segunda-feira, 13 de novembro de 2006


Catálogo da Livraria D. Pedro V

Ao comemorar 3 anos, a Livraria D. Pedro V (Rua D. Pedro V, 16, Lisboa) publica um bom Catálogo com 50% de desconto sobre o preço de capa. A visitar e comprar.

Algumas referências: As relações diplomáticas entre Portugal e a França no reinado de D. João IV, de Moses B. Amzalak, 1934 / Descrição Geral d Histórica das Moedas cunhadas em nome dos Reis ..., por A. C. Teixeira de Aragão (2ª ed.) / Arquivo Histórico de Góis, 12 numrs, 1956-1971 / Cataláxia, de Pedro Arroja, 1993 / Novas Estrelas, de Mário Beirão, 1940 / Mandato Indeclinável, por Marcelo Caetano, 1970 / Os Armários Vazios, de Maria J. Carvalho, 1966 / A Selva, de Ferreira de Castro (ed. comem. do XXV aniv.), 1955 / As Palavras que Pena, de Y. K. Centeno, 1972 / Casas Pardas, de Maria Velho da Costa, 1977 / Senalonga. Pequenas Histórias de uma Vila em 1900, de Avelino Cunhal, 1965 / Os Telles de Albergaria, por Carlos Malheiro Dias / Documentos Políticos Encontrados nos Palácios Reais depois da Revolução Republicana, 1915 / Ossadas, de Afonso Duarte, 1947 / A Caravela Portuguesa e a Prioridade Técnica das Navegações, de Henrique Quirino da Fonseca, 1978, II vols / Guias de Portugal (vários) / Pátria, de Guerra Junqueiro, 1896 / A Velhice do Padre Eterno (il. de Leal da Câmara) / Commigo, de Manuel Laranjeira, 1923 / Filopólis, de Virgílio Martinho, 1973 / Dirpersos, de Oliveira Martins, 1924, tomo I e II / A Vénus de Kazabaika, de L. Sacher Masoch, 1966 (ed. Afrodite, Ribeiro de Mello) / Obra Poética, de Cecília Meirelles, Rio de Janeiro, 1967 / Jornal do Observador, de Vitorino Nemésio, 1974 / Três Dias em Olivença, de Hermano Neves, 1932 / Viagens Aventurosas de Felício e Felizarda ao Pólo Norte, de Ana Castro Osório, Lisboa, Lusitânia Editora, 1922 / As Amantes de Dom João V, por Alberto Pimentel, 1892 / Uma Fenda na Muralha, de Alves Redol, 1959 / Menina e Moça, de Bernardim Ribeiro, 1891 (ed. D. José Pessanha) / A Procura do Silêncio, de Ernesto Sampaio, 1986

sábado, 11 de novembro de 2006

Fiama Hasse Pais Brandão

Para a nossa musa admirável, paixão de gratidão, única de santidade poética, Fiama Hasse Pais Brandão. Que se restabeleça definitivamente.

"Só a rajada de vento
dá o som lírico
às pás do moinho.

Somente as coisas tocadas
pelo amor das outras
têm voz"

[Fiama H. P. Brandão]

Economia para o indígena ou Sócrates explicado às crianças

"já estás grande de mais para o teu leito
instala-te de lado o perigo é enorme
barbeia-te com ódio a barba ajuda
" [M.C.V.]

A carreira Rato a S. Bento, passando pela Santa Blogosfera, aqui e aqui, e com apeadeiro em jornaleiros bem orquestrados, sugere um encontro de lentes louvaminheiros, taramelando formidáveis pareceres sobre a governação. Era fatal após o festivo dr. Santana e não deixa de ser fantástico depois da curiosa defumação de Ferreira Leite. A figura dessa gente, desprecavida de olímpica memória económica, política e eleitoral, daria gozo não fosse fatal a todos. Nesta borrasca anti-social que lavra doutrinariamente, acontece que por vezes a canalha, na sua fadiga intelectual, também tem razão! Coisa que a encantadora ignorância socialista e o zelo mísero de alguns comentaristas e outros tantos doutores estranham, tão inchados de autoridade andam, tão alquebrados de encómios persistem. A vida está uma canseira e, ao que parece, "a ociosidade forçada atirou os refugiados [da economia política] para os espaços públicos".

