quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

XCI CATÁLOGO DA LIVRARIA MANUEL FERREIRA


Saiu o XCI Catálogo de Livros Raros e Esgotados Apresentados para Venda pela Livraria Manuel Ferreira (Rua Dr. Alves Veiga, 89, Porto).

Algumas Referências: [Lei Sobre a Caça] Alvará, por que Vossa Magestade em commum benefícios dos Donos …., 1776 [Alvará sobre abusos de caça ilegal] / Da Caça. Palestras Cinegéticas, por António Bonfim, 1946 [c/ capítulos curiosos, como “A caça de batida à perdiz”, “A caça com furão”, “Linha de Caçadores, …] / O Livro do Caçador, de José Maria Bravo, 1957 / [Cães de Caça] Edital da Comissão Admi. Munic. Porto, s.d. / O Problema Venatório Português, por José A. de Freitas, 1945 [da Colecção Venator] / Estatismo e a Inquisição, por António José Baptista, Edições Contraponto, 1956 [invulgar obra, com a edição da Contraponto, de Luiz Pacheco] / D. Pedro. Conde de Barcelos [peça de colecção] / Relatione dell’Ambasciata Estraordinaria … Don Pietro …, Roma, 1670 [sobre a embaixada enviada por D. Pedro II a Clemente X – raro] / Revista de Ex-Libris Portuguezes, 1916-27, VI vols / [Moçambique] Decretos, Portarias, Despachos …, 1922 / Êxodo [publicação periódica], Typ. Atlântida, Coimbra, 1961 / Terra Portuguesa. Revista Ilustrada de Arqueologia, 1916-27, V vols / Per Umbram, de Eugénio de Castro, Impr. Nac., 1887, V vols [rara obra] / [Salazar] Para um Retrato de Salazar. Breve In Memoriam, 1971 / Os Azeiteiros de Camilo, por Manuel de Castro / Nada, de Julio Dantas [1º livro de poemas de J. Dantas] / A Fenix Renascida …, 1746-48, V vols / Dicionário dos Milagres, de Eça de Queiroz, 1900 (raro) / As Encruzilhadas de Deus, de José Régio, 1935 [raro] / Fado, de José Régio, 1941 [raro] / Amizade, de Mario Sá Carneiro & Tomás Cabreira Júnior, 1912 (raro) / A Romaria, de Vasco Reis, 1934 [raro] / Cartilha do Marialva, de José Cardoso Pires, 1960 [raro] / Rampa, de Adolpho Rocha (aliás Miguel Torga), 1930 [raro] / O Amor em Visita, de Herberto Helder, Contraponto, 1958? [raro] / Nome de Guerra, de Almada Negreiros, s.d. [1938?] / In Memoriam Conde Monte Real, 1934 [raro] / Proudhon e a Cultura Portuguesa, organ. de Pedro Veiga (Petrus), 1967-68, 1967-68, IV vols (???) / Obras de [A. Bessa Luís, Agostinho da Silva, Alves Redol, Ana de Castro Osório, António Botto, António Feijó, Aquilino Ribeiro, Armando Silva Carvalho, Branquinho da Fonseca, Carlos Loures, Eça de Queiroz, Eugénio de Andrade, Fernando Pessoa, Gomes Leal, Irene Lisboa, João Rui de Sousa, Jorge de Sena, José Régio, Miguel Torga, Natália Correia, Pedro Homem de Mello, Raul de Carvalho, Rui Mendes, Ruy Belo, Ruy Cinatti, Sidónio Muralha, Sophia M. Breyner, Vergílio Ferreira, Wenceslau de Moraes].

CATÁLOGO ONLINE AQUI

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

NO HORTO D’ALVALADE


"Futebol não tem mistério. Difícil é jogar bonito."

A vitória "doce e santa" dos vermelhos da Luz(itânia) no Horto d’Alvalade é duas vezes melhor. Por educação jogamos com dez jogadores. Fomos benevolentes! E em indelével paciência - que a bola não rola para todos – contemplamos o tormento e o luto lagartal. Fomos sinceros! Na arte – em sumário e puro exercício espiritual – demos honras ao nosso cavalheirismo. Não fingimos: jogámos bonito, olho na bola e passe de mágica para afastar a monotonia. Eis o que foi uma "vitória doce e santa".

