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domingo, 22 de junho de 2003

DUELO PRECISA-SE


A vida está perigosa, trivial de banalidades e de calúnias. Alguns sermões recitados na paróquia de Portugal, remetem não para um tratado da raiva, mas para um regresso do famoso e antiquado duelo, que à espadeirada, à pistola ou à faca, reponha a honra em moldes ritualistas, como a tradição exigia. Disso tive conta, lendo um texto de Mário Matos e Lemos, «O duelo em Portugal depois da implantação da República», publicado na Revista de História das Ideias, da FLUC, em 1993. E já antevia o duelar de alguns indígenas da nossa praça, se por acaso estivéssemos no principio do século XX e se o duelo como instituição social não tivesse fracassado. Pensando melhor, ter-se-ia que acreditar que os ofendidos aceitavam a afirmação de Bruneau de Laborie, que «o duelo só é admissível entre iguais [op.cit.]» , o que não nos parece que batesse certo. Depois sempre se poderia consultar a Acta de Carência, onde se poderia observar como foi dirimido a pendência, e resolvida a ofensa dos seus constituintes.

De referir que há literatura sobre esta matéria, seguindo-se os «códigos de honra franceses» como se esperaria. Assim, cite-se alguns retirados do texto de Mário Matos e Lemos, acima referido: Les Lois du Duel (Bruneau de Laborie, 1908); Regras do Duelo de 1901 (tradução de Conseils pour les Duels); O duelo em Portugal no sé. XIX e ínicios de sec. XX …(H. de Fátima Morais Almeida, 1989); Eu e o Visconde de Pedralva ou História documental de dois duelos fantásticos (João Terenas Júnior, 1914); Uma Pendência Célebre (António José de Almeida e Alfredo Pimenta, 1914).

Ora, seria curioso antever os intervenientes para duelar, face aos impropérios e ódios de estimação conhecidos. Avanço desde já com alguns:

- Martins da Cruz em 3 assaltos com sabre, perante Seixas Santos
- Eduardo Prado Coelho a esgrimir com Vasco Pulido Valente
- António Manuel Baptista em duelo com Boaventura Sousa Santos
- Eduardo Cintra Torres versus António Pedro de Vasconcelos
- Morais Sarmento à espada com Emílio Rangel
- Marcelo Rebelo Sousa à pistola com Santana Lopes
- Augusto Seabra desafiando José Manuel Fernandes
- João Pereira Coutinho exigindo satisfação a Daniel Oliveira
- Paulo Portas em duelo contínuo com um ror de gente da esquerda, da direita e do centro, cidadãos anónimos, funcionários públicos, peixeiras, feirantes, GNR e tropa vária.