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terça-feira, 9 de setembro de 2003

MERCADOR DE LIVROS


"... [para a historia dos mercadores de livros ou livreiros] encontram-se (...) importantes subsídios quanto aos mercadores de livros quinhentistas, no curioso trabalho do erudito Gomes de Brito Noticias de Livreiros e impressores em Lisboa na 2ª metade do século XVI, separata do Boletim da Sociedade de Bibliophilos Barbosa Machado, baseado num importante códice pertencente ao rico arquivo da Câmara Municipal de Lisboa e no livro de Tito Noronha, outro erudito, intitulado A Imprensa portugueza durante o século XVI.

Nessa época havia em Lisboa, conforme refere a preciosa Estatística de 1522, vinte vendas de livros ou livrarias, disseminadas pela famosa Rua Nova dos Ferros [cognominada O Chiado quinhentista]. (...) destacam-se, como mais opulentos, dois estrangeiros, João de Borgonha, que também era editor e João de Molina ou João de Espanha, associado a Miguel de Arenas. Outros mais (...) como Bartolomeu, João, Cristóvão e Simões Lopes, pertencentes talvez à mesma família; como um com o nome novelesco de Sagramor Fernandes; como Manuel de Carvalho e Sebastião de Carvalho, possivelmente seu filho; como Diogo Machado; como Gabriel de Araújo; como Diogo Moniz; como Francisco Grapheo, que vendia as primeiras edições de Menina e Moça de Bernardim Ribeiro e a Diana de Jorge de Montemór; como Francisco Mendes; como o flamengo Geraldo de Frísia; como Salvador Martel e depois sua viúva Leonor Nunes e seu filho; como Jerónimo e Jorge Aguiar; como António de Aguilar; como Francisco Fernandes; como Baptista da Fonseca; como Manuel Francisco, António Dias, Pêro Castanho, João de Ocanha, etc.

Em Braga havia tendas de livros de João Beltrão de sociedade com Pêro Gonçalves; em Coimbra as de Melchior Beleago, António de Mariz, que também era emprimidor, Geraldo Mendes e Jerónimo Miranda, etc. e em Évora as de Adrião Fernandes e António Lermet.

Dos livreiros mais modernos citaremos um Francisco Baptista de Oliveira Mesquita, o Méchas, estabelecido na Travessa dos Romulares, nº 8-A, junto ao Caes do Sodré, que mereceu ser incluído por Inocêncio no Dicionário Bibliographico.

Nos nossos tempos [trata-se de 1924] tornaram-se bem conhecidos em Lisboa os nomes dos livreiros: Pereira da Silva (o pae conhecido por Frade e seus dois filhos) cuja livraria se desbaratou há anos em quatro sucessivos leiloes; Rodrigues, do Pote das Almas, em cuja livraria se reuniam Sousa Viterbo, Inocêncio, Merelo, Jaime Moniz, Manuel d’Assunção, etc.; Caldas Cordeiro, diplomado com o Curso Superior de Letras, cujo estabelecimento era um centro de cavaqueira em que apareciam Teófilo Braga, Ginestal Machado, Gualdino Gomes, Joaquim Rasteiro, Aníbal Fernandes Tomás, Berquó, Armando da Silva, Calado Nunes, Picotas Falcão, etc.; João Vicente da Silva Coelho (...); Avelar Machado; Manuel Gomes, (...); António Maria Pereira; Henrique Marques; Maia; Comendador Henrique Zeferino; Pacheco; Bordalo; Sá da Costa, etc.

Noutras terras de Portugal encontram-se ainda estes nomes: Lelo & Irmão, Lopes da Silva, Moreira da Costa, etc. do Porto e França Amado de Coimbra, etc. (…) [continua com a biografia de Manuel dos Santos]

[Henrique de Campos Ferreira Lima, in Catalogo duma importante Livraria que será vendida em leilão sob direcção de Manoel dos Santos …., , 1924]