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quarta-feira, 30 de julho de 2008


Tabuada: "Honorabilidade"

Honorabilidade – E um vocábulo de acepção indefinida e, talvez, indefinível.

Se equivale a benemerência (como ensina Figueiredo), não há precisão de neologia: benemerência escusa honorabilidade.
A meu sentir, honorabilidade, quando o consagrássemos, teria de significar a estimação, com que o juízo público, isso a que hoje em dia chamamos por excelência a opinião, recompensa os homens de bem.
Mas, nesse caso, honorabilidade se confundia com honra, que (leia-se a definição de Morais) também tem essa acepção.

[M. S. Mendes de Morais, "Repertório Réplica de Rui Barbosa", Casa de Rui Barbosa, 1950, p.92]

terça-feira, 22 de julho de 2008


Tabuada: "Despedir"

Despedir – A consemelhança, que figura aparentar os verbos expedir, impedir e despedir com o verbo pedir, ocasionou a versão vulgar de impeço, expeço, despeço; mas, não tendo a outra sido proscrita inteiramente da pratica dos mestres, razão é que prevaleça, desde que de sua parte está o significado das palavras e a sua etimologia.

Convém aliás notar que, entre os antigos, o próprio verbo pedir se conjugava por vezes regularmente: pido, pidais, pida.

"Que não sei se remédio ou morte pida" (Camões)
"Não me pidais interesse" (Id.)
"Amor, amor, mas te pido" (Id.)

- Ex. com expedir:
"Não me fico, e no imo peito espido brado louvor" (Camilo)

- Ex. com impedir:
“Não me impidas o gosto da tomada" (Camões)
“Que nos turbe a paz, e impida a liberdade” (Bernardes)

- Ex. com despedir:
"Com esta ultima advertência vos despido ou me despido de vós, meus peixes" (Vieira)

[M. S. Mendes de Morais, "Repertório Réplica de Rui Barbosa", Casa de Rui Barbosa, 1950, p.56]

segunda-feira, 21 de julho de 2008


Tabuada: "Avir-se"

"Avir-se: Lá se avenham entre si os dois apologistas do projecto. § 202

- Obs. I. Evidentemente por equivoco escreveu Castilho [no Fausto]:
‘E como se havém na emprêsa o desenhador?’
Neste caso é manifestamente o verbo avir-se, correspondente ao adjectivo avindos, que empregou na página anterior; e êsse carece de h.
Salvo êsse caso, de evidente descuido, não se poderá dizer que os mestres da língua confundissem, como alguns têm dito, com o verbo avir-se o verbo haver-se. De um e outro neles se encontram exemplos distintos.

Camões, verbi gratia, poetou:
- ‘Com o meu gado me avenho, e estou contente’
- ‘O rico com seu ouro lá se avenha’
- ‘Houve-se amor comigo
Tão brando ou pouco irado
Quanto agora em meus males se conhece’

- ‘Hajamo-nos, pois, com a nossa língua, como os romanos se houveram com a sua’ (ANT.PER. DE FIGUEIREDO).
- ‘O senso das turbas mal sabia como se houvesse com as trevas e monstros’ (CASTILHO). § 281

Obs. II. Avir na significação transitiva quer dizer ajustar, compor, conciliar, congraçar, concordar:
‘E se alguns Concelhos hão demandas ou contendas entre si, deve trabalhar quanto puder de os concertar e avir’ (Ord. I.39) § 490”

[M. S. Mendes de Morais, "Repertório Réplica de Rui Barbosa", Casa de Rui Barbosa, 1950, p.27]