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segunda-feira, 31 de agosto de 2009


CADERNO DE LEMBRANÇAS & OUTROS APONTAMENTOS

1. "Há certas coisas em que a mediocridade é insuportável: a poesia, a música, a pintura, os discursos públicos" [La Bruyère]

2. OSTRAS EM FORMA DE SONHOS: "Abertas, e entesadas as ostras, ..., alimpem-se, e marinem-se em vinho branco com alho, cebolas, hervas finas, sal, pimenta, e rodas de limão; em estando marinadas o tempo necessário, escorram-se, enxuguem-se em um pannno; passem-se por uma polme feito com farinha, ovos, e vinho branco; depois frijam-se em manteiga clarificada, fritas, e de boa côr, sirvam-se para prato de entermeio, guarnecidas com salsa frita de roda" [in Annonia ou Mixto-Curioso. Folheto Semanal que ensina o Methodo de Cosinha e Copa com um artigo de Recreação, tomo II, nº22, Lisboa, Impr. De C.A.S.Carvalho, 1837]

3. ESTRADAS OFICIAIS: a circulação do indígena pelas estradas do interior da paróquia (municipais) é uma curiosa & ingénua aventura. Fora das auto-estradas, o desprevenido excursionista padece de todos os males: pisos (?) acidentados, escalavrados - que nem as bestas lá querem passar -, abomináveis, letreiros manhosos. Para a província, só de cocheiro! O Estado cuida que os lugares do interior são meros apeadeiros para uso da canalha. E que esta deve traquinar longe da civilização, preferencialmente, em gozo pedestre. Compreende-se, portanto, o admirável entusiasmo do(s) governo(s) (e das oposições) pelas modernas vias rápidas e as virtuosas auto-estradas da nação. E tal auditório conta, não por acaso, com a bênção de gratidão da eterna Brisa. Sempre a bem – dizem – da proveitosa Nação.

4. O SIMÕES: nas férias, o amador de livros não tem como evitar a ventura da ida ao Simões, estimado alfarrabista ancorado em Faro. Aos sábados, presume-se pela intriga do fim-de-semana algarvio, lá está o livreiro no seu frequentado estabelecimento, fatalmente envolto na sua costumada bata azul. Mas o festim não dá gozo, se bem que a fé bibliófila seja (ainda) inabalável. É que o comércio do livro antigo é, curiosamente, desconhecido nos Allgarves. Na verdade, o dr. Pinho afrouxou a sua benemérita acção propagandística e não soube insinuar a exigência de novos redis, em serviço do público ledor. Por isso mesmo, o nosso Simões-livreiro é a única figura com livraria e obra montada. Com tal monopólio, o nosso respeitável livreiro espreme-nos a bolsa, sim senhor, mas por outro lado enche-nos a alma. Só por isso, além das qualidades que manifesta no ofício, merece uma visita e deve constar nos roteiros.

5. OPOSIÇÃO. Em ensaio de apuro o sr. Sócrates faz oposição ao governo. É ouvi-lo prometer para os próximos anos, se tivermos paciência infinita, convictos e infindáveis projectos, maquetes e reformas aos paroquiantes, verdadeiramente assunto de bengalada contra o inepto governo que temos. É comovente a sua labuta por exigir medidas sociais, e curiosos planos na saúde, na justiça e educação, contra a insensível governação destes quatro anos de terror financeiro e de cárcere político. O governo que se cuide, pois não há lacaio, comediante, simplexe ou contra-regra que congregue a boa vontade. Aquilo é que é talento!

6. JOSÉ SEBAG

"... as palavras
que usamos
têm a idade que aparentam

atingidas pela velhice ou pelo descrédito
num alvoroço se oferecem ao abismo

despenhadas rolam
e se confundem com a lava
com a espuma tensa do tempo ainda intacto

para de novo nascerem noutra pátria
mais respirável ..."

7. Estamos de volta. Et pour cause

sábado, 8 de agosto de 2009


DE ABALADA

Este viçoso estabelecimento, onde se lavram protestos & se limam louvores variados, parte de novo para as terras do sul do Reyno. Iremos aportar no (sempre) temeroso Allgarve (tás desculpado Ó Manelinho!) – lux mundi da paróquia. Faremos incursões, silenciosas e sacras, a terras do Alentejo, altar da Terra. Continuaremos atentos à impiedosa estação política e literária.

Este estabelecimento não fecha durante as férias indígenas. Em vosso tributo!

Do mesmo modo, o Almanaque Republicano, continuará nos seus trabalhos profanos, na sua romagem à grande Alma Lusitana, em memória e coro festivo do quási-Centenário da República. A ociosidade do cronista não é nossa distracção nem será a nossa ruína. Estará aberto o Almanaque Republicano a V. Excias., sempre com o douto preceito: elegância e apuro da escolha. Uns partem, outros estão de regresso. Eis a "vida como ela é".

Boas Férias

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009


TEMOS ANDADO POR AÍ ...

