sábado, 12 de julho de 2008


O duplo João Proença

Em tempos mais alumiados que os d’agora, era mister reclamar que o espírito de Carvalho da Silva apresentava predisposição - zelosa e instruída - para caminhar lado a lado com a estratégia do PCP. O milagre dessa devoção emanava por todo o lado e em todas as "lutas". Ao "bom" do Carvalho da Silva derramavam copiosas "maldades" e incestuosos tormentos. Mais ninguém, de igual linhagem ou carácter, parecia seguir tais escandalosos métodos, isto é ser correia de transmissão a um partido. O "bom" do Carvalho da Silva - é bom de ver - não apreciava tais ditames, mesmo que tal tivesse algum provimento. Por isso, com mal d’amores políticos à mistura, foi ler, estudar e deixou lentamente a sombra tutelar da linha ortodoxa do velho partido. Ganhou encantamentos. Nunca mais tais retóricas foram elevadas ao seu total exagero. Evidentemente, continuou a zelar, a falar e a instruir. E até, de vez em quando, a "lutar"- diga-se.

Entretanto, como se esperava e tinha de ser, desperta para a "vidinha" sindical essa figura ridícula, espaventosa e pouco graciosa que dá pelo nome de João Proença. Saltou do estabelecimento do Largo do Rato, directamente para a moita sindical. O pulo do João Proença, mesmo que desconchavado, não iludia nativo algum. Num país de controleiros mimados, todos bufaneando para o "patrão" que lhe der a mão, o indígena não se ocupou do assunto que entendia pouco suspeitoso. Até então a "correia de transmissão" dos sindicatos aos partidos era, ironicamente e para gozo dos putativos "patrões", atribuído ao "bom" do Carvalho. E assim, poisando a cabeça entre a agremiação de putativos "sindicalistas" e o rabo dos sábios colunistas, lá caminhava o inatacável João Proença: de dia tomando o boné proletário e de noite usando o fato das novas oportunidades socialistas. A evidente "dupla personalidade" deste curioso "sindicalista", ao fim de longo tempo, foi agora diagnosticada.

É que depois de ter andado em romaria pela paróquia com o eng. Sócrates - explicando a bondade da revisão do Código de Trabalho –, de ser entronizado em reunião na sacristia do Largo do Rato e de ter assinado de cruz o "notável" Código de Trabalho” do sr. Sócrates & Silva(s), revelou a gravíssima doença de que é possuído: o de ser o Mr. Hyde & o Mr. Jekyll dos proletas lusos. E há cura para tal afoiteza, perguntam vós? Não sabemos! Mas o sempre talentoso sr. Vitalino Canas, decerto, um dia dirá qualquer coisa sobre o doente. Se tivermos tempo.

Saúde e fraternidade