quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
HOT CLUBE
O reportório destes tempos infaustos, que são os nossos, todos os dias observa anacronismo curioso. Gasta-se farto cabedal em lindismos culturais para a canalha, sempre de fazer corar de inveja os nobres empresários made in sr. Van Zeller ou vibrar por genuflexão essas verduras neoliberais abundantes no mercado cultural indígena, que parecemos estar num respeitável e civilizado país.
Não existe um único autarca, bem estabelecido no ramo, que não lance tão alucinantes prebendas ou festividades na sua paróquia – como o pífio Red Bull, circuitos majestosos para gente fabulosa, incensuráveis jogatinas de futebol, desfile de putedos intelectuais pelas charnecas literárias ou artísticas, ranchos musicais autorizados pelo povo anónimo, e por ai fora -, delapidando a fazenda e o erário público, evidentemente sempre a bem dos paroquianos. Nunca ninguém viu o fundo desse original saco financeiro, pelo que deve ser de peso e sem medida.
Entretanto o património arquitectónico jaz em ruína, as ancestrais associações culturais restam em incrédulo esquecimento, as artes esvaem-se sem honra nem afronta e espólios inteiros "fogem" para o estrangeiro. O absurdo silêncio sobre esses destroços públicos, que envergonha qualquer alma civilizada, imortaliza os “nossos” intelectuais e políticos.
O Hot Clube, lugar de culto na divulgação & promoção do jazz, solicita há anos apoio a quem de direito para ter uma casa funcional e de conforto. Nada se conseguiu. Como sempre, tudo ficou por fazer. E agora, quando a situação é trágica e o "crime" não aproveita ninguém (ou não será assim?), o que fazer para limpar a inépcia do município e o disparate disto tudo? Esperemos.
ALFARRABISTAS
Alfarrabistas
View more documents from Almocreve das Petas.
- texto publicado na revista Illustração Portuguesa, nº97, de 30 de Dezembro de 1907, pags. 862-864 [ler online na Hemeroteca Municipal]
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
DO PODER
"Nunca além do poder, se encarou o paiz; nunca o estado servio de ponto de apoio, do centro promotor do progresso individual e social. Tem-se empunhado o poder, como meio de acquisição de fins privados, de clientela: tem-se sido governo, mas não se tem governado.
A governação, tem sido convertida em uma espécie de Igreja militante, em que só são admittidos os iniciados nos mistérios da seita theocratica do poder, que fazendo-se a donatária exclusiva do paiz, se tem collocado, por esse exclusivismo mesmo, muito longe de poder governar, curando como lhe cumpria dos interesses públicos. Em semelhante modo de ser, taes interesses não podem ser attendidos; por que o interesse máximo de taes administrações, não pode ser outro, senão o interesse dessas parcialidades, de que fallamos; impor e sustentar uma situação anómala, em que as facções vigoram e dominam; em que o paiz enfraquece e se desmoralisa."
Francisco Joaquim de Almeida Figueiredo, in "Instrucção Publica e Governo", Lisboa, Impr. Commercial, 1854 [via off. de E. de Sousa, em bom papel e asseada edição]
PARA ELE
Para o André, que cada vez que via o mar deitava um curioso beiço caído. Já a mesma espiritualidade graciosa não tinha, o petiz, com o fascinante colorido e o balido dos srs. deputados, aquando dos trabalhos forçados via TV. Birrento! Manias obscenas, a do rapaz.
Boa festas Ó filhos do choro
MOVIMENTO ASSOCIATIVO DOS PROFESSORES
"A Universidade Lusófona realizou recentemente um seminário com o tema 'Memórias do associativismo e sindicalismo docentes'. Propuseram-me [Helena Pato], então, que aí deixasse o meu testemunho, as minhas recordações, acerca de como nasceram os sindicatos dos professores. Acedi, com a satisfação de poder, deste modo, legar memórias. Memórias que, ao que sei, nem nas comemorações dos 30 anos dos Sindicatos dos Professores nascidos em Abril de 74, nem agora, na passagem do 40º aniversário do Grupos de Estudo (que estiveram na base da sua criação), interessaram às direcções sindicais. Desdobrámos essa intervenção em três partes – 1, 2 e 3 – para que se torne mais fácil a sua leitura nestes CAMINHOS DA MEMÓRIA. A primeira parte pode ser lida aqui (...) a segunda aqui" e a terceira aqui.
de Helena Pato, via Caminhos da Memória.