A labuta da semana, não sendo um padre-nosso ao Socratismo e à sua Mercearia (apenas uma cantata suave), colocou em todos os jornais e na curveteada TV um estranho e singular bando de comissários da boa política, sempre muito sobranceiros e tão ajeitadinhos na coisa pública, que no seu caprichoso ladrilhar académico sobre a ordem do mundo do eng. Sócrates sucede o melhor dos desígnios. A arrematação da boa governança, feita por Silva Lopes (o ilustre reformado da Caixa de Crédito Agrícola) na TV do dr. Balsemão, trocando medidas de politica económica com pueris devaneios fiscalistas e o extraordinário alvitre das cartas macroeconómicas e espirituosas de Teodora Cardoso, por todo o lado, à revelia dos manuais e do rosário económico, pelo espantoso desvario festivo opinioso, torna tudo pouco edificante e estampa bem a miséria intelectual da elite indígena. Na dementada afoiteza destas criaturas, a balbúrdia financeira e económica patenteada, todos estes anos muitos, estão a passos do seu fim. Que os Deuses sejam misericordiosos, mesmo que não estudem economia, é o que se deseja. Abençoados sejam!

(Re)pensar

"Se alguma coisa caracteriza a Civilização Ocidental é a possibilidade que confere, àqueles que nela vivem de a negarem. O progresso nela tem sido feito por quem, não aceitando inteiramente os valores herdados os repensou criando contra eles novos valores (...)

Pensar já foi uma necessidade, passou depois a ser um luxo, hoje em dia é um dever..."

[Almanaque, Julho 1960]


Aviso aos indígenas. Be nice to USA!

segunda-feira, 6 de novembro de 2006


Novo Blog: Almanaque Republicano

"O Almanaque Republicano é um álbum onde se vai perfilar uma geração sonhadora, generosa e messiânica, que é afinal o nosso costumado fadário, o nosso "eterno retorno". Da República de 1891 e da outra de 1910 há uma imensa viagem de encantos e desencantos, de "coisa esquecidas e mortas", um itinerário de bondade, pessimismo, ironia e sarcasmo. Há nele todo um movimento que "carecia de alma", como diria Pascoes. Essa Alma Republicana, seja ela qual for, será sempre essa jornada emotiva e social, espiritual e libertária, de encantos e desencantos vários, crença ou saudade do Encoberto, reformadora e socialista, liberal e popular, que da decadência à regeneração marcam para sempre o "espírito lusitano". A "Nova Era" redentora, quer fosse construída no cantar antiquíssimo da Renascença Portuguesa ou ressurgida pela demanda da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, ou intencional na exaltação da luta pela emancipação das classes trabalhadoras e em redor do movimento operário e sindical, não deixa de ser, sem dúvida alguma, um dos momentos mais interessantes da história da sociedade portuguesa contemporânea. Afinal, "Ubi libertas, Ibi Patria".

Sitio de passagem e de euforias públicas, jornada de mil caminhos que o tempo percorreu, o Almanaque Republicano é um panfleto aberto e frontal da Alma Republicana" [Ler Aqui]

domingo, 5 de novembro de 2006


Luis Cernuda [1902 - m. 5 Novembro 1863]

"¿Cómo vive uma rosa / Si la arrancas del suelo?" [Cernuda]

"Tus ojos son los ojos de un hombre enamorado;
Tus labios son los labios de un hombre que no cree en el amor
Entonces dime el remedio, amigo,
Si están en desacuerdo realidad y deseo" [Cernuda]

"¿Mi tierra?
Mi tierra eres tú.
¿Mi gente?
Mi gente eres tú.
El destierro y la muerte
para mi están adonde
no estés tú.
¿Y mi vida?
Dime, mi vida,
¿qué es, si no eres tú?
"

[Luis Cernuda, Contigo]

Locais: Luis Cernuda (España, 1902-1963) / Centenario Luis Cernuda 1902 - 2002 / Homenaje a Luis Cernuda / Biografía de Luis Cernuda / Poemas de Luis Cernuda /Luis Cernuda poeta

Livraria Libres del Mirall - Obras Completas

De Barcelona, via Livraria Libres del Mirall, sai Catalogo de Obras Completas de importantes autores.

