sábado, 31 de janeiro de 2004


Viri Doctissimi

O debate mensal na Assembleia da República foi esclarecedor. O prócere dr. Barroso a matraquear promessas para o próximo ciclo eleitoral; o liliputiano Marques Mendes a fazer de ponto nessa vil comédia brejeira; a senhora do défice, Ferreira Leite, ar patriótico de orgulho por não ter perdido os 3 por cento do PEC, respeitavelmente meditabunda, pensando quiçá na próxima espoliação aos funcionário públicos; a rapaziada desmemoriada do PP em pânico e à beira da extrema-unção. Uma estucha, é claro.

Inimputável, diz Louçã sobre a política levada a cabo pela senhora ministra da Justiça. Absolutamente. Só resta saber se a senhora ministra, a quem alguém com piada disse que sabia de fiscalidade, é de facto ministra. Até hoje, temos dúvidas. Daí o assombro.

O berrador Pires de Lima, barão viril da extrema-direita com assento parlamentar, desata em impropérios vários contra o anti-colonialismo de Mário Soares, ao mesmo tempo que a sua bancada ameaça processar o deputado do BE, Francisco Louçã em tribunal por ter considerado ser a ministra (?) Celeste Cardona inimputável politicamente. Curiosamente tudo isto aconteceu no dia em que a TSF apresenta uma sondagem eleitoral (TSF/DN/Marktest). Coincidências?

Em entrevista a Carlos Vaz Marques (Pessoal ... e Transmissível), a escritora Agustina Bessa Luís confessa que "gostaria de fazer milagres". Que Deus seja louvado. É que depois de ter patrocinado a luminária da intelectualidade indígena o dr. Santana Lopes, qualquer milagre é absolutamente desnecessário.