FOTOS: da esquerda, capa da "História do movimento associativo dos professores do ensino secundário - 1891 a 1932", de [José António C.] Gomes Bento [julgo que na época era docente da E.P. António Nobre, Matosinhos], Livraria Júlio Brandão,Janeiro de 1973; foto da direita, Caderno "O Professor" nº1, GEPDES, Julho de 1971, in "Educação, Acto Político", de Agostinho dos Reis Monteiro, Edições O Professor, 1975.
via Almanaque Republicano
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
NOTÍCIAS DA FRENTE
"Porque bem desvalido é um livro. Mal viu a luz – ou ainda antes –, já o coro de inveja esta afiando os dentes, nunca atento às suas virtudes, apenas às faltas. E quantos perigos não espreitam o seu corpo ..." [Dâmaso Alonso]
O grande Palladio dizia:"Ao lavrador que for curioso, não lhe faltará que fazer do seu ofício, como recolher feno, estercar onde for necessário, pisar estarco e azer cordas; pode também no campo concertar valados e tapar cordas". Nós por cá, sustidos em tão requintada gesta, andamos à volta dos livros & papéis manchados. A humidade destes tempos exige trabalhos de casa. Deixemos a horta para o hortelão. A questão é a de sempre: as estantes devem ser abertas ou fechadas? Eis o nosso "ocioso" debate. Ao pé disso o landisco politiqueiro do sr. Sócrates é uma brincadeira de crianças. Avanti!
- o LXXXIX Catálogo de Livros Raros e Esgotados apresentado à venda pelo estimado livreiro Manuel Ferreira (Porto) já anda ou mora em altas estantes. O interessante conjunto de livros antigos & modernos, com valiosas peças bibliográficas, pode ser consultado AQUI. Refira-se que a considerada Livraria de Manuel Ferreira anda luxuosa de intenções e dilatada de fé bibliófila: chegou, em força, à net, via novo site, twitter e facebook. Oh! Nobilíssima visão.
- a esplêndida Livraria Luís Burnay forneceu aos estimados amadores de livros o seu 44º Boletim Bibliográfico. Temos 484 peças primorosas distribuídas por várias e apreciadas secções, de curiosidade bibliográfica, que um coleccionador anotará, decerto. Consultar, AQUI.
- para um bom apreciador de crónicas sobre livreiros & bibliófilos, informa-se que está (ainda) à venda na reputada Livraria Letra Livre (Lisboa), a edição fac-similada de "No Leilão Ameal. Crónicas amenas de uma livraria a menos", redigida por Gustavo Matos Sequeira. Esta interessante peça de colecção (a 1ª edição, 1924, teve apenas 500 exemplares, todos dedicados a bibliófilos), que retrata o que foi o invulgar e valioso Leilão da Livraria do Conde do Ameal, foi primitivamente publicada nas colunas do antigo jornal O Mundo. A edição traz caricaturas, com desenhos de Alberto de Souza, dos antigos bibliófilos que disputaram, arduamente, os cobiçados livros do Ameal. Ver, AQUI.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
O TEATRO GOVERNAMENTAL: PARA QUE SERVE?
O governo do sr. Sócrates anda frouxo, maçudo, encalhado. A desorientação governamental, bem visível no manguito de munições verbais postas a correr pelos panegiristas costumeiros, é formidável. As várias e incultas conspiratas & aranzéis provincianos, sem tacto nem decoro, que todos esses sujeitos liliputianos – cujo talento ninguém inveja – mantêm por todos os lados e em todas as cores, são desprezíveis como escola política e inúteis para um qualquer rendez-vous que se preze.
