quarta-feira, 9 de julho de 2003

BOAS


De regresso, fico estupefacto com tantas novidades em tão poucos dias. Isto na blogosfera. Porque o país e o mundo estão na mesmíssima posição (perigosos à maneira de Pulido Valente).

- Direi que o fecho do Blogo não é aceitável. E como tal, proponho uma manif bloguista contra a decisão do(s) mentor(es) desse importante espaço que agora desaparece. Não há substituição possível. Volte ao work, já!

- Fiquei comovido pelo bestial figurino do amante de Berlin, o nosso caro MacGuffin. Rodeado de livralhada, a mão docemente segurando o peso da teoria liberal, o Carlos deu a cara no Contra a Corrente. Fez bem. Cada um dá o que pode. Só lamento que em vez de referir o ar “de puto” que supostamente tem, não termine o MacGuffin com a velha máxima de Baudelaire, “A verdade enfática do gesto nas grandes circunstâncias da vida”. Dava uma atmosfera mais erudita.

- Lemos com o recato possível, sem ousar corar por uma única vez, a crónica da Charlotte em estylo maviosamente Carlos Castro (como sugere o JPP) sobre a elegante e cuidada reunião da UBL. Post de impressões (in eternum manebit et ultra) é um curioso documento para a história da blogosfera. Ficámos sabedores da inteligência do Lomba (a juventude é um mystério), compreendemos a timidez Mexiana que depois é transposta para a poesis com sucesso, também concordamos que O Intermitente deve ser castigado, enquanto os giros De Direita não por serem giros. Até aqui tudo bem, mas quer no post da piedosa bloguista Charlotte, quer naquele outro do Pedro Mexia, nada nos é dito sobre os pormenores da desbunda gastronómica havida, nem nos é referido as sinopses das comunicações proferidas, pelo que suspeito deve ter ocorrido o que o narrador de Fradique Mendes nos diz: “Nada de ideias! Deixem-me saborear esta bacalhoada, em perfeita inocência de espírito, como no tempo do senhor D. João V, antes da democracia e da crítica».