terça-feira, 22 de julho de 2003

EUGÉNIO DE ANDRADE

Sei onde o trigo ilumina a boca.
Invoco esta razão para me cobrir
Com o mais frágil manto do mar.

O sono é assim, permite ao corpo
Este abandono, ser no meio da terra
Essa alegria só prometida à água.

Digo que estive aqui, e vou agora
A caminho doutro sol mais branco.


20.2.79

[Eugénio de Andrade, in Loreto nº4, 1979]