A agitação estéril de um Vieira da Silva, e a lamúria que a acompanha; o enxurro de intervenções críticas acerca do esmalte da nova oposição iniciada pelo sr. Francisco Assis (o novo picareta-falante); a vistoria alvoroçada às tropas socráticas dirigida pelo reaparecido sábio Almeida Santos ou os longos e trémulos registos sobre a ingovernabilidade, aludidos pelo sempre histrião Jorge Lacão, explicam o estado da coisa e a balbúrdia económica & política que virá a seguir. E o nosso infortúnio.
A ruidosa vaudeville teatral composta pelo grupo do sr. Sócrates não é uma mera provocação político-parlamentar ou uma natural estratégia de vitimização. A dramatização da coisa, pela raridade do descalabro financeiro a que a paróquia chegou, não permite concluir que essa piedosa estratégia vise a perpetuação futura do poder ou que, nesse requinte de intriga, se reclame a salvação da pátria, uma vez remida das suas moléstias. O expediente usado pelo grupo de interesses do sr. Sócrates significa apenas que nestes quatro anos de governação a "obra" ou a "encomenda" está cumprida e publicitada. Não há mais nada a fazer. Porque, simplesmente, se bateu no fundo mais depressa com que se contava e pouco há a recolher no futuro.
Que venha do sr. Sócrates o desejo de ser emparedado – quer via Parlamento, quer pelo sopro presidencial do dr. Cavaco ou mesmo pelo labor e honradez das secções do ex-Partido Socialista – não acrescenta nada ao desenrolar das acções futuras. O sr. Sócrates e os seus amigos (quase a lembrar os últimos dias do dr, Vale & Azevedo) estão em fuga maviosa. E de saída. Tudo recomeçará depois, sem recato e sem memória. Estranha maldição, a nossa!
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
A CRISE DA REPÚBLICA E A DITADURA MILITAR - LUÍS BIGOTTE CHORÃO
15 de Dezembro, pelas 18,30 horas, no PALÁCIO DO MARQUÊS DE LAVRADIO (campo de Santa Clara, Lisboa) - apresentação do livro "A Crise da República e a Ditadura Militar" de Luís Bigotte Chorão.
"Luís Bigotte Chorão, jurista, investigador e professor universitário, bibliófilo apaixonado e, não podemos também esquecer, um dos nossos ledores atentos e assíduos, vai lançar o seu último trabalho.
Depois de ter publicado Subsídios para a História do Direito Comercial I - A Comercialística Portuguesa e o Ensino do Direito Comercial na Universidade de Coimbra, Lisboa, 1998 e de O Periodismo Jurídico Português do Século XIX, Lisboa, 2002, aventura-se agora numa obra que procura estudar o período aliciante, mas simultaneamente conflitual e aparentemente algo errático que se estabelece no final da 1ª República e que se prolonga durante a Ditadura Militar, onde depois começam a avançar as forças que vão controlar o País durante quase meio século.
Uma obra que resultou da apresentação da sua tese de doutoramento na Universidade de Coimbra e que a Editora Sextante se aventurou a publicar.
A apresentação vai ser feita em Lisboa, no próximo dia 15 de Dezembro, conforme se pode ver na imagem, com a apresentação feita por Luís Reis Torgal, José Adelino Maltez e Fernando Rosas que suscitarão certamente um interessante e vivo diálogo com os intervenientes"
via Almanaque Republicano.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
LEILÃO – BIBLIOTECA ALFONSO CASSUTO
Amanhã – dia 8 de Dezembro, pelas 21 horas na Amazónia Lisboa Hotel (ao Jardim das Amoreiras) – há lugar ao Leilão de parte da Biblioteca Alfonso Cassuto, lotes (livros e manuscritos) adquiridos entre o 1975-1990, da qual consta uma excelente Judaica e uma colecção de peças estimadas sobre a Inquisição. O Leilão está cargo do livreiro Pedro de Azevedo.
