os doces.