Algumas referências: Rafael Alberti, Poesías Completas 1961 / Vicente Aleixandre, Obras Completas, 1968 / Pio Baroja, Obras Completas, VIII vols / Jorge Luis Borges, Obras Completas, Buenos Aires, 1974 / Luis Cernuda, Prosa Completa, Barral Editores, 1975 / Miguel Cervantes Saavedra, Obras Completas, M. Aguilar, 1940 / Angel Crespo, Poesia, 1996 / Ruben Dário, Obras Poéticas Completas, Aguilar, 1937 / Federico Garcia Lorca, Obras Completas, Buenos Aires, Editorial Losada, 1946, VIII tomos / António Machado, Poesia y prosa, Ed. Losada, 1964 / Marcel Proust, En Busca del Tiempo perdido, Buenos Aires, Santiago Rueda Editor, 1947 / Jean-Jacques Rousseau, Escritos de Combate, Madrid, 1979 / Angel Valbuena Prat, Antologia de Poesia Sacra Española, Barcelona, 1940 /

sábado, 4 de novembro de 2006


Esta semana ... estivemos assim!

"A minha casa é concha. Como os bichos
Segreguei-a de mim com paciências:
Fachada de marés, a sonho e lixos,
O horto e os muros só areia e ausência
...
A minha casa ... Mas é outra história:
Sou eu ao vento e à chuva, aqui descalço,
Sentado numa pedra de memória"

[Vitorino Nemésio, A Concha]

sexta-feira, 27 de outubro de 2006


Esta noute deu-nos para os pastelinhos. De boca de dama. Não fazemos por menos. A coisa parece um tesouro. Ao lado d'outro que aqui temos. Ambas as proposta são tentadoras. Dizem-nos que ficamos aptos. Era isso mesmo que precisávamos.

Boa noute ... e nã se esqueça ... pastelinhos de boca de dama. Oferta totalmente grátis.

Flash desportivo: o eng. do Tenta

Não, não se trata de qualquer maledicência com Aquele (genuflexão!) que dá pontapés certeiros em programas eleitorais & outras graças menores. A nossa maldade, de facto, não anda distraída, apenas supinamente espinhosa. Portanto, deixemos o cómico eng. Sócrates no seu alegre despautério e falemos do eng. do Penta, o inefável Fernando Santos, e das suas alegres conversetas em família, lá para os lados da Grande Catedral.

Por mísera falta de leitura inducativa (assim mesmo), caiu-nos entre dedos essa bíblia do futebol indígena, noutros tempos bem regada por eruditas personagens lusas, que com fatuidade se chama, A Bola. Trabalho rijo de leitura, dado o oráculo futeboleiro pátrio ser sempre admirável de nebulosidades narrativas. O periódico da populaça do futebol é arrebatado de estilo, ameno com as corruptelas clubísticas, fero nos refrãos populistas, brioso & rendilhado de engenho. Enfim, um assombro de jornalismo, a fazer corar de inveja a rapaziada, dita, de referência. Lá dizia Bocage: "Musas, falai, nem todos podem tudo".

Acontece que o pranto último do eng. do Tenta oferecido aos adeptos do Glorioso na semana passada e castamente citado pela A Bola, sobre a subtileza arbitral (ou milagre oftálmico) que feriu o sr. Carlos Xistra e o levou a ser acometido da estranha doença dos cartões (cartolinas, para os iniciados), despertou a curiosidade da populaça. A nós e ao público, nem por isso. Vimos harpejar, em várias conferências de imprensa, o eng. Santos. E bem vestido estava de turbulência ética ou desportiva. O homem, afinal, mesmo eng. que seja, tem raciocínio. Mas não é original.

De facto, temos ideia (acontece aos melhores) que o eng. do Penta sabe bem mais, que a esqualidez lamecha que testemunha. Afinal, quando andou extraviado pela toca das Antas, a soldo desse Grande Português (genuflexão!) Pinto da Costa, ensinaram-no como "tosquiar" putativos adversários. São muitos anos de tirocínio azul na lide de afecto & devoção pela arbitragem. Portanto, eis o dogma do apuro do sistema. E que deve fazer pensar o neófito (José) Veiga, entretanto colhido em conversas dúbias ao telefone, que seria melhor restar mudo e quedo. E do mesmo modo, a ilustre & perpétua dupla Vieira & Vilarinho, Lda, novos sobas do nosso e vosso SLB.