... a guardar o ouro dos emolumentos, que a coisa está preta. O cartório do sr. Teixeira dos Santos é tão vibrante como a novela do BPP, mas mais cobrada que a contribuição aos melhoramentos do BPN. Este último, porto franco das sinecuras tem, como se sabe, "mais laranja" & mais "rosa". Os motivos de precaução & a sensatez de uma pausa bloguista, estão explicados. No resto, catrapiscámos em todo o lado curiosos papéis pintados (e autografados) e, ingenuamente, pecámos em húmidas paisagens espirituaes. Evidentemente nada comparáveis com aquela outra com que a nova polícia dos costumes do sr. Rui Pereira afugentou da paróquia de Braga. Mas estivemos bem perto! Pelo meio da vernissage do caos, que se pressente e que não tem remédio, ainda tivemos tempo para ir ao horto d’Alvalade, cumprir promessa. Aqueles rapazes das riscas verdes têm uma boa passada. Trotaram muito bem depois do intervalo. Uns cavalões! Levá-los para o atletismo era de bom proveito pátrio. Quanto ao futebol, confesso que não vi. Estarei com problemas de visão como o Manuel Pinho? Credo! Valha-me S. Sócrates!

Saúde e fraternidade.

terça-feira, 14 de agosto de 2007


Remigração

"Não me interessam mais nem as estrelas, nem as formas do mar, nem tu" [Cecília Meireles]

Após clamores das musas da venerável Bahia (que a magia é um trabalho iluminado) tomamos o pouso. Agora, e de novo, regressamos aos termos dos Campos do Mondego ... mar ao fundo. E digo-vos: atravessar de margem a margem o mar é uma "mareada" tal que nem um "aluá", feito por uma grande ialorixá, olvidaria. Enquanto isso, o humor caprichoso da bela Oxum sumiu-nos de vez. E Iemanjá foi para o mar. Não mais oferendas a podem acolher. Mas, ainda assim, a "água corre fazendo o ruído dos braceletes de Oxum". O tempo passou. O "despacho" com que cultivamos o olhar foi matéria de feitiço. E o poema, a espera da hora.

Sobre a Bahia de Todos os Santos cumpriu-se o prenúncio de Seu Jorge Amado:"eu te mostrarei o pitoresco mas te mostrarei também a dor". Ali tudo é gente acostumada, que a caminhada é sempre longa e saudosa. O fado do povo da Bahia uma labuta pesada, tortuosa, sofrida. E ao mesmo tempo alegre e intensa. A prosa, essa, é comprida, segura, balançada, sensual. As histórias, lindas! O protesto do mar vadio foi, para nós, uma simples malandragem. Ah, e o povo do candomblé, capoeiristas & outras irmandades um assombro de ternura. Mirámos a eternidade sem levantar a cabeça. Não foi pouco ...

Axé

quinta-feira, 26 de julho de 2007


O Almocreve vai de partida

"O caminho é por aqui,
dirá quem vier depois ...
" [Joaquim Namorado]

Para satisfazer os prazeres da carne e o desvario livresco – fonte de toda a luz – vamos de partida para o outro lado da pátria. A ventura da doçura de Salvador da Bahia, o cuidado feminino desse lugar fidelíssimo, o clima poético ou abençoado, a bondade da Livraria Brandão et al, a felicidade das Irmandades ou tesouros de sabedoria, faz-nos caminhar. Há afazeres abençoados. Vamos, por isso, andar com "as mãos na água" e a "cabeça no mar". Desnecessário dizer que voltamos outro. Tal como os dias. E a paixão.

Bom dia. Bom descanço. Sois encantadores!

quarta-feira, 6 de agosto de 2003

ALMOCREVE A CAMINHO

Mais para sul. Beja aqui tão perto. A estrada é de tormenta, mas Beja será retemperadora. Almodovar ali ... mesmo. Fim de tarde a lembrar as muitas da infância. Que será feito de ... ??!

"Por entre casas brancas
Sol e distância
Por entre oliveiras e vinhedos
Ânsias e medos
Por entre espigas e bolotas
A espuma dos olhos
Na terra seca e no calor
O sabor a suor
Nas almas sem mistério
A luz apenas como refrigério
E na dor das horas imoladas
Silêncio e nada."

José A. Palma Caetano

sexta-feira, 1 de agosto de 2003

O ALMOCREVE VAI DE PASSEIO



Para escusar a fadiga, vamos de passeio, rumando para o Sul.
É bom de ver que só retomaremos a nossa ventura quando tivermos vento de (a)feição. Porque "o lugar que ocupamos é o único temível, porque nos prende".

Dos frescos e saudosos campos do Mondego

Vale!

quarta-feira, 2 de julho de 2003

O ALMOCREVE AUSENTA-SE POR CURTOS DIAS



Eis, mais acima, sob as vossas cabeças e clamores, o momento da partida. Serei nestes dias um mutante de barriga ao sol. Mas voltaremos quando reunirmos a saudade e em antiquíssimo cantar dos frescos campos do Mondego, faremos espaço de reflexão e de dizeres outros, retomando a nossa (e vossa) ventura.

Pretium laborum non vile. Até Segunda!

Vale