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sábado, 12 de julho de 2003

VOX POPULI


* Causou impacto nos meios jornalísticos, em especial no NYT e na BBC, o último editorial do mestre José Manuel Fernandes. Consta que vários directores de jornais pediram a demissão; um conhecido presidente americano engasgou-se no Texas com meio copo de JD; um grupo de senhoras pretende patrocinar a Liga dos Amigos do Fernandes; a União dos Blogs Livres aceita, depois de intensas conversações com Pedro Mexia, convidar JMF para presidente honorário; um fadista de renome dedicou-lhe uma canção vadia; um activista de esquerda sucumbiu ao ler o Livro de Estilo, patrocinado pelo mestre; Vasco Graça Moura fez um poema de circunstância; e o Meu Pipi ficou preocupado com a argumentação sobre as 3 fontes, presentes no editorial citado. A redacção do Almocreve das Petas pediu a exoneração do seu director.

* Reapareceu de caqui e chapéu novo colonialista, o senhor Presidente da Assembleia da República, Mota Amaral, na recepção ao Presidente do Brasil. Foi um assombro em S. Bento a elegância de estilo e maviosidade desvelada. Lula da Silva manteve-se hirto e firme. O deputado Telmo Correia compôs o nó da gravata, enquanto Guilherme Silva arregimentou as hostes. Mário Soares não foi ao Tavares!

* Tony Blair jurou pela centésima decima vez que "vão aparecer provas concretas de armas de destruição maciças" no Iraque. José Manuel Fernandes prepara editorial para esse momento solene. Foram pedidas várias garrafas de Don Perignon. Nós por cá abrimos uma Maria Gomes.

* Manuel Vilarinho não fica no Benfica. A redacção do Almocreve embriagou-se, perdidamente. Foi uma correria às garrafas da Quinta do Vale Meão. Sempre assumimos que pobre gosta de luxo, quem gosta de miséria é intelectual.

* Cansado de oásis, Alvalades e Quintas do Lago anda o edil de Lisboa, Pedro Santana Lopes. Agora pretende dedicar-se à feitura de túneis. O vício nunca esquece. A nós também não.

* Pedrito de Portugal levou uma estocada no valor de 100.000 Euros. Na Moita é assim. Sejam prudentes, pois.

quarta-feira, 9 de julho de 2003

BOAS


De regresso, fico estupefacto com tantas novidades em tão poucos dias. Isto na blogosfera. Porque o país e o mundo estão na mesmíssima posição (perigosos à maneira de Pulido Valente).

- Direi que o fecho do Blogo não é aceitável. E como tal, proponho uma manif bloguista contra a decisão do(s) mentor(es) desse importante espaço que agora desaparece. Não há substituição possível. Volte ao work, já!

- Fiquei comovido pelo bestial figurino do amante de Berlin, o nosso caro MacGuffin. Rodeado de livralhada, a mão docemente segurando o peso da teoria liberal, o Carlos deu a cara no Contra a Corrente. Fez bem. Cada um dá o que pode. Só lamento que em vez de referir o ar “de puto” que supostamente tem, não termine o MacGuffin com a velha máxima de Baudelaire, “A verdade enfática do gesto nas grandes circunstâncias da vida”. Dava uma atmosfera mais erudita.

- Lemos com o recato possível, sem ousar corar por uma única vez, a crónica da Charlotte em estylo maviosamente Carlos Castro (como sugere o JPP) sobre a elegante e cuidada reunião da UBL. Post de impressões (in eternum manebit et ultra) é um curioso documento para a história da blogosfera. Ficámos sabedores da inteligência do Lomba (a juventude é um mystério), compreendemos a timidez Mexiana que depois é transposta para a poesis com sucesso, também concordamos que O Intermitente deve ser castigado, enquanto os giros De Direita não por serem giros. Até aqui tudo bem, mas quer no post da piedosa bloguista Charlotte, quer naquele outro do Pedro Mexia, nada nos é dito sobre os pormenores da desbunda gastronómica havida, nem nos é referido as sinopses das comunicações proferidas, pelo que suspeito deve ter ocorrido o que o narrador de Fradique Mendes nos diz: “Nada de ideias! Deixem-me saborear esta bacalhoada, em perfeita inocência de espírito, como no tempo do senhor D. João V, antes da democracia e da crítica».

terça-feira, 1 de julho de 2003

FESTA DOS TABULEIROS


Não me apetece escrever. A Net está tão bem nutrida que um tipo se perde nela, alegremente, enquanto cai a noute.

