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quarta-feira, 10 de dezembro de 2003

PIERRE LOUYS [1870-1925]



Pierre Louÿs [1870-1925]

Nasce em Paris, a 10 de Dezembro de 1870

"Pierre Louys é um misto de erotismo - de um erudito à margem e em conflito com a Universidade -, consagrando aturados trabalhos de investigação a «loucos literários» como Restif de la Bretonne, e de aventureiro da vasta sensação erótica que o não há-de deixar senão na morte. De famílias com pergaminho (...) é um finíssimo prosador e poeta que procurou, como ele próprio se definirá a propósito das suas perturbantes Canções de Bilitis, «por a viver de novo a Antiguidade».
Louys mostrou-se de facto um helenista espontâneo no cultivo do amor. No prefácio ao seu livro Afrodite, interroga ele: «... como se explica que, através da derrocada das ideias antigas, a grande sensualidade grega nimbe, como um raio de luz, as frontes mais elevadas? / É porque a sensualidade é a condição misteriosa, mas necessária e criadora, do desenvolvimento intelectual. / Aqueles que nunca sentiram até ao seu limite, para as amar ou para as maldizer, as exigências da carne, são por isso mesmo incapazes de compreender, em toda a sua extensão, as exigências do espírito ...»"

[Júlio Henriques, Pierre Louys, Obra Negra, in Manual de Civilidade para Meninas, de Pierre Louys, Fenda, 1988]

Conselhos a Um Amante

"Se quiseres que uma mulher te ame, ó meu jovem amigo, seja ela quem for, que a queres nunca lhe digas; faz porém com que todos os dias ela repare em ti, e depois desaparece, para voltares mais tarde.
Se ela te falar, sê apaixonado sem desvelo. Por si mesma a ti há-de chegar. Hás-de saber então tomá-la à força, no dia em que entender oferecer-se-te.
Quando em teu leito por fim a receberes, descura então o teu próprio prazer. As mãos duma mulher apaixonada são trémulas e sem carícias. Exime-as de serem diligentes.
Tu, porem, não te repouses. Prolonga os beijos até ao fim do fôlego. Não a deixes dormir, ainda que to rogue. E beija sempre a parte do seu corpo onde os seus olhos poisam.

[Pierre Louys - Conselhos a Um Amante, in As Canções de Bilitis, Fora do Texto, 1990]