sábado, 19 de novembro de 2011

BIBLIOTECA DE ANTÓNIO BARATA - LEILÃO DIAS 21 A 23 DE OUTUBRO


LEILÃO: Biblioteca de António Barata e Outras Proveniências;
DIAS21, 22 e 23 de Novembro (21 horas);
LOCAL – Palácio da Independência (Largo S. Domingos, 11, Rossio), Lisboa;
ORGANIZAÇÃOJosé Vicente, Leilões
CATÁLOGOAQUI

José Vicente (Livraria Olisipo) organiza um curioso Leilão de Livros, Pintura, Gravura, Desenho, Serigrafia e Fotografia nos próximos dias 21, 22 e 23 de Outubro (21 horas) no Palácio da Independência (ao Rossio, Lisboa). São 1513 peças bibliográficas de muita estimação. Parte delas eram pertença do "distinto" livreiro António Barata, fundador da mítica Livraria Barata (Av. De Roma) e que toda uma geração de bibliófilos ou simples amigos dos livros e da leitura muito bem conhece.

Consultar AQUI o CATÁLOGO.


"António Barata (1925-1983) foi um distinto livreiro, fundador da Livraria Barata, na Avenida de Roma, em Lisboa. Dedicou mais de meio século de vida ao livro. Começou a actividade na pequena livraria e tabacaria, dando mais tarde lugar ao espaço ampliado que hoje conhecemos. A biblioteca, com escolha criteriosa é composta de livros de arte, descobrimentos, história, regionalismo, literatura e poesia, muitos em tiragens especiais acompanhados de desenhos ou serigrafias, de que destacamos a importante obra de André Malraux - Roi, Je T’Attends à Babylone, ilustrada com 14 pontas secas de Salvador Dali e assinada pelo autor, por Dali e pelo editor Skira, publicada em Genève, em 1973. Compreende ainda muitos livros de oferta, com as dedicatórias dos respectivos autores.

Para melhor compreendermos esta figura da cultura portuguesa, seleccionamos algumas frases suas e de personalidades da cultura incluídas na obra - António BarataUm perfil

'...Da vária e intensa colaboração que Barata, a seu modo, deu à cultura portuguesa é supérfluo falar. Retenhamos apenas a anotação breve de que, na sua dedicação á actividade que exerceu, António Barata contribuiu para que nós, os escritores, pudéssemos existir…' [Vergílio Ferreira]

'...Tal como o próprio livro que «só se abre se o alguém o abre», como escreveu João Cabral de Melo Neto, António Barata, no natural retraimento da sua personalidade, a ninguém desejava impor-se – e antes pacientemente aguardava que o «folheassem», que o consultassem, para só então entre mostrar todo o imenso tesouro da sua sensibilidade e da sua inteligência….'. [David Mourão-Ferreira]

Em 1964, António Barata foi preso pela PIDE na sequência de imensas buscas à Livraria e á sua residência. Permaneceu um mês na cela 11 do Aljube.

'Estive preso, não por pertencer a algum movimento, como muita gente pensava, mas por causa dos livros.'

'O fim do negócio é sempre o lucro, mas neste ramo, é um pouco diferente, a paixão já é uma quota parte desse lucro.'

Após a sua morte, a esposa D. Zélia Barata mandou proceder ao inventário da biblioteca. A empresa encarregada da catalogação, colocou no frontispício dois carimbos distintos: um com o nome de D. Zélia e outro com uma minúscula barata. Este último carimbo aparece também em algumas folhas do texto.

Uma biblioteca que ficará disponível para ser ser disputada por bibliófilos, comerciantes e coleccionadores. Cumpre-se o círculo: Os livros são pertença da humanidade e pagamos para os ter durante um período da nossa vida"

José F. Vicente, in Biblioteca de António Barata - nota introdutória ao Catálogo do Leilão da Biblioteca António Barata e Outras Proveniências