quarta-feira, 19 de outubro de 2005
Arrumações - Vynil, CD's e Cassetes Piratas
Ler o corpo como se ele não tivesse sido lido. Não acreditar que a "beleza" possa, desamparada, ser relatada "sob a forma de uma citação" (Barthes). Revisitar prantos generosos, confrontações viciosas, prisões ausentes, paixões inverosímeis. (Des)construir um rosto ou chamar o desejo quando o tempo arde, eis uma possível "insurreição erótica". Nada de mais precioso.
Para aqueles que caem no "logro no tempo de amor", para todos os outros que desaprendem nomes, imploram virtudes & aos que se quedam à margem. Para todos os que rompem a espera & prudentemente rasgam pedaços de si, eis, ali do lado esquerdo da pedra, Regra Três, por Toquinho & Vinicius de Moraes. Que cada um seja para o outro "aquilo que não é em si". Feliz ceia.
"Tantas você fez
Que ela cansou
Porque você, rapaz
Abusou da regra três
Onde menos vale mais
Da primeira vez
Ela chorou
Mas resolveu ficar
É que os momentos felizes
Tinham deixado raízes
No seu penar
Depois perdeu a esperança
Porque o perdão também cansa
De perdoar
Tem sempre o dia em que a casa cai
Pois vai curtir seu deserto, vai
Mas deixa a lâmpada acesa
Se algum dia a tristeza
Quiser entrar
E uma bebida por perto
Porque você pode estar certo
Que vai chorar"
[Toquinho & Vinicius de Moraes, Regra Três]