quarta-feira, 4 de junho de 2003

BREVIÁRIO ECONÓMICO


A confraria neoliberal anda às turras com a política económica. Ninguém se entende. Não vindo nos manuais, os neoconservadores andam às aranhas. Não bastava concorrerem para um discurso desbragado contra economistas de respeito - helás Cadilhe, Silva Lopes - abonando as piedosas intenções da licenciada Manuela Ferreira Leite, mais o desaparecido ministro Tavares (decerto em encomendas com nostros hermanos), para agora zurzirem até no mestre em política orçamental Cavaco Silva, atirado que foi para a prateleira dos economistas 'mortos'. É obra.

Entretanto, na pátria neoconservadora (o Sol da Terra para esses inefavéis liberais) da administração americana, profetiza-se na condução da política económica justamente o contrário que a a rapaziada neoconservadora em economia esperava. Raios que (ainda) a política orçamental não desapareceu ... no ar neoconservador do império! E lá se vai o mito (e as sebentas) da Escola de Chicago. Hayek não resiste a tamanha desfaçatez bushiana. A senhora Thatcher não voltará a escrever mais nenhuma carta a Hayek, mesmo que tal fosse possivel. E é pena.

- No Palácio das Necessidades paira o espectro da luta de classes. Suspeita-se que, deliberadamente, a senhora ministra das Finanças considere a 'falência' dos Negócios Estrangeiros, e mande evacuar o nobre palacete, para logo de seguida o vender à conta do famoso défice. Martins da Cruz, o espantado ministro, irá fazer o quê?

- João Tallone, presidente da EDP, entrou «a matar». O ex-consultor do Estado para a restruturação do sector energético não aceita que a GALP participe no capital da EDP, o que leva o impagável Ferreira do Amaral a ficar à beira de um ataque de nervos. Bem ...sempre pode regressar, o Ferreira do Amaral, aos estudos de geneologia e heráldica. Sempre é menos custoso e de maior acalmia intelectual.