domingo, 22 de novembro de 2009

O SEMPRE VALENTÃO EMÍDIO RANGEL


"Ab alio expectes alteri quod feceris"

O sempre valentão Emídio Rangel está de volta. O irrequieto garçon do actual regime, mesmo sem a graça putativa especial que tem pelas coisas do circo, ofusca, ainda assim, qualquer boy do sr. Sócrates. Santos Silva, incluído. Mesmo sendo o último dos ridículos, ou o primeiro dos azeiteiros, que pastam no CM, o formidável valentão Emídio Rangel persiste na sua aplicada "luta" contra os professores (que não gosta) e os sindicatos (que o atormentam).

O caso Rangel não é uma douta ufania de ignorância. Com essa inépcia podemos, honestamente, todos. Além do mais não consta que a ignorância seja uma assegurada infâmia. A bravata do sempre valentão Emídio Rangel é do foro político (sem dúvida), mas também é um libelo de carácter, ao mesmo tempo que é sintoma de uma crise patológica ou um fenómeno de projecção (Freud, dixit) reprimida. A paranóia é um estádio de delírio, um ódio recalcado e que transporta (sempre) fantasmas que até ao próprio surpreende.

O sempre valentão Emídio Rangel, preocupado com a fendida política governamental para o ensino que esta semana irrompeu no Parlamento e com a bênção da sra. Ministra da Educação e dos sindicatos, desata em mais uma monumental lide de impropérios caseiros, a par de uma argumentação saloia de apoio ao defunto "projecto de reforma" da Maria de Lurdes & João Freire. De caminho, o sempre valentão Emídio Rangel refere-se aos professores (que não gosta) como "boçais", assunto, vindo de quem vem, perfeitamente laudatório, mas ainda assim escusado. O sempre valentão Emídio Rangel um dia terá de dizer a um qualquer professor, cara a cara, rosto com rosto, essa rincharia que os jornalecos conscientemente lhe autorizam. Na ocasião se verá a índole, a honra e a autoridade desse sempre valentão.

Talvez, então, o sempre valentão Emídio Rangel nos elucide sobre a sua vida académica em Angola (liceal e universitária), decerto musicando-a com a (outrora) formidável maçada da sua militância partidária e a sua rocambolesca fuga para a antiga Metrópole. Para que, nessa sua evidência de competências, os seus admiradores socráticos se curvem de mordomias e os nossos "boçais" professores lhe passem o respectivo atestado ou diploma. Sic et simpliciter.