Alfonso Cassuto [1910-1990], natural de Hamburgo, emigrou para Portugal em 1933, “quando Hitler chegou ao poder na Alemanha” [in Catálogo ao Leilão, Nota Introdutória].
Os primórdios da livraria percorrem quatro gerações. Remonta a Jehuda de Mordechai Cassuto (1808-1893), avô de Alfonso, que (em parte) a adquiriu a um "judeu português morador em Hamburgo, no seculo XVII", e foi aumentada por seu filho, Isaac Cassuto (1848-1923). O seu filho Jehuda Leon Cassuto (1878-1953) e pai de Alfonso, continuou a incorporar livros e manuscritos nessa valiosa Livraria, e mais tarde solicitou a seu filho Alfonso (já um erudito nesses assuntos) a “apaixonada tarefa de se ocupar do seu estudo e organização” [ibidem]. Alfonso Cassuto publicou diversos artigos a esse propósito.
Em Março de 1975, a já famosa Colecção Cassuto, integra-se na Biblioteca Rosentahliana, sita na Universidade de Amsterdão.
Os (135) lotes que vão a Leilão, foram “adquiridos por Alfonso Cassuto entre 1975 e 1990 e podem ser considerados como sequencia e o complemanto natural da colecção, hoje na Biblioteca Rosenthaliana” [ibidem].
A não perder.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
O CÃO DE PARAR
REGRESSO DO CÃO DE PARAR
A 14 de Janeiro de 2007 não conseguimos "escapar" ao encantamento professo e à sensibilidade narrativa sobre a problemática do "cão de parar", que o nosso camarada e amigo A. Caseiro, no seu eloquente cantar d'amigo, nos modulava em arquitectada sabedoria e sublime paixão. Os seus testemunhos luminosos, a sua eloquente inspiração, a sensibilidade da sua investigação e a cadência documental que a acompanhava eram tais, que o "mérito sobre este antiquíssimo saber" não nos podia deixar indiferentes. E fizemos o "Cão de Parar" para que fosse espaço conversável. Para que, dessa imensa riqueza que será sempre o convívio entre "a natureza, o homem, os deuses e os animais", essa "demanda" fosse proveitosa. Parámos por um dia, tropeçamos de espanto, mas é sempre tempo do regresso. O "Cão de Parar" está de volta!
Ao tempo, foi este o nosso Edital:
"um cão perdigueiro de dous narizes, o melhor da matilha" [Camilo]
Sendo presente que existe um conjunto estimado de documentos escritos sobre o cão de parar, de altíssima memória, ou trabalhos autorizados sobre o elogio do cão - "de aves, de falcão, de busca, de mostra, de parar" - e outros, bem valiosos, que a poeira dos arquivos condena ao esquecimento; sabendo que há um grémio de ilustres e respeitados amantes das "antigas artes de cetraria, altanaria ou montaria" e do perdigueiro português, em particular; não se desconhecendo que o debate, entre diligentes espíritos lusitanos, levanta inspiradas perplexidades, generosas polémicas e amenas narrativas, quase sempre de quantiosa erudição; vêm estes apontamentos dar testemunho da vivacidade sobre o estudo e a grandeza do debate sobre o "cão de parar", louvando e prestando homenagem fraternal ao Mestre A. C., cuja familiaridade e sensibilidade a esta narrativa nos assombra e encanta. A ele, pois, este espaço de conversação e de elogio do cão.
Declaramos, pois, que O Cão de Parar está aberto a todos os seus amantes, recenseando informações e memórias (bio)bibliográficas, registando curiosidades, elogios, testemunhos, notícias e apontamentos, para que destas inscrições & impressões se desenvolva o gosto e o mérito sobre este antiquíssimo saber, que põe em convívio a natureza, o homem, os deuses e os animais. Que a demanda seja proveitosa.
E para que conste, aos leitores, se fez este edital. Vale!