O jogo não tem história. E se na verdade Hélder Postiga – essa metáfora do futebol – é apanhado mais vezes em fora de jogo que o sr. Sócrates em contradições ou devaneios, não se pense que é por malévola ambição. Ou por arte de espera. Postiga (ou o outro) não é desses.

Ao contrário, o filme do jogo relatado pela dupla jornalistas de serviço à SportTV do distinto vendedor Joaquim Oliveira é bizarra e madraça. A oratória anti-vermelha desses troveiros não passa de uma () cópia do "Tratado sobre a Invenção" de mestre Cícero, mas sem nenhum trabalho ou suposta reflexão. Antes as festivas colunas de João Marcelino no Diário da Manhã ou a pesporrência reaccionária do adolescente Raposo (Henrique) no presépio do Expresso. Há que ter originalidade para não matar o talento. No resto, uma vez SLB, sempre SLB!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

ANTÓNIO TELMO - A AVENTURA MAÇÓNICA


Lançamento do Livro (póstumo) de António Telmo: "A Aventura Maçonica. Viagens à Volta de um Tapete. Seguido de Autobiografia e Sobrenatural em Luís de Camões"

DIA: 14 de Fevereiro (21 horas)
LOCAL: Círculo Eça de Queiroz [Largo Rafael Bordalo Pinheiro, 4]
APRESENTAÇÃO: Nuno Nazareth Fernandes
EDITORA: Zéfiro

[via Almanaque Republicano]

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

EGIPTO - PRAÇA DA LIBERTAÇÃO


"Open the windows so we’ll know what’s happening" [Ibrahim Abdel Meguid, in No One Sleeps in Alexandria"

"¿Por qué se han rebelado los egipcios? La respuesta está en la naturaleza del régimen. Un régimen tiránico puede privar al pueblo de libertad pero, a cambio, le ofrece una vida fácil. Un régimen democrático puede no ser capaz de acabar con la pobreza, pero la gente tiene libertad y dignidad. El régimen egipcio ha quitado a sus ciudadanos todo, incluidas la libertad y la dignidad, y no ha cubierto sus necesidades diarias. Los cientos de miles de manifestantes de El Cairo no son más que una representación de los millones de egipcios que han vivido con sus derechos suprimidos" [Alaa Al Aswany - via EL PAÍS]

"Quisera eu ser capaz de mimetizar a autoconfiança resoluta com que Justine abria caminho por essas ruas na direção do café onde eu estava à sua espera: El Bab. Nossas conversas já estavam impregnadas de subentendidos que considerávamos o bom presságio de uma simples amizade..." [Durrell]

"... Os homens conhecem o passado.
Os deuses conhecem o devido,
de todas as luzes senhores únicos e completos.
Os sábios do devido o fado
percebem ...
"[Kavafis]

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

NOTÍCIAS DA FRENTE


"Quando se proclamou que a Biblioteca compreendia todos os livros, a primeira reação foi de uma felicidade extravagante" [Borges]

A Lua crescente sugere as utopias ou uma nobreza sem inchação. Este tempo de tardança está a ter um repertório curioso e mui reverente, e nem o adestramento dos colegiais do dr. Cavaco nos vai tirar do tédio (ouvi-nos mestre António Nobre!). O regente Aquário promete-nos (sempre) acreditadas actividades cívicas e outras tantas assembleias mais ou menos fúnebres. Justum! Porém a Lua de Peixes já anda por aí. Marques Mendes a perorar, entre a boca e a louca. Augusto S.S. a confessar: "Je ne sais pas lire". Patienta sapientiae comes est.

Nas obras de Fevereiro não há lugar à "pedra talhada". O neófito deve semear o acervo bibliográfico com livros não despiciendos, apanhando, na prudente melancolia de bibliófilo, livros que honrem a livraria. Evidentemente que o aprendiz sabe que o livro "tem uma ordem" e na "poda" é justo conhecer a descrição do mesmo, para que a sementeira (ou garimpagem) produza farta colheita. Uma segunda lavra, antes da arrumação da obra, deve ser ultimada. Ler os livros e transcrever notas nos cadernos, diria Umberto Eco. Isto é cerzir os dados e depurar - acrescentamos nós. Com entusiasmo e sem fadiga. Nem improviso!