Assim, quer o eng. Santos fazer o obséquio e aclarar o que decorou e sabe das maleitas & escapadelas arbitrais engendradas nas Antas, que nós desconhecemos de todo. Muito obrigado. Agradecido. Viva o Benfica! (momento de pura poesis).

Anarchist Bookfair

segunda-feira, 23 de outubro de 2006


Arrumações - Vynil, CD's e Cassetes Piratas

Hoje estamos ... assim. Com desejos invocados, mesmo que errantes de gratidão. A noute venturosa tem um perfume de mulher que nos arranha de dentro, com cuidado, docemente. Trabalhos corporais. Ilustrados de luzes, campos de olhos doces, sem qualquer prudência & mando.

À nossa princesa ... Mayra Andrade - Comme S'Il En PleuvaitCastpost

Boa noute!

PREC



PREC- "Pensa, Rosna, Estica, Corta", nº 1

"quem faz o PREC fá-lo por gosto"

Aqui demos conta do lançamento do número zero do P[õe] R[apa] E[mpurra] C[ai], datado de Novembro de 2005. Jornal encorpado, papel de copiosa qualidade, leitura & textos contra o esquecimento e gozo. E anda, por aí, muito disso. De momento, ao que se sabe, saiu o nº1. O lançamento em Coimbra do P[ensa] R[osna] E[stica] C[orta] será no Teatro Académico Gil Vicente, dia 6 de Dezembro, pelas 18 horas. Hora celestial!

sábado, 21 de outubro de 2006


Boa noite, Ursula K. Le Guin [n. 21 Outubro 1929]

"Alguma vez pensaste nos vários mundos, nos homens e animais que os habitam, nas constelações dos seus céus, nas cidades que constroem, nas sua canções e modos de vida? Tudo isso se perdeu, tudo, tal como aconteceu com a tua infância. O que é que realmente sabemos da época em que fomos grandes? Uns poucos de nomes de mundos e heróis, uma baralhada de factos que tentámos coligir numa espécie de história ..."

[Ursula K. Le Guin, in A Cidade das Ilusões]

Locais: Ursula K. Le Guin's official website / Ursula K. Le Guin / Ursula K. Le Guin: uma biobibliografia

kultura & crise

um homem parou à minha frente e quiz à viva força vender-me a sua própria cabeça. trazia-a debaixo do braço e sangrava como um sol cortado muito perto. insistiu que era um artista: precisava de viver e sustentar o futuro e comprar uma camisa em rebaixa. e também que já não tinha inspiração nem faca e garfo
confesso que foi terrível e dum horror completo. mas
por sorte apareceu um polícia ou um santo (não me recordo muito bem) que resolveu legalmente o assunto

[António Aragão, in textos e pretextos, Loreto 13, nº2, 1978]

[O economista no Diário de Lisboa]

"Excelente, na sua cautela e lucidez, o artigo habitual do economista no Diário de Lisboa. Sem dúvida que o problema português é um problema de reforma fiscal no regime de taxa progressiva, que permitisse um maior rendimento aliviando o maior número, e uma questão de redistribuição da grande propriedade e da compulsão do investimento. De outro modo não é possível elevar o nível de um país que não é economicamente um país de investimentos coloniais, mas um país de rendimentos egoístas, aos quais o governo cria, à custa da restante população (à qual se dão lavadouros e futebol), o melhor dos mundos possíveis."

[Jorge de Sena, Diário do Tempo das Evidências, 9/03/1954. Jorge de Sena escreveu este diário no tempo em que era "secretário do Eng. Carmona, presidente da Comissão para o estudo das ligações entre Lisboa e a margem sul do Tejo" - in Nova Renascença, nº 32/33, 1988/89]


A senhora Ministra da Educação

quinta-feira, 19 de outubro de 2006


Solidários com os professores - parte II

Noutro registo, menos paciente ou virtuoso (se quiserem) e sem inocência, porque cansados estamos de alguns escribas do eduquês, que tão chorosos andam aos pés da senhora ministra da educação e da política socrática para o ensino, continuamos, porque "há pessoas que são como aviões no ar: / precisam de muita gente a apoiá-los de terra" [O'Neill]

