terça-feira, 1 de fevereiro de 2005


Um dedo contra os Terrorismos

As eleições no Iraque foram uma manifestação saudável dos seus cidadãos, uma caminhada apressada contra todas as formas de terrorismos, uma saudade da vida. Prostrados numa dor profunda, que a estreiteza política neoconservadora americana originou, como antes a perseguição de Saddam e seus acólitos alimentou, a população do Iraque, entre ferros, foi votar. Fez bem, que dos tormentos também se fazem heróis.

Mas é claro que a coragem manifestada pelos cidadãos iraquianos, um triunfo contra morte avisada, nada pode ter a ver com as acções e as palavras proferidas pelos criminosos de guerra Bush, Blair & seus amigos sobre o evento. As virtudes eleitorais assim abençoadas na boca desses senhores & fiéis amigos, são enganos mil, infames hipocrisias. Porque o espectáculo que assistimos do fumo de sangue jorrado em solo do Iraque tem as suas assinaturas. E a desumanidade e terror que transportaram, em suspeitoso pensamento de plantação da democracia no mundo, a nossa vergonha.

Assim foi. Um dedo levantado contra os terrorismos, mesmo que não se saiba o que vem depois. Uma jornada de liberdade, um grito contra o martírio da ocupação, um brado pela vida. Extenuados os corpos que o inferno amaldiçoou, resta não empalidecer na espera. Mesmo se a dor, o medo e o espanto retornem, amanhã.