quarta-feira, 3 de dezembro de 2003

DANIEL, O REVOLUCIONÁRIO




"Quando chegam as andorinhas, nunca se deve modificar a forma de andar" [MHL, AO, CC]

Decididamente, e contrariando boatos da reacção que insistiam em dar como extinta a excelsa classe dos revolucionários, eis que através de uma posta, o grande Daniel confessa-se e mostra que está vivo os ideais da revolução. Incomodado com as manifestações pequeno-burguesas da camarada Odete, dado a sua instrumentalização pela perfídia do capital e antevendo um perigoso desvio direitista na luta de classes moderna, o camarada Daniel vilipendia não só a senhora, mas ainda tem tempo de, num desvairado reconhecimento, confessar a sua "formatação" ao longo de 80 submissos anos. Fomos às lágrimas. Na foto acima, pode testemunhar-se a vitalidade revolucionária do Grande Daniel "em plena campanha de mobilização das massas contra a reacção", enquanto suspirava por Alexandra Kollontai e Rosa Luxemburgo.

[Será conveniente referir, que não seguimos o que Barthes afirmava sobre o carácter conservador da fotografia, e que muito bem questionou o nosso Terras do Nunca, pois muito embora a imobilidade e a fixação do instante da pose exista, o que pode significar uma manifestção de conservadorismo, julgamos que o camarada Daniel jamais será manipulado pela verdade fabricada do real (Barthes dixit) que a fotografia sugere. Pois canté!]