sábado, 17 de maio de 2003

FELGUEIRAS "RULA"

O que se viu ontem em Felgueiras é execrável. Um bando de populares (!?) correndo e batendo num homem, agastado e humilhado, é bem o retrato da populaça que habita cá no burgo. Um coio de indigentes que vive de e para o futebol - a suprema alienação da pós-modernidade - em sinistro bando, resolve invectivar quem não alinha com a bagunça que reina pelo país. O retrato de Felgueiras está aí. Para ficar.

Duas imagens nos ficam na memória: a primeira, o faccis dos poltrões socialistas de Felgueiras, enquanto o jornalista da RTP1 explicava o que aconteceu. O ar de alarves com que aparecem na TV, a felicidade de estar na mesma caixa onde os Baiões, os da Moderna, os Cruz ou as Fátimas é elucidativo do bem estar do cidadão portuga. A populaça entendeu bem o que Warhol disse, isto é, há que aparecer, sempre com rasgado sorriso nas beiçolas, onde a TV está. E se for em tertúlia ajumentada melhor. A segunda imagem é o aparecimento de um pobre coitado, vestido com farda de futebolista domingueiro, frente ao Assis para lhe fustigar o lombo. Este popular, que decerto trabalha para receber uns míseros cêntimos no seu dia-a-dia, vinga-se pela calada da noite. Entretando a GNR - pronta a partir para o Iraque a nova província dos USA - aparece meia hora depois, com três exemplares extraordinários.

Que raio de País é este? Será que um bando de marginais á solta em Felgueiras manda mais que as autoridades públicas? E que diz a isso o inefável Ministro? Não é um crime público o que todos vimos? Porque se espera?