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
FERNANDO VALE [m. 26 de Novembro de 2004]
Dissemos AQUI: ""Fernando Valle nasceu na Cerdeira, Arganil, em 30 de Julho de 1900. Estudou inicialmente em Coja, tendo ido para Coimbra continuar os estudos liceais, completando posteriormente o curso de medicina. Foi exercer a profissão em Arganil, onde fez um trabalho meritório em prol do Hospital e das sociedades culturais e recreativas locais. Manifestando um interesse particular por questões sociais e políticas, este médico e maçon (o mais velho do mundo, possivelmente) é demitido de cargos públicos por apoiar a candidatura de Norton de Matos, apadrinha a candidatura de Humberto Delgado, é preso em 1962 (partilhou a cela com José Mário Branco), preside à reunião inicial da fundação do Partido Socialista, na Alemanha, tendo pertencido à Comissão Administrativa de Arganil a seguir ao 25 de Abril e, pelo I Governo Constitucional, exerceu o cargo de Governador Civil de Coimbra.
Uma vida inteira dedicada a lutar 'pela libertação do homem ... um regime de direito em que seja possível, de facto, a paz, a liberdade e a justiça social'
Fernando Vale foi maçon, iniciado em 1923 na Loja Revolta de Coimbra - Loja do R.F. fundada em 1909 (ao fim de 100 anos permanece ainda em actividade), foi integrada no G.O.L.U. em 1911, tendo recebido o nº336 -, com o nome simbólico de "Egas Moniz". Atingiu altos postos na Maçonaria, e pertenceu ao "Soberano Grande Capítulo de Cavaleiros Rosa-Cruz" (reactivado em 2003), mais tarde potência maçonica, "Grande Capítulo Geral do Rito Francês de Portugal" (a 5 de Setembro de 2003).
[publicado, tb., no Almanaque Republicano]
COLECÇÃO JOAQUIM PESSOA
LEILÃO DE LIVROS – COLECÇÃO JOAQUIM PESSOA - HOJE
Hoje – dia 26 de Novembro, pelas 21,30 horas na rua Agostinho Lourenço (ao Areeiro), 20 C – há lugar a um Leilão de Livros (em parte) provenientes da COLECÇÃO JOAQUIM PESSOA. O Catálogo, com 566 peças estimadas, foi elaborado por José Vicente para a Leiloeira Renascimento.
Algumas Referências: Livros de História, Obras estimadas e algumas peças já raras de [Al Berto, Manuel Alegre, Nicolau Tolentino, Eugénio de Andrade, Sophia M. Breyner, Antero de Quental, Aragon, Ruy Belo, Diogo Bernardes, Annie Besant (trad. F. Pessoa), Bocage, António Botto (conjunto assaz curioso), Teófilo Braga, Camões, Camilo, A. Feliciano de Castilho, Osório de Castro (raro e muito estimado), Eugénio de Castro, Rui Cinatti, Natália Correia, João de Deus, David Mourão Ferreira, José Gomes Ferreira, Daniel Filipe (5 peças), Sebastião da Gama, Garrett (entre o lote está O Chronista, publicação rara), Alfredo Guisado, Herberto Hélder (conjunto expressivo de obras do poeta), Guerra Junqueiro, Rui Knopfli, o raríssimo Soledades do Buçaco de Bernarda Ferreira de Lacerda, Manuel Laranjeira, Gomes Leal, Raul Leal (ver o lote 374, onde se apresenta o panfleto O Rebelde), António Maria Lisboa, José Agostinho de Macedo, Pedro Homem de Mello, Wenceslau de Moraes, lote estimado de Almada Negreiros, idem de Vitorino Nemésio, Alexandre O’Neill, Luiz Pacheco, Teixeira de Pascoaes (vidé Embryões, de 1895), António Pedro, Fernando Pessoa (onde se onclui a raríssima edição original da Mensagem, 1934), José Cardoso Pires, Eça de Queiroz, José Régio (conjunto apreciável), António Ramos Rosa (idem), Mário de Sá-Carneiro, José C. Ary dos Santos, Alberto de Serpa, estimadas obras de Judith Teixeira (ver a 2ª ed. do seu conhecido livro de poemas, Decadência), Miguel Torga (aliás Adolpho Rocha. Conjunto raro e muito valioso de primeiras obras deste autor), Mário Cesariny, Afonso Lopes Vieira], um excelente e valioso lote de revistas [Alma Nacional, Almanach Republicano da Biblioteca Republicana Democratica, Árvore, Archivo Vianense, Aventura, Cadernos de Poesia, Cassiopeia, Contemporânea (excelente peça de colecção), Crítica, O Diabo (raro e valioso), O Espectro, Harpa do Mondego (1855, Coimbra), Lusitânia, MSapho (curiosa revista publicada em Lourenço Marques), Nova. Magazine de Poesia e Desenho, Orpheu (rara e valiosa), Pensamento (156 numrs), Rumo, Sibila (nº único, publ. Castelo Branco por Liberto Cruz), SW Sudoeste.