Considerando a originalidade do pensamento dos respeitáveis amigos da ministra, que aplaudem freneticamente o charco de contradições presente na proposta de alteração do ECD, há que confessar que o registo conceptual que expandem não é o mesmo. O saco ministeriável colhe, desde os despeitados da escola que culpam qualquer professor (a "sintomatologia do abandónico" é bem real), os empastados da política (caso do vendedor televisivo Miguel Sousa Tavares), maviosos ex-responsáveis governativos (o malfadado Grilo está em todas), o cacho de uvas liberal (assombrados pela provisão da coisa pública), uns tantos aliterantes da prosápia anti funcionário-público, a nauseabunda cáfila partidária (atenção! genuflexão e gorjeio ao dr. Sócrates!) & outros vaidosos figurinos do funcionalismo público universitário. A divertida opinião de tantos seria ternurenta, se tivesse substância argumentativa. Ou, mesmo, se tivessem estudado, conceitos e práticas educativas, entre o folguedo das suas putativas afirmações. Mas nada disso, em geral, se verifica. Simples perfídia.

Dos oradores assinalados, de onde partem os mimos com que escorcham os docentes e as suas revindicações? Ponto de parte a bondade de alguma análise romântica de graciosos comentaristas, deixando de vez excitantes caricaturas vindas de néscios, resta a frescura arrancoada pelo grupo, perfumada de intriga caseira, dos amigos da senhora ministra. Um ajuntamento curioso, cujo lindismo teorético acampa aqui, alardeia ali ou segrega acolá. De comum, a carícia de serem todos socialistas e terem, ainda, os primeiros o enlevo de pertenceram à notável ourivesaria do regime, o ISCTE, onde pontifica a senhora ministra. Diga-se, desde já, que esse registo nunca foi escondido. Muito bem.

Dir-se-ia que a estes últimos mancebos se exigiria uma argumentação conceptual e trabalho teórico, sociologicamente falando, mais robusto e estruturado no campo e problemática da sociologia da educação, identificando o papel da Escola, a sua dimensão comunicacional (relação pedagógica, organização do espaço e relações de mando e poder), traçando as necessárias competências do acto educativo e sua interdependência em contexto escolar, a representatividade, legitimação e poder dos seus clientes, bem como os recursos exigidos para uma gestão e administração mais dinâmica e autónoma da Escola. E depois, evidentemente, sem jogos de linguagens (à maneira de Wittgenstein) partir para "tricotar" a relação funcional da Escola e o processo "produtivo", na lógica modernizadora da reorganização e reestruturação do sistema educativo. Depois disso, um possível e aceitável conceito de profissionalização para os docentes, poderia ser esculpido, bem como o seu estatuto.

Tais enquadramentos, absolutamente necessários para qualquer conversação séria sobre a análise em causa (reformulação do ECD), esbatem-se sempre por estes exaltados sociólogos, em aplicações recheadas de automatismos neotayloristas, privilegiando-se a máxima racionalidade economicista, decalcada de processos e técnicas de "management", e onde a Escola é tomada como uma qualquer "organização formal" sem "construído cultural". A performance assim proposta configura, sem brilho algum, uma ilusória decomposição do político no domínio do tecnocientífico, o que remete, em último lugar para o fim das ideologias. Mas isso é outra história.

Daí que a colorida argumentação resida, apenas, no fulminar dos incautos leitores com uma barragem de dados estatísticos (aqui, tais escolásticos, simulam um Medina Carreira vergastando números infindáveis, esquecendo qual é a questão em debate) que acabam por escancarar a faccis do indígena. Eles são vencimentos luxuosos que auferem os docentes, acompanhados por mapas, tão vigorosos como irreais, da putativa desbunda financeira do ensino educativo não-universitário, necessariamente a encolher. Pouco mais dizem, a não ser, por certo, acompanhar a hilariante teorização do eng. Sócrates, à rapaziada acofiada dos jornais e em resposta à pretensão dos professores de não aceitarem as cotas para efeitos de mérito avaliativo, quando declara: "Nem todos os jornalistas chegam a editores". Fulminante! Ao que parece a escola argumentativa do dr. Pinho está a tornar-se uma praga. E um desastre! Enfim ... é a vida!