terça-feira, 22 de julho de 2008


Tabuada: "Despedir"

Despedir – A consemelhança, que figura aparentar os verbos expedir, impedir e despedir com o verbo pedir, ocasionou a versão vulgar de impeço, expeço, despeço; mas, não tendo a outra sido proscrita inteiramente da pratica dos mestres, razão é que prevaleça, desde que de sua parte está o significado das palavras e a sua etimologia.

Convém aliás notar que, entre os antigos, o próprio verbo pedir se conjugava por vezes regularmente: pido, pidais, pida.

"Que não sei se remédio ou morte pida" (Camões)
"Não me pidais interesse" (Id.)
"Amor, amor, mas te pido" (Id.)

- Ex. com expedir:
"Não me fico, e no imo peito espido brado louvor" (Camilo)

- Ex. com impedir:
“Não me impidas o gosto da tomada" (Camões)
“Que nos turbe a paz, e impida a liberdade” (Bernardes)

- Ex. com despedir:
"Com esta ultima advertência vos despido ou me despido de vós, meus peixes" (Vieira)

[M. S. Mendes de Morais, "Repertório Réplica de Rui Barbosa", Casa de Rui Barbosa, 1950, p.56]