ver Catálogo AQUI.
EXPOSIÇÃO ANTOLÓGICA DE LIMA DE FREITAS
De 25 de Novembro a 22 de Dezembro - na Câmara dos Azuis (Av. Elias Garcia, 157 A/B Lisboa - junto à Gulbenkian).
"José Maria Lima de Freitas (22.06.1927–05.10.1998)
Personalidade marcante e incontornável da vida cultural e cívica do século XX, Lima de Feitas foi o pintor incómodo, o estudioso das tradições imaginais de Portugal, da Europa e do mundo e, avant la lettre, o filósofo transdisciplinar que sondou a numerologia pitagórica, o frutífero diálogo entre ciência e tradição e trabalhou e em parceria directa com os grandes nomes do Novo Paradigma, que está a emergir tanto ao nível das ciências sociais e humanas como das chamadas ciências exactas (...)
Foi investigador e um profundo conhecedor de Iconologia na Arte, Geometria Sagrada, Simbólica, Ciência e Espiritualidades comparadas ...” [ler tudo AQUI]
"... A arte de Lima de Freitas, a sua beleza irradiante, é uma gramática que engendra o homem nos combates insólitos que marcam toda a cultura. O pintor domina as coerências imaginárias inerentes à nossa liberdade e a toda a leitura do mundo. Essas coerências estão para a inteligência, como a sedução está para o amor: são o exercício de um poder essencial." [Pascal Fleury]
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
NIHIL OBSTAT
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
LUIZ PACHECO (1925-2008) NA BIBLIOTECA NACIONAL
LEILÃO DA OTIUM CUM DIGNITATE
Hotel Fénix (Marquês de Pombal) – dia 24 e 25 Novembro, 21:30h
A Leiloeira Otium Cum Dignitate, de Nuno Gonçalves (alfarrabista-antiquário), vai pôr à praça um conjunto raro e valioso de peças bibliográficas de colecção.
