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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008


LEILÃO de MANUSCRITOS, AUTÓGRAFOS e FOTOGRAFIAS - 13 Dezembro

No próximo dia 13 de Dezembro, pelas 15 horas, na Rua de Sacramento à Lapa, nº24, realiza-se um invulgar Leilão de Manuscritos, Autógrafos e Fotografias, sob realização conjunta de Luis Burnay e Silva’s Leiloeiros. As peças a vender são curiosas e pela sua qualidade, estimação e raridade de grande interesse. Sugere-se a sempre agradável consulta e leitura do seu Catálogo (magnifico), ele próprio de interesse bibliográfico.

Algumas referências: cartas de Manuel de Arriaga, (115), do prof. José Vicente Barbosa du Bocage, várias de Sampaio Bruno, Hermenegildo Capelo, outras curiosas do Rei D. Carlos, um lote de 8 cartas do insigne jornalista Joaquim Martins de Carvalho (Conimbricense), outro de grande valia acerca do Casamento do Príncipe D. Carlos de Bragança, fotografias e cartas de Camilo Castelo Branco, um raro catálogo dos livros pertencentes a Jeronymo José d’Athayde (sec. XIX, 45 f), um estimado Álbum de Fotografias originais da Campanhia Portuguesa de Trefilaria, estimadas cartas e fotografias de Serpa Pinto, documentos vários de Natália Correia, Vasco Lima Couto, João de Deus, uma rara (inédita?) colectânea de "historias chistosas com alguma linguagem obscena ocorrida supostamente com frades Bernardos" (sec. XVIII, 316 p.), documentos de D. Fernando II, D. Manuel II, João Franco, Sebastião Magalhães Lima, Hintze Ribeiro, Conde de Sabugosa, poesias de João Paulo (Mário) Freire, Delfim Guimarães, Pedro Homem de Melo (com uma correspondência curiosa), documentos de Almeida Garrett, Eça de Queiroz, Gomes Leal, José Régio, 1 curiosa carta de Augusto Ferreira Gomes, Vitorino Nemésio, Alexandre Herculano, cartas de Augusto Carvalho Monteiro (o primitivo dono da Quinta da Regaleira), Ramalho Ortigão, Teixeira de Pascoaes, Alberto Pimentel (várias cartas), documentos sobre a Inquisição, o Livro das Eleições da Irmandade "Senhor da Cruz e dos Passos”" do Mosteiro de Belém (sec. XVIII), Livros de Horas, receitas manuscritas de Cozinha (pertencentes a D. Cristina Emília Banha de Montemor-o-Novo), copias manuscritas do P. José Agostinho de Macedo, uma valiosa correspondência dirigida ao camiliano Henrique Marques (importante jornalista e livreiro), uma curiosa fotografia de um grupo de presos políticos monárquicos em Coimbra [27/10/1913], um "Primeiro Esboço para o Catalogo Methodico dos Livros, que possue Innocencio Francisco da Silva" [o insigne bibliográfo do Diccionario].

Leilão, portanto, a não perder. Catálogo on line.

quinta-feira, 4 de setembro de 2003

ARRUMOS & PAPÉIS

Tomamos o pouso nas arrumações. Decidimos levar à prática o que Eluard nos disse: sem ordem nem desordem. E assim será. Estamos cada dia mais caprichosos. Pegou-se em papelada, docemente depositada em caixotes (... não os que o Cesariny falava, entenda-se), e com um brilho nos olhos tomou-se as notas devidas, com arte. Entretanto abalroámos uma Cartuxa de 90, ali mesmo à mão. Tarde de glória. Soubemos logo que o bridge nocturno era nosso. Errámos ... mas foi por mau uso do carteio e excessiva verbosidade. Temos noutes!

Uma folheca manuscrita, que alguém com amor desvelado copiou (?) do original (supondo-se que seja verídico), parte de um curioso Acórdão, foi entretanto descoberta. Porque a folha começa a ficar pouco limpa, bastante cansada pelo manuseio e com picos de humidade preocupante, háverá que salvá-la.

[Acordam da relação do Porto de 11 de Novembro de 1793 sobre a contenta do cano das Freiras d'Amarante com os Frades da mesma Vila]

"Acordam em Relação, vistos estes autos, etc.
As autoras, D. Abadessa, Discretas e mais religiosas do Real Convento de Santa Clara de Amarante, mostram ter um cano seu próprio por onde despejam as suas imundices e enxurradas, o qual atravessa de meio a meio a Fazenda dos Frades dominicos da mesma vila.
Provam elas autoras a posse em que estão de o limpar quando precisam. Os réus prior e mais religiosos do Convento de S. Gonçalo, assim o confessam e se defendem dizendo: que lhes parece muito mal que lhes bulam e mecham na sua Fazenda sem ser à sus disposição; que conhecendo a sus necessidade da limpeza do cano das Madres tinham feito unir o seu cano ao delas para mais facilmente se providenciarem as cousas, por cujo modo vinham a receber proveito.
Portanto e mais dos autos; vendo-se claramente que aquela posse só podia nascer do abuso; vendo-se mais a boa vontade com que os réus se prestam e obrigam a limpar o cano das Madres autoras e que outrossim da união resulta conhecido beneficio, conclue-se visivelmente que tais duvidas e questões da parte das autoras só podem nascer de capricho sublime e temperamento ardente que precisa mitigar-se para bem d'ambas as partes.
Pelo que mandam que o cano das Freiras autoras seja sempre conservado corrente e desembaraçado, unido ou não unido ao cano dos réus, segundo o gosto destes e inteiramente à sua disposição, sem que as Freiras, autoras, possam intrometer-se no dia e hora nem nos modos ou maneiras da limpeza, a qual desde já fica entregue à vontade dos réus, que a hão-de fazer com prudência e bem por terem bons instrumentos seus próprios o que é bem conhecido das autoras que o não negam nem contestam.
E quando aconteça, o que não é presumível, que os réus, de propósito ou por omissão, deixem entupir o cano das autoras, em tal caso lhes deixam o direito salvo contra os réus, podendo desde logo governar na limpeza do dito seu cano, mesmo por meios indirectos e usando de suspiros, ainda usando do cano dos réus, precedendo primeiro a uma visturia feita pelo Juiz de Fora com assistência de peritos louvados sobre o cano das autoras ...
" [não se entende a parte final]