quarta-feira, 3 de novembro de 2004

[A Noite Americana]

"Será que você também, meu amigo, presumiu que a democracia era apenas para eleições, para a política, e para o nome de um partido"" [Whitman]

A novidade da noite é não estarmos fartos da TV. E da América. Hoje estamos amarrados a projecções, se bem que parece que George W. Bush esteja já a cozinhar nova ementa mundial, enquanto o populismo americano lhe faz continência, com um grito nos lábios. A ansiedade do resultado eleitoral é um tónico excelente para insónias futuras. O sistema eleitoral americano uma publicidade enganosa. Nada que não fosse esperado. E, mesmo que John F. Kerry ganhe amanhã (ainda é possível), não temos ilusão: "plus ça change, plus c'est la même chose" [Parrington].

"Enquanto esta América se instala na forma da sua vulgaridade
transformando-se em Império,
e os protestos - bolhas na lava derretida - balbuciam e
se extinguem, e a lava endurece,
lembro-me tristemente de que a flor fenece para se tornar
fruto, que o fruto apodrece para se tornar terra
" [Robinson Jeffers]