Poderia dar um bravo pelo texto do Daniel Oliveira no Público de hoje. Espantoso de força, pertinente nos argumentos. Arrasador. Ficámos, porém, preocupados dado a dama de Matos ser nossa cliente desde sempre. Nunca perdemos uma boa gargalhada com os paroquiais textos da senhora. E, também, suspeitamos que possa andar amancebada intelectualmente com o profeta César das Neves. Que tal um "Breve Tratado da Raiva", ó dupla maravilhosa?

Assim, fica para amanhã referir a FESTA dos TABULEIROS, ou FESTA DO ESPÍRITO SANTO, que acaba no próximo fim de semana. A não perder em Tomar. E, já agora, alumiadas as almas, será sempre útil castigar o corpo com a gastronomia local.

quinta-feira, 19 de junho de 2003

O "P.S" DE HENRIQUE MONTEIRO



Postou n’O Expresso com o título de «Cassandras» o conhecido Henrique Monteiro. Sabe-se que nutrimos toda a amizade pelo colunista. Tamanha é a perfeição do escriba, tal engenho e língua propaga, que ficamos com azia de tamanha perfeição. Agora nestas Cassandras bucólicas em favor do senhor Bush, modelo generoso aos neoconservadore lusitanos, é que ficou mal aquele P.S. final. Passo a citar:

«P.S. - Há que dizer claramente que no prato da balança contra Bush pesa cada vez mais a insuportável situação dos prisioneiros de Guantánamo. Passou mais do que tempo para que aquela situação não possa ser referida como mera decorrência da guerra do Afeganistão».

Não pode! Considerar cada vez mais insuportável tal situação, é a degenerescência a arribar ao democrata Henrique. É a extinção do último pulsar liberal. Ficamos preocupados, pois, com a saúde do colunista. As melhores, Henrique!

O GENIAL ARQUITECTO SARAIVA


As musas apaixonaram-se pelo director d’O Expresso. Não temos dúvidas. É que só um génio admirável, editorialista emérito ou escritor polido, como é o senhor arquitecto, pode estampar prosa assim, num jornal:

«Muita coisa mudou, de facto, com a guerra no Iraque. E ou me engano muito ou a alteração dos equilíbrios no Médio Oriente, na Europa, na relação com os EUA e na percepção de algumas personalidades mundiais vai ter no futuro próximo enormes consequências».

Pois, não está enganado caro director. O seu discernimento da cena política mundial – para não dar loas ao cabedal de conhecimentos caseiros que mestre Saraiva todos os sábados nos atira sobre as nossas cabeças – parece acertado. Juro, pois que me foi ensinado, docemente, pela filha da minha lavadeira. Nessas sessões expositivas, ela nunca me mentiu. Podem crer.

quarta-feira, 18 de junho de 2003

INTERNACIONAL


Citado do Expresso: «Este país [EUA] reagiu a uma ameaça representada pelo ditador iraquiano. Agora, alguns gostariam de rescrever a história, e a esses chamo 'historiadores revisionistas'». Bush dixit.

Cá está. Sempre entendi que mais tarde ou mais cedo alguém iria ser apodado de «revisionista». Conhecemos a palavra. 12 letrinhas, apenas.

Berlusconi não é português. Mas bem poderia ser, passe o exagero de se pensar que é adepto exempto do sistema democrático. A sua sanha demagógica contra a Justiça e os Tribunais italianos é um «study-case» para os esquizos-liberais. E premonitório para todos nós. Descortino o porfiado estudo, acompanhado de muito prozac para a ressaca, dos nossos patrícios embebidos em Berlin ou confiadamente pluralistas à moda de Oakeshott. Sai 3 posts e um soneto da União dos Blogues Livres. Berlusconi sorri!