Registe-se um acervo importante de cartas, pergaminhos e manuscritos [como as do espólio do general Morais Sarmento, cartas de Hélder Ribeiro, de António Quadros, poemas de Ruy Cinatti], cartazes do pós-25 de Abril de 1974, cartazes de exposições de pintura e cinema, serigrafias, livros e folhetos [de António Cândido Franco, Ruben A., Al Berto, Almada, Mário Cesariny, António DaCosta, António Maria Lisboa, Sophia M. Breyner, Ramos Rosa, António Aragão, Mello e Castro, António Barahona, Ruy Belo, Bernardo Marques, Camilo, Armando da Silva Carvalho, Raul de Carvalho, Ferreira de Castro, Jean Cocteau, Cruzeiro Seixas, Fernando Grade, Daniel Filipe, Manuel Ferreira, Tomàs da Fonseca, Ana Hatherly, Herberto Hélder, Celestino Gomes, Rui Knopfli, Gomes Leal, Mário Henrique-Leiria, Lima de Freitas, M. S. Lourenço, Luís Alves da Costa, Irene Lisboa, Cecília Meireles, Vergílio Martinho, Wenceslau de Moraes, Sidónio Muralha, Rebordão Navarro, Luiz Pacheco, O’Neill, Alberto Pimenta, Miguel Torga (aliás Adolpho Rocha), Aquilino Ribeiro, Tomaz de Melo, Ary dos Santos, Alberto de Serpa, Salazar, Saramago, etc.], publicações e Revistas [Aleph, Arauto, O Anacleto Terciário, O Atheneu Artístico-Litterário, Atlântico, Archivo Popular, Arte Peninsular, Búzio, Cadernos da Biblioteca (Caminha), Capricórnio, Contemporânea, Contramargem (& Etc), Contravento, & Etc, Fenda e Pravda (de Vasco Santos, ed. Coimbra), Folhas de Arte, Varões, a Gaiola Aberta, O Globo, Hidra, A Comédia Portugueza, KWY, L’Assiette au Beurre (de Leal da Câmara), Lusíada, O Mundo de Almada, Mundo Literário, Novela Contemporânea, A Phala, Raiz & Utopia, Revista de Portugal, A Semana Litteraria, Távola Redonda], fotografias e um invulgar e muito valioso espólio do escritor Luiz Pacheco (referido já via Expresso-Actual).
A não perder. Consultar o CATÁLOGO, AQUI (download em S004 pdf)
domingo, 22 de novembro de 2009
O SEMPRE VALENTÃO EMÍDIO RANGEL
"Ab alio expectes alteri quod feceris"
O sempre valentão Emídio Rangel está de volta. O irrequieto garçon do actual regime, mesmo sem a graça putativa especial que tem pelas coisas do circo, ofusca, ainda assim, qualquer boy do sr. Sócrates. Santos Silva, incluído. Mesmo sendo o último dos ridículos, ou o primeiro dos azeiteiros, que pastam no CM, o formidável valentão Emídio Rangel persiste na sua aplicada "luta" contra os professores (que não gosta) e os sindicatos (que o atormentam).
O caso Rangel não é uma douta ufania de ignorância. Com essa inépcia podemos, honestamente, todos. Além do mais não consta que a ignorância seja uma assegurada infâmia. A bravata do sempre valentão Emídio Rangel é do foro político (sem dúvida), mas também é um libelo de carácter, ao mesmo tempo que é sintoma de uma crise patológica ou um fenómeno de projecção (Freud, dixit) reprimida. A paranóia é um estádio de delírio, um ódio recalcado e que transporta (sempre) fantasmas que até ao próprio surpreende.
O sempre valentão Emídio Rangel, preocupado com a fendida política governamental para o ensino que esta semana irrompeu no Parlamento e com a bênção da sra. Ministra da Educação e dos sindicatos, desata em mais uma monumental lide de impropérios caseiros, a par de uma argumentação saloia de apoio ao defunto "projecto de reforma" da Maria de Lurdes & João Freire. De caminho, o sempre valentão Emídio Rangel refere-se aos professores (que não gosta) como "boçais", assunto, vindo de quem vem, perfeitamente laudatório, mas ainda assim escusado. O sempre valentão Emídio Rangel um dia terá de dizer a um qualquer professor, cara a cara, rosto com rosto, essa rincharia que os jornalecos conscientemente lhe autorizam. Na ocasião se verá a índole, a honra e a autoridade desse sempre valentão.