- o regato do livro antigo, estimado & raro laboriosamente luta contra a crise do mercado livreiro, sempre com o prestígio que os seus Leilões confirmam. No próximo dia 17 de Fevereiro (21,30 horas), a Leiloeira Renascimento, sita na Rua Agostinho Lourenço (ao Areeiro), 20 C, põe à praça um conjunto curioso de livros, opúsculos (raros) e manuscritos. O Catálogo [que ainda não recebemos, decerto por incúria ou obscurantismo do sr. Estanislau Mata Costa, sacerdote-mor dos CTT] ou o seu trabalho é de toda a utilidade e pode ser AQUI consultado.

- duas raras peças da estimada bibliografia maçónica, ambas do final do século XIX, estarão a caminho de reimpressão. Os invulgares exemplares, mesmo que em edição fac-similada, são fundamentais para a nossa história contemporânea. O livreiro em questão - e que por discrição não avançamos -, que se dedica ao comércio do livro antigo por paixão e gosto, está de parabéns tal o serviço público que vem prestando aos amantes dos livros e à cultura. Aguardemos, pois!

- o site da nossa amiga Gabriela Gouveia é uma verdadeira redenção para cativos e uma alumiação instrutória aos bibliófilos. Fora o curioso preçário com que decora a sua belíssima montra de livros, toda a impressão e nível gráfico é de grande eloquência. Saudação de todos nós!

- dos Boletins, Catálogos & demais proveniências: a não perder o Boletim nº110 de J. A. Telles da Sylva, online; ultimado está (assim acuda à nossa chamada) o novo Boletim de Livros seleccionados da Livraria Bizantina, pertença do ilustrado Carlos Bobone, eminente galerista & estimado livreiro. Dão-se alvíssaras, pelo correio de véspera. À atenção do sr. Estanislau.

- pela mão de um risonho vassalo do sr. Estanislau, chegou-nos a mais recente edição patrocinada pela Livraria Letra Livre, uma obra onde se reúne os "textos e comentários de natureza histórica e política sobre o século XX português" ou o "material subversivo" de João Maria Paulo Varela Gomes, cidadão activo (mesmo que "clandestino") nesta "democracia filofascista". Trata-se da "Memória Ideológica no Centenário da Republica" (Viva a República Abaixo os Ladrões) – AQUI por nós já referenciada -, conjunto de artigos publicados no Alentejo Popular. Salientamos, nesta medida justa do tempo, os artigos sobre "Deportados em Timor"; um curioso texto crítico - sobre esse mártir da estória do actual regime, Rui Ramos - que Varela Gomes intitula "Rui Ramos um moderno cronista da Corte e a sua ‘História de Portugal’; as excelentes notas sobre "Sarmento Pimentel" ou "João Chagas" e vários textos obre a II República, como "Vital Moreira e a ‘Memória do Fascismo Ibérico", "José Mattoso e o direito à Memória", "Pulido Valente e Sousa Tavares, Intelectuais Miguelistas", entre outros. Pedidos à Livraria Letra Livre.

Aux livres Citoyens!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

DESCULPA LÁ VILLAS BOAS!


"Quem ajoelha é padre, e na Igreja, meu filho" [?]

O fabuloso intelectual dos Andrades, o tecnocrata Villas Boas, quando hoje foi flagelado por duas lascivas bolas, cegou de vez para o futebol. A fama desse inglório Mourinho d'Oporto, que tanto entusiasmou as românticas peixeiras do Bolhão e fez mesmo arquejar os estilistas do Blasfémias [o JMF não conta, é intelectual], esfumou-se pela grandeza de 2 (duas) eruditas bolas. E o gentio da paróquia das Antas – aqueles que na véspera folcklorizaram em V. Nova de Gaia - nunca lhe perdoará... jamé.

A equipa dos Andrades apresentou-se de cintura dura na defesa, numa estrutura de arrufo e ranço futebolístico, roncando aqui e ali no último terreno de jogo com essa alma penada do esconde-esconde, o clássico & festivo Hulk. Os vermelhos ignoraram-no, por que o dia não era de caça. A instrução de Jesus foi perfeita, mesmo sádica: fazer pressing impetuoso, ocupando espaços, saindo da marcação com inteligência e gozo, e marcar. E o intelectual Villas Boas ajoelhou, manso e místico. E converteu-se! Mas que duas bolas "boas de paz"!

Obrigado Maicon! Desculpa lá, Oh! Villas Boas.