quinta-feira, 6 de julho de 2006


It is I, João Carlos Espada!

"Sperai! Caí no areal e na hora adversa" [F. Pessoa]

Pobre de nós! Julgámos que o desabafo do trovador liberal João Carlos Espada, no penúltimo Expresso, era um rabisco a descoberto. Dizia o professor, da jangada do seu Mar Aberto, que a dita "coluna" se despedia do Actual. Não concluímos a leitura ilustrada da coisa, porque aturdidos pelo cantar do Espada, abrimos insidiosamente uma Quinta do Crasto, por sinal bem honesta, e assim ficámos em amena conjectura sobre tal vaticínio do inefável professor.

Mal de nós! Fomos, por demais, imprudentes. Acontece que entre o regalo de antever o Espada no conforto do lar, afinal coisa de Lord, ou magicarmos o inferno do professor alapando-se no Hotel Palácio do Estoril (ouviram a música!?) com todos aqueles senhores do King's College, de Harvard, ou mesmo vindos da Wyzsza Szkola Biznesu, para não falar já da senhora Filomena Mónica ou do poetrasto Graça Moura, não concluímos a croniqueta do Actual. Ora sucedeu que a zelosa Balbina, fiel empregada da casa, desempestou o escritório e arrumou o papel do dr. Balsemão para um qualquer canto esconso e inatingível. Nada de temer.

Portanto meus amigos, imaginem a alucinação havida, quando esta semana, debaixo do trecho espirituoso do jovem Coutinho no 1º caderno da folheca balsâmica citada, surge o olho maroto do imortal professor João Calos Espada, fitando-nos. Que susto!

Disse-nos: It is I, João Carlos Espada!. E era, de facto, o exterminador do intelecto indígena. Fugimos dali, inopinadamente ... até hoje. Mas estamos vivos para contar. Deo gratias!