Talvez, então, o sempre valentão Emídio Rangel nos elucide sobre a sua vida académica em Angola (liceal e universitária), decerto musicando-a com a (outrora) formidável maçada da sua militância partidária e a sua rocambolesca fuga para a antiga Metrópole. Para que, nessa sua evidência de competências, os seus admiradores socráticos se curvem de mordomias e os nossos "boçais" professores lhe passem o respectivo atestado ou diploma. Sic et simpliciter.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
HOMENAGEM A TARCÍSIO TRINDADE
CATÁLOGO LIVRO ANTIGOS RARIDADES - HOMENAGEM A TARCÍSIO TRINDADE
O Catálogo que AQUI se apresenta, com um lote de peças bibliográficas a fazer os encantos do bibliófilo, merece uma atenção especial. A colecção de primeiros números de vários (e raros) periódicos, as raras peças literárias e de muita estimação, o apuro da escolha dos lotes e o grafismo deste 1º Catálogo em Homenagem ao livreiro Tarcísio Trindade, será (é já) uma peça de colecção para o amador de livros.
A Homenagem a Tarcísio Trindade assim o merecia. Um grande abraço e a nossa sentida admiração.
HOMENAGEM A TARCÍSIO TRINDADE
HOJE – 17 HORAS NA RUA DO ALECRIM, 44 – HOMENAGEM A TARCÍSIO TRINDADE
“A história da Livraria Campos Trindade é a história da minha família e este sítio, sem dúvida diferente e especial, nasce da força e perseverança da pessoa que hoje todos homenageamos, Tarcísio Trindade, o meu pai (…) Conheci e conheço muitos livreiros, mas nenhum como o “senhor Trindade”, com um à-vontade tão grande no domínio do livro antigo português, com perfeita noção dos livros que via, comprava e vendia, tudo isto acompanhado de uma generosidade única, muitas vezes incompreendida, inclusive por mim. O gozo desta profissão, no meu pai, sempre esteve no acto de descobrir os livros e também no que proporcionava aos amigos, clientes e livreiros ou futuros livreiros, iniciando também muita gente no comércio do livro antigo …“
[Bernardo Trindade, in Catálogo 1]
“LIVREIRO ALFARRABISTA de projecção nacional e internacional, Tarcísio Trindade tem lugar de evidência na história da cultura portuguesa. Possui conhecimento profundo da introdução e difusão da tipografia europeia nos séculos XV e XVI e das espécies bibliográficas mais famosas que existem, dentro e fora de Portugal, em bibliotecas públicas e privadas. A sua loja, na Rua do Alecrim, tornou-se, presentemente, a última tertúlia erudita de Lisboa frequentada por intelectuais, artistas e coleccionadores portugueses e estrangeiros. Pode classificar-se uma antecâmara da Academia das Ciências, da Academia da História e até da Academia Nacional de Belas-Artes …”
[António Valdemar, in Catálogo 1]
“Este cuidado com a apresentação da mercadoria é, sem dúvida, hábito familiar
inveterado, de que facilmente se apercebe quem entra na lisboeta Livraria Alfarrabista da Rua do Alecrim, onde Tarcísio Trindade se instalou na década de 70: todos os objectos em exposição, depois de limpos e devolvidos à sua frescura original, são arrumados, como manda a melhor tradição do display comercial, da maneira mais conveniente a um exame dos seus traços fundamentais. Nada de atropelos, nada de misturas ao arrepio da própria natureza das coisas, nada de barafundas: cada objecto integrado no ambiente do interior da loja, como se, mesmo antes de mudar de mãos, estivesse já a viver uma vida autónoma …”
[Artur Anselmo,in Catálogo 1]
Tornei-me naturalmente uma visita frequente da Livraria Campos Trindade, e o passar do tempo haveria de cimentar uma relação de confiança que fez de Tarcísio um dos meus mais queridos amigos (…)Acompanhando-o, como o acompanhei, fui beneficiário da sua vastíssima cultura, e como todos os seus clientes, da sua correcção e seriedade impecáveis (…)Conhecedor profundo do livro e da história da edição, Tarcísio Trindade foi meu permanente e sábio conselheiro …”
[Luís Bigotte Chorão, in Catálogo 1]
HOMENAGEM HOJE – 17 horas na Livraria Campos Trindade, Rua do Alecrim, 44, Lisboa
[ver Catálogo, AQUI]
foto: espólio J.M.M.
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