Mostrar mensagens com a etiqueta Camilo Pessanha. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Camilo Pessanha. Mostrar todas as mensagens

domingo, 7 de setembro de 2003

CAMILO PESSANHA (1867-1926)


n. 7 de Setembro de 1867

De forte influência simbolista, prenuncia o modernismo da Orfeu, sendo de referência obrigatória do poeta Fernando Pessoa. Este considerava-o como mestre, porque:

" ... descobriu-nos a verdade de que para ser poeta não é mister trazer coração nas mãos, senão que basta trazer nelas a sombra dele" [F.P., in Páginas de Literatura e Estética]

Talvez o simbolista de maior pureza, oriundo da nobre ascendência [vidé António Quadros - O Primeiro Modernismo Português, EA, 1989] dos Pessanhas, a ferida da sua bastardia, seguramente, marcou-o para sempre. "Depois da sua frustrada tentativa de casamento com Ana de Castro Osório, seguiria as pisadas do pai e avô; ele próprio, na solidão do que chamou a montureira, material e moral, de Macau, foi ali resvalando para o vício do ópio e para a vida em comum (...) com uma governanta-amante chinesa (...) depois com a filha daquela, N'gan-Yeng, a Águia de Prata, enfim, com uma terceira concubina, ainda chinesa Same-Khun" [idem]

Quando a vejo, de tarde, na alameda
Arrastando, com ar de antiga fada,
Pela rama da murta despontada,
A saia transparente de alva seda,
E medito no gozo que promete
A sua boca fresca, pequenina,
E o seio mergulhado em renda fina,
Sob a curva ligeira do corpete ...


Depois da paixão desabrida por Ana de Castro Osório, que lhe recusa o cortejar e o casamento, Camilo Pessanha sai do país, foge para Macau onde permanece desde então (1894) até á morte (1926).

Obras: Participa com poemas no jornal Novo Tempo, na revista Ave Azul; Clepsidra, Edições Lusitânia, 1920; China, Estudos